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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

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TUDO O QUE PRECISA SABER SOBRE A VARICELA

Dias depois de chegarmos a Portugal, o Gui teve varicela. Passou dois dias mais cansado, com falta de apetite e febre baixa, e só depois é que apareceram as primeiras bolhinhas...

No início nem valorizamos muito pois achávamos que era mais uma simples virose, dois dias depois acordava às 5h da manhã a queixar-se de uma borbulha nas costas... Colocamos um creme para a picada de mosquitos pois era com o que mais se parecia... Mas assim que acordou de manhã e o R. olhou para o pescoço dele, pensando que se tinha queimado, fiz o diagnóstico: varicela!

Fomos ao médico para que fosse examinado e pudesse ter um tratamento adequado... 

No início foi um bocadinho chato porque ele tinha imensa comichão, mas assim que começou a tratar dos sintomas, ficou bem mais aliviado...

 

1. Mas afinal, o que é a varicela?

A varicela é uma doença infecciosa causada pelo vírus varicela zoster, do grupo Herpesvirus. É das doenças transmissíveis mais comuns na infância, bastante contagiosa, e é de tal forma contagiosa que 90% das pessoas que não a tenham tido são infetadas após uma situação de proximidade com outra pessoa infetada.

É caracterizada por bolhas ou borbulhas, podendo afetar toda a pele, que provocam muita comichão intensa.

 

2. Quais são os sintomas?

Além da erupção da pele, podem existir vários sintomas, entre eles:

- febre ligeira (por vezes grave no adulto)

- dor de cabeça

- mal-estar

- e falta de apetite.

De uma forma geral, aparecem pequenas manchas vermelhas (máculas) que evoluem para lesões sólidas da pele, em horas, seguindo-se, durante 3-4 dias, a formação de vesículas (pequenas bolhas) que progridem para a formação de crostas.

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A erupção pode dar-se no tronco, couro cabeludo, axilas, face e até na boca e no trato respiratório. 

 

3. Como se transmite?

A varicela transmite-se de pessoa para pessoa:

- por contacto direto, quando alguém toca nas borbulhas ou em objetos contaminados (e até todas as borbulhas estarem em crosta);

- ou por gotículas de saliva existentes no ar da pessoa com varicela, quando espirra, tosse ou fala e pode ocorrer antes do doente ter qualquer sintoma.

IMG_2057.JPG

Pessoas com varicela não devem ter contato com recém-nascidos, mulheres grávidas ou qualquer indivíduo que esteja com a imunidade baixa, já que a doença pode ser mais grave nestes grupos.

 

4. Qual é o período de contágio?

O período de contágio da varicela é de 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões e até as vesículas formarem crostas (5-10 dias). 

 

5. Qual é o período de incubação?

O período de incubação pode ir até aos 21 dias e a doença dura habitualmente 5-10 dias. 

 

6. Qual o tratamento?

Para pessoas sem risco de agravamento da varicela, o tratamento é sintomático. De uma forma geral, são utilizados analgésicos e antipiréticos para aliviar a dor de cabeça e baixar a febre, e anti-histamínicos (antialérgicos) para aliviar a comichão. Os cuidados de higiene são muito importantes e devem ser feitos apenas com água e sabão ou com um gel antiséptico.

As vesículas não devem ser coçadas e as crostas não devem ser retiradas, pois existe sempre um risco de infecção, devido a bactérias das unhas. Para evitar que isso aconteça, as unhas devem ser bem cortadas.

A medicação deve ser prescrita por um profissional de saúde, pois o uso de analgésicos e antipiréticos à base de anti-inflamatórios ou ácido acetilsalicílico é contraindicado uma vez que podem provocar problemas graves.

Havendo infecção secundária, o médico pode prescrever antibióticos, em especial para combater estreptococos do grupo A e estafilococos. 

Apesar da varicela ser habitualmente uma doença benigna, podem ocorrer complicações, como encefalite, pneumonia ou plaquetas baixas. Estas complicações mais graves surgem nas crianças com doença crónica em que haja menos defesas imunitárias, daí ser importante estar atento e, em caso de dúvida, contactar o médico.

 

7. Existe vacinação?

Sim. No entanto, tanto em França como em Portugal, a vacina da varicela não está incluída no Programa Nacional de Vacinação, mas está autorizada e disponível para prescrição médica. A vacina é recomendada para alguns grupos de risco, tais como:

- mulheres não imunes antes da gravidez (nas primeiras 20 semanas de gestação, a varicela pode implicar complicações como aborto espontâneo, morte do feto ou síndrome de varicela congénita, cuja forma mais típica é a agenesia - não desenvolvimento de um dos membros inferiores. Na própria grávida, as manifestações de varicela são mais intensas, como em qualquer adulto);

- pais de crianças jovens, não imunizados (nos adultos a varicela pode ser mais intensa e severa. No caso dos homens, existe o mito de que esta doença pode dar infertilidade, o que não é verdade);

- adultos ou crianças que contactam habitualmente com doentes imunodeprimidos; 

- ou, indivíduos não imunes em ocupações de alto risco (trabalhadores de creches e infantários, professores, profissionais de saúde).

 

8. Se um dos seus filhos for diagnosticado com varicela...
Dada a facilidade de contágio e, principalmente, o facto da doença poder ser contraída sem haver qualquer manifestação de sintomas, é complicado evitar a passagem do vírus entre irmãos (e quem diz irmãos diz amigos). No entanto, é importante ter em conta que quando o contágio acontece entre pessoas que estão sob o mesmo ambiente, o vírus tende a ser mais agressivo e os sintomas acabam também por ser mais intensos.

 

A minha experiência é de quanto mais cedo a varicela aparecer talvez seja melhor pois a criança não tem a preocupação da sua imagem. O Gui com 5 anos ficou um bocadinho retraído quando se apercebeu que estava com imensas borbulhas na cara, nas costas e no tórax, tanto que chegou a questionar se não devia privar-se de ir à Praia. No início tinha alguma vergonha, mas depressa percebeu que a situação era transitória. Teve borbulhas na cara, no couro cabeludo, atras das orelhas, no tórax, nas costas, nas coxas, nos braços, no dorso do pé e na boca.

O Martin, com dois anos, teve varicela 15 dias depois, teve mais borbulhas que o mano, mas reagiu bem melhor. Só não teve na boca, mas ao contrário do Gui, teve bastantes na cara, nos pés (dorso e planta do pé) e teve uma na pálpebra do olho direito. Teve alguma comichão atrás das orelhas e no olho, nunca teve febre, nem perda de apetite, mas ficou um bocadinho mais "rabugento". 

Quanto ao isolamento, o Gui como estava de férias optámos por não o privarmos de nada, tivemos foi um cuidado redobrado com o sol, daí que usamos e abusamos do protector solar.

Já o Martin, teve varicela uns dias antes de regressarmos de férias, fomos à Pediatra quando aqui chegámos e ficou em casa alguns dias, até as borbulhas formarem crostas, para evitar que as outras crianças fossem contaminadas. 

 

Aqui em França, quando uma criança tem varicela deve-se informar a ama/creche/escola para que as pessoas a risco tomem medidas. Além disso, a criança deve ficar em casa até a varicela estar na fase de "borbulhas em crosta".

E em Portugal, alguém sabe se as medidas são as mesmas?

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