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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

GRAVIDEZ NÃO É DOENÇA

Ora aqui está uma frase que se ouve muito e que só quem já esteve ou está grávida, é que sabe o quanto pode ser desagradável ouvir: Gravidez não é doença! Ouvi e continuo a ouvir muitas vezes isso e sei que as pessoas não dizem por mal, dizem porque ouviram isso a vida inteira e acabam por repetir... Por isso, hoje resolvi escrever este post, na tentativa de explicar como esta frase pode causar alguma indignação, principalmente, a quem está grávida... 

 

Dores de cabeça, dores nas costas, dores nos pés, dores nos seios, cansaço geral, sono, náuseas, vómitos, tensão arterial alta, tensão arterial baixa, cólicas, falta de ar, mudanças de humor… Tantos sintomas que poderiam se enquadrar numa lista de doenças, mas são na verdade “consequências naturais” da gravidez! Quando uma mulher engravida, um turbilhão de hormonas começa a trabalhar a mil à hora, e é nessa altura que o mal-estar começa...

 

A sério que ainda acham que é fácil andar enjoado e vomitar nos primeiros meses da gravidez?! Sem falar que há mulheres que vomitam durante toda a gravidez... No meu caso foram só mesmo as náuseas, no primeiro trimestre, mas chegaram bem para acordar todos os dias mal-disposta... Depois aparecem as dores nos seios, nas pernas, o sono (muito sono mesmo), o cansaço inexplicável, a prisão de ventre, alguma dificuldade em respirar, e por vezes até a azia... A barriga começa a crescer... É maravilhoso sim, mas também desconfortável... Pode-nos custar a sentar e deitar também, dormir então nem se fala, fica uma missão bem mais complicada! 

 

O sangue no corpo da mulher grávida aumenta cerca de 50%, dá para acreditar?! O que significa que o coração tem que bater mais rápido, por isso fazer qualquer atividade física faz parecer que o coração vai saltar pela boca. 

 

Temos ainda as famosas dores abdominais, que para muitas grávidas podem durar toda a gravidez, é o útero a crescer, que chega a aumentar de tamanho cerca de mil vezes para poder gerar o bebé. E os órgãos?! Esses começam a ficar cada vez mais apertados nas costas, pressionados contra o tórax e, não bastavam estarem comprimidos, ainda precisam de trabalhar o dobro! De forma a haver mais espaço, os músculos e os ligamentos da coluna ficam relaxados e curvam-se... Perto do final da gestação, quando o bebé já está maior, ele começa a empurrar os pulmões e a comprimir a bexiga...  Os ossos do quadril começam a abrir e aparecem as dores na bacia, no púbis e na região baixa da coluna lombar...

 

E a tudo isto junta-se ainda uma maior fragilidade do sistema imunológico. A imunidade baixa é a porta de entrada para viroses que costumam atormentar a vida da grávida... Uma fase que requer cuidados redobrados visto que além de maior sensibilidade por conta das alterações naturais do corpo, o bebé depende da saúde e bem-estar da mãe para que possa se desenvolver de forma saudável. 

 

E se na gravidez do Gui a minha imunidade baixa deu-me meia dúzia de constipações, nesta já tive direito a umas 3 ou 4 constipações, rinite alérgica, sinusite, e ontem mesmo gastroenterite (tudo porque o Gui apanhou uma gastroenterite esta sexta-feira)! Confesso que estou cansada de estar doente pois regra geral é raro andar doente, felizmente hoje já estou melhor... Só espero que até ao final da gravidez não seja apanhada por outras doenças... 

 

Sei que todas estas sensações menos boas fazem parte da grande maioria das grávidas, e eu partilho aqui com vocês. Estes sintomas chatos que tanto nos atormentam, mas que no fundo sabemos que fazem parte e fazem-nos acreditar que está tudo bem lá dentro. No final tudo se explica de uma maneira simples: estamos grávidas. E quando dois seres dividem o mesmo corpo, muita coisa maravilhosa e emocionante acontece todos os dias... Mas, temos que concordar que nem sempre é fácil!

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O PRIMEIRO TRIMESTRE

Já lá vai um tempinho que o primeiro trimestre desta segunda Gravidez passou, começou em Outubro e terminou no dia 19 de Janeiro, altura em que entrámos no quarto mês de gravidez...

 

É impressionante como esta segunda gravidez nada teve a ver com a primeira... Nesta, e falando do primeiro trimestre, o cansaço e as náuseas matinais foram os dois sintomas que mais perturbaram o meu dia-a-dia... Acho que o excesso de cansaço teve a ver não só com as alterações hormonais, mas com o facto de ser mãe de uma criança de 2 anos e meio... E diga-se de passagem que nesta fase o Gui exige muita energia de mim...

 

A barriga cresceu muito mais rápido que na primeira, já as mamas acho que cresceram na mesma proporção (Lol), o peso, e tendo em conta o que como, não me posso queixar nadinha, aumentei uns 2 ou 3 Kgs (se pensarmos que as minhas mamas triplicaram de volume... Lol)...

 

Fizemos a ecografia do primeiro trimestre quase no último dia recomendado, tudo porque as férias de Natal, para Portugal, já estavam marcadas.  E se o meu médico ginecologista na altura tinha desvalorizado o facto de fazer a ecografia "no limite do tempo", já o mesmo não aconteceu no dia da ecografia... O médico não achou muito correcto fazer a ecografia às 13 semanas e 6 dias porque a colheita de sangue, que permite fazer o rastreio das anomalias cromossómicas (as chamadas trissomia 13, 18 e 21), deveria ser realizada até às 13 semanas e 6 dias, e como a ecografia foi feita no final do dia, as ditas análises só foram feitas no dia seguinte... 

 

Ainda chegamos a pensar que iríamos saber o sexo do nosso bebezinho naquele dia, mas o médico disse que ainda não dava para ter certeza de nada, por isso nem um palpite quis dar... O engraçado é que durante o procedimento eu e o R. vimos um Principezinho a olhar para nós... (Lol...)

 

Tirando o facto de andar  "morta de cansaço" e, consequentemente, cheia de sono, neste primeiro trimestre desta segunda gravidez, andei muito mais descontraída... Tão descontraída que assim que fizemos a primeira ecografia e o médico disse que estava tudo certinho, nunca mais me lembrei que ainda faltava o resultado combinado da colheita de sangue (o chamado teste bioquímico) com a ecografia... Mas isto será assunto para o próximo post...

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