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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

A LOJA DO PRINCIPEZINHO

Este fim-de-semana decidimos dar um saltinho à loja do "Petit Prince" em Paris... Já tinha um tempinho que queria ir até lá, como estava bom tempo aproveitamos e fomos os três até lá, de carro.

 

A loja situa-se numa ruela bastante engraçadinha e típica  (podem espreitar o vídeo que fiz no Instagram), mas para quem vai de carro estacionar para aqueles lados só mesmo num dos parques cobertos...

 

Estacionamos no parque mais perto que o GPS nos indicava, um parque coberto situado por baixo de um edifício, que tinha pelo menos uns 3 andares a baixo do nível do solo... Conseguimos lugar no - 2, o cúmulo foi o elevador do parque só dar acesso ao piso -1, a partir daqui tivemos que carregar o carrinho do Gui pelas escadas acima até chegarmos à rua (enquanto o Gui dormia sossegadinho lá dentro). Paris tem destas coisas maravilhosas: acessos para pessoas com mobilidade reduzida ou para carrinhos de bebé simplesmente não existem em muitos locais mesmo (ah pois é, não é só em Portugal que isto acontece)! Andamos um bocadinho e lá fomos ter à famosa loja do Principezinho... Um local pequenino mas cheio de encanto...

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Para quem é fã desta história ou desta personagem vale a pena fazer um desvio até lá, se vier a Paris, pois existem diversos artigos giros a preços bastante variados. 

 

Enquanto percorríamos a loja a analisar os artigos expostos, o Gui acordou surpreso e bastante curioso com tudo o que havia à sua volta... A funcionária da loja, que tinha uns 30 anos (no máximo), aproximou-se do Gui e pensando que éramos ingleses começou a falar em inglês para nós... Contamos um bocadinho da nossa história e descobrimos que ela tinha um carinho muito especial por Portugal... Tinha estado em Portugal o ano passado nas férias de Verão, com o marido e o filho de 18 meses, em Lisboa e em Cascais, e adorou o nosso país.... Contou-nos que ficou impressionada com a simpatia das pessoas, o facto das crianças serem adoradas pelos portugueses, a nossa gastronomia, o nosso clima e a roupa fantástica que existe para bebés/crianças... Olhou para o Gui e disse que a roupa dele só podia ser portuguesa porque era super gira! É verdade, estamos a falar de alguém que mora em Paris, na capital da moda, dizia ela que era uma verdadeira perdição o que tinha visto por lá e que em Paris para comprar algo giro é preciso ir às marcas super caras... 

 

Foi mesmo bom ouvir uma pessoa daqui, uma verdadeira francesa, a falar tão bem do nosso Portugal, é óbvio que aproveitei para promover o Norte também (Eh... Eh... Eh...). Compramos três lembrancinhas e saímos da loja com um sorriso de orelha a orelha. Mas que bela surpresa tinha sido encontrar alguém assim por aqui.

 

De volta para o carro, e já quase a entrar para o parque, começamos a reclamar por termos que voltar a carregar "às costas" o carrinho do Gui pelas escadas do parque de estacionamento... O meu marido diz que o melhor é ir pela rampa dos carros, mas eu digo-lhe que talvez não seja boa ideia por causa da báscula... No mesmo instante o funcionário do parque, ouvindo a nossa conversa, diz que podemos ir antes pela rampa que até levantava a báscula se fosse preciso... Lá estava um português de Portugal, daqueles como nós, sem qualquer sotaque francês... Até nos esquecemos das malditas escadas.

 

Dois episódios simples do nosso dia-a-dia que marcaram bastante!

 

Para quem quiser comprar produtos na loja, saiba que acaba por compensar comprar os produtos online porque mesmo que se paguem os portes de envio o dinheiro que se gasta em parque de estacionamento acaba por ser o mesmo, se não mais até.

PORTUGAL NO SEU MELHOR

Ontem fiz anos, tinha combinado com o meu marido fazermos uma pequena comemoração a três porque a verdadeira festa, com a família e os amigos, tinha sido programado para o fim-de-semana...

 

Não tivesse eu amigas especiais que me fizeram uma surpresinha, ontem, ao aparecerem na minha casa com um bolinho e uma vela, ao mesmo tempo que me cantavam os parabéns... Escusado será dizer que adorei o gesto! Com isto, acabamos o dia no restaurante a festejar, não a 3 mas a 7! 

 

Para ser um bocadinho diferente, já tinha escolhido que iríamos a um restaurante francês, de forma a mudar um bocadinho "de ares" e não estarmos sempre a frequentar restaurantes portugueses... Ninguém se opôs à ideia até porque havia quem já lá tivesse ido... O mais engraçado disto tudo foi a meio do jantar começarmos a ouvir música portuguesa... Foi mesmo muito estranho, parecia que estávamos a delirar... De repente, demos por nós concentradíssimos a tentar ouvir de quem era a música, que vinha discretamente da zona da cozinha e, por instantes, foi como se estivéssemos em Portugal... 

 

Pode parecer ridículo, mas o simples facto de se ouvir uma música portuguesa, num lugar distante e inesperado deixa qualquer Tuga neste estado... Ficamos todos com uma enorme vontade de perguntar se havia algum Tuga a trabalhar por ali, mas ficamo-nos só pela "vontade"...

 

Mais um momento que ficará nas nossas memórias...

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OS TUGAS ESTÃO EM TODO O LADO

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Esta foi exactamente a cara que fiz quando no sábado passado fomos ao Lidl e tornei a ver o funcionário que me atropelou... Não é que ele também é português?! E o cúmulo é ter descoberto que a responsável também o é! Andamos nós a frequentar aquele supermercado há mais de 3 anos e só este sábado é que os ouvimos a trocar umas palavras em português... Os tugas estão mesmo em todo o lado!

É TÃO FÁCIL ROUBAR

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Ontem fui ao Consulado de Portugal, em Paris, para fazer o tal título de viagem para o Gui... Saí de casa por volta das 8:15 e, felizmente a minha amiga Jess não trabalhava e foi connosco (assim o meu marido poupou um dia de férias)... Sim, felizmente porque se fosse sozinha com o Gui teria que me "desdobrar em três ou quatro"!

 

Para começar, o facto de termos um bebé pequenino não nos dá prioridade para nada, por isso mal chegamos ao Consulado tivemos que esperar na fila para termos acesso a uma senha... Foram cerca de 15 minutos para chegar ao balcão, daqui foi-me dado uma senha e foi-me explicado onde se localizava a tal seccção que se ocupava deste tipo de documentos: num primeiro andar sem elevador!!! Ora, eu com o Gui dentro do carrinho depressa perguntei ao funcionário como fazia com o carrinho... Foi-me dito para deixar mesmo ali que ele "deitava um olhinho"... Nem queria acreditar! 

 

Tirei o babycoque do carrinho e lá fomos nós com o Gui, as escadas eram daquelas tipo caracol super-estreitas em madeira, se viesse alguém no sentido oposto era obrigatório alguém voltar para trás... Parecia que estava a subir as escadas da Basílica de Santa Luzia, aquelas que dão acesso ao miradouro.

 

Depois foi esperar, mais 15 minutos, numa grande sala de espera onde estavam apenas duas pessoas... O Gui começava a ficar irrequieto... O nosso número chegou... Deslocámo-nos à dita sala, informei a data de nascimento do Gui e dei uma fotografia "tipo passe" (que tinha tirado há 15 dias num fotográfo), em 10 minutos o tal visto estava feito.

 

O cúmulo foi para pagar... Enquanto que eu permaneci na sala, a Jess, gentilmente, teve que ir ao andar de baixo para ir pagar o documento à tesouraria e voltar para mostrar o recibo! O cúmulo dos cúmulos! Será que ninguém vê que não tem cabimento nenhum este tipo de atendimento? Pergunto-me como farão as pessoas que se deslocam em cadeira de rodas e vão sozinhas?!

 

Com tudo isto, gastei uma pequena pipa de massa para um papel que apenas tem validade para 10 dias e só pode ser utilizado uma única vez... Foi o gasóleo gasto no carro, os 5 euros de parque de estacionamento, os 6 euros pelas fotografias do Gui, os 25 euros e trinta cêntimos pelo tal visto, mais o tempo todo perdido... Assim é tão fácil roubar! 

 

Fiquei com a sensação que no Consulado evita-se fazer o Cartão de Cidadão porque é bem menos lucrativo!!!