Os primeiros cinco dias de vida do Gui foram passados na Maternidade. Aqui em França, numa primeira gravidez, por parto normal, a mãe e o bebé ficam, por norma, este período de tempo internados, uma forma que eles encontraram de ajudar a mãe e o bebé numa fase inicial da vida, de forma a esclarecer todas as dúvidas e medos que possam surgir. Confesso que no início achei um absurdo tanto tempo de internamento, ainda por mais quando falamos de um parto normal, mas assim que o Gui nasceu e os dias foram passando depressa compreendi que a ideia era genial... Reconheço que ter ficado 5 dias permitiu-me ter mais confiança no processo da amamentação, uma vez que o Gui ao terceiro dia teve que fazer suplementos, e quando tivemos alta já ele começava a recuperar o peso e a mamar melhor.
Regressamos ambos a casa numa sexta-feira, exactamente no Dia de Portugal (dia de 10 de Junho)... A ansiedade por entrar novamente em casa era muita, tinha saudades de uma certa tranquilidade e privacidade, tinham sido 5 dias muito intensos... Sentia que agora precisávamos de um tempo só para nós os três...
E assim foi, optámos por não ter muitas visitas no primeiro mês, apenas as essenciais... A família e os amigos próximos, o tempo agora era de adaptação...
As primeiras duas semanas, em casa, foram as mais complicadas, estabelecemos novas rotinas, ou tentámos, porque o nascimento de um filho assim o exige.
O mais complicado foi, sem dúvida, o ter que acordar de 3 em 3 horas durante a noite para amamentar e mudar o Gui... Ainda hoje é o mais complicado para mim... O Gui até tem um acordar sossegado a meio da noite, não é de chorar muito, normalmente leva uns 5 minutinhos a acordar, emite uns gemidos como se estivesse resmungando, estica-se todo e lá acorda, o difícil é lutar contra o meu sono...
São cerca de 45 a 50 minutos, entre ele comer, colocá-lo a arrotar, trocá-lo e voltar a dormir. À conta disto, tenho a sensação que não durmo durante a noite... O meu marido ainda me tenta ajudar, de vez enquando, na troca da fralda... Mas também para ele não é fácil pois tem que acordar cedo para ir trabalhar... Fartamo-nos de rir pois são várias as vezes que ele acorda e pensa que eu ainda não troquei o Gui e dá um salto da cama e começa a preparar tudo para o mudar, quando eu já o mudei, e o contrário também acontece, estou eu com tudo preparado e ele acorda e começa a arrumar tudo sem eu ainda ter começado a trocá-lo... (eh... eh... eh...)
Fora isto, não nos podemos queixar muito... Acho até que o Gui aprendeu bem rápido a mamar de forma eficaz, e hoje ele é capaz de virar a carinha para os lados e abre a boca como se pedisse para comer, ou quando encontra alguma coisa como uma fraldinha ou mesmo o braço de quem o segura, ele procura logo mamar, ou então começa a chupar os dedos das mãozinhas.
De dia ainda não foi estabelecida nenhuma rotina para comer, normalmente é de 2 em 2 horas, pode ser mais ou pode ser menos, tudo depende do estado de esprírito do Gui... Quando está mais nervosinho, chega a comer de hora a hora!
As cólicas começaram por volta do 15º dia de nascimento, começa a "torcer-se" todo, fica todo vermelho, e chora bem alto, é muito difícil gerir esta dor... E se no início ele não me deixava fazer uma simples massagem com as perninhas, agora já vai tolerando.
O coto do cordão umbilical caiu exactamente ao 16ª dia, foi mesmo bom assistir a todo o processo de cicatrização.
Quanto ao peso, vai no "caminho certo... Perdeu algum peso quando nasceu, mas neste primeiro mesinho já aumentou quase 1 kilinho, e cresceu 5cm. À conta disso já tivemos que comprar mais algumas roupinhas pois muita da roupinha, de um mês, já não lhe serve!
Claro que, durante este primeiro mês, nem tudo foi maravilhoso... Houveram dois ou três dias em que o Gui chorou mais e mais alto, quis comer a toda a hora e só quis colinho... Dias em que mal tive tempo de olhar para o espelho e comer como devia ser... Felizmente esses dias foram bem poucos. Com isto, não quero desanimar ninguém, muito pelo contrário, quero sim alertar para o facto de que as dificuldades também existem, o importante é estarmos preparadas para elas, caso contrário corremos o risco de entrarmos num processo de exaustão.
Este primeiro mês foi assim, um processo de aprendizagem que ainda agora começou... Foi um mês cheio de emoções, onde a nossa vida mudou, tornando a dar mais uma volta, talvez a volta mais importante das nossas vidas... E se querem saber, estamos a ADORAR!