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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

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SÍNDROME MÃO-PÉ-BOCA

Parte 2

No seguimento do post de ontem, hoje partilho com vocês o fundamental sobre esta doença que o Martin tem.

 

1. O que é afinal a síndrome mão-pé-boca?

A síndrome mão-pé-boca, também chamada de doença mão-pé-boca, é uma infecção viral muito contagiosa, e geralmente banal, causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo. Embora possa acometer adultos, é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade. O nome da doença deve-se ao fato das lesões aparecerem mais frequentemente nas mãos, pés e boca.

 

2. Como se transmite? 

O vírus que causam a doença pode ser transmitido por contato com secreções das vias respiratórias, secreções das feridas das mãos ou dos pés e pelo contato com fezes das crianças infectadas. Isso significa que o Vírus Coxsackie podem ser transmitidos nas seguintes situações:

  • Beijar alguém infectado.
  • Ter contato com secreções respiratórias, geralmente através da tosse ou espirro.
  • Beber água contaminada.
  • Apertar a mão de alguém contaminado.
  • Ingerir alimentos preparados por alguém infectado, que não tenha feito a higienização adequada das mãos.
  • Contato com brinquedos ou objetos que possam ter sido contaminados.
  • Contato com roupas contaminadas.
  • Trocar fraldas de crianças contaminadas.

Geralmente, a fase de maior contágio é durante a primeira semana da doença. Porém, mesmo após a cura, o paciente pode permanecer eliminando o vírus nas fezes, o que o mantém contagioso durante 8 ou 12 semanas depois de ter sido contaminado. 

A maioria dos adultos que se contamina não desenvolve sintomas, mas podem ser transmissores assintomáticos do vírus.

Bem mais raro, quando a síndrome é provocada pelo vírus Enterovirus A71, pode ser mais perigosa, pois há um risco maior de complicações, como o desenvolvimento de encefalite (inflamação do sistema nervoso central), meningite ou miocardite (inflamação do músculo cardíaco).

 

3. Quais são os sintomas? 

O período de incubação da doença situa-se entre os 3 e os 6 dias. Os primeiros sintomas costumam ser a dor de garganta e a febre, por volta dos 38ºC, mal-estar e perda de apetite.

Num primeiro momento, a doença é muito parecida com qualquer quadro de virose comum, sendo impossível o seu diagnóstico clínico nesta fase.

Mais tarde podem aparecer lesões na boca, pontos avermelhados que se transformam em pequenas bolhas e posteriormente em úlceras dolorosas, semelhantes às aftas comuns. Essas ulcerações surgem habitualmente na língua, e nas partes internas dos lábios e bochechas. O palato (céu da boca) também pode ser afetado. 

Um ou dois dias após o surgimento das lesões da boca começam também a aparecer as lesões nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.

As lesões costumam ter entre 0,1 a 1 cm de diâmetro e podem rebentar, deitando um líquido que é altamente contagioso. Nádegas, coxas, braços, tronco e face também podem apresentar algumas lesões, embora sejam bem menos frequentes.

Não se devem rebentar as vesículas, que acabam por desaparecer sozinhas em 7-10 dias.

É importante destacar que nem todas as pessoas contaminadas pelo Vírus Coxsackie desenvolvem o quadro clínico completo. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; noutros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes.

No caso dos adultos, a imensa maioria dos indivíduos que entra em contato com o Vírus Coxsackie não desenvolve sintoma algum.

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4. Como se faz o diagnóstico?

A doença mão-pé-boca é uma das doenças mais fáceis de ser diagnosticada, devido ao seu típico envolvimento da mucosa oral, plantas dos pés e palmas das mãos.

Nos pacientes que apresentam o típico quadro de febre, úlceras orais e lesões nas palmas das mãos e plantas dos pés, o diagnóstico é feito facilmente, sem a necessidade de nenhuma investigação laboratorial.

Nos casos atípicos, a identificação do vírus pode ser obtida através de uma análise às fezes, das secreções da garganta ou das lesões de pele.

 

5. Qual é o tratamento?

Na maioria dos casos, e tal como ocorre com outras infecções por vírus, trata-se de uma doença banal e benigna, que regride espontaneamente ao fim de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, tratam-se apenas os sintomas, como a dor e a febre. 

O maior problema costuma ser o risco de desidratação, pois a dor de garganta pode fazer com que a criança recuse alimentos e líquidos.

Nos casos mais graves, onde as crianças recusam a alimentação e passam a correr um risco de desidratação, o internamento hospitalar pode ser necessário.

 

6. Pode-se ter mais do que uma vez?

A síndrome mão-pé-boca é provocada habitualmente pelo Coxsackie A16, mas outros membros desta família podem ser também a causa, como é o caso do Coxsackie A2, A4 ao A10, B2, B3 ou B5. Na realidade existem cerca de 90 tipos de vírus daí que ter a doença síndrome mão-pé-boca não  garante imunidade, pelo que é possível voltar a ser infetado.