FILHOS ATRAPALHAM A VIDA
Filhos atrapalham os sonhos, a vida, destroem seus planos, dificultam a vida profissional, acabam com a poupança, com a sanidade, e são capazes de deixar em pé o pouco cabelo que te sobra no pós parto.
Filhos.
Pra que tê-los?
Pra nunca mais acordar com a cara amassada e fazer um brunch no domingo com os amigos?
Pra abandonar a galera que curtia a balada até altas madrugadas?
Pra trocar a praia às 12h, pela praia com o sol quase nascendo em pleno verão, enquanto aquelas pequenas mãos levam areia até a boca e quase te levam à loucura?
Pra quer ter filhos se você pode ser feliz sozinha?
Eles torcem o nariz quando você decide ter um, dois, três, quatro pingos de gente pra chamar de seu. Ficam com as mãos “no juízo”, quando você escolhe largar o emprego, a carreira, os sonhos antes tão meticulosamente planejados e perseguidos.
Dizem que são os filhos que atrapalham. Ah, mas se eles soubessem quantos novos sonhos construímos ao lado deles.
Ah! Se eles soubessem que depois que o nosso coração vive fora do peito, nos tornamos mais doce, humanas e até mais pacientes.
Ah! Se eles soubessem que depois que a vida fica de pernas para o ar, a gente dá um jeito, bem criativo de se reinventar.
Por que depois que uma mulher mergulha de cabeça no caos e no amor de ser mãe, ela jamais voltará a ser a mesma. “Vá por mim!”
Um filho tem o incrível poder de dar sentido à vida, direção aos passos, e até fazem reviver sonhos que já estavam esquecidos dentro de nós.
Um filho tem o poder de fechar janelas da vida, e escancarar portas do coração.
Eu não sou a mesma. E hoje, agradeço ao meu filho, que atrapalhou os meus antigos sonhos e me fez ter coragem para viver a vida que eu nem eu sabia que queria. Mas que vida linda.
Ele atrapalha as minhas noites de sono, o meu almoço, a minha ida à casa de banho, a minha concentração. Atrapalha os meus afazeres domésticos, o meu trabalho, as minhas mensagens nunca respondidas, as minhas saídas com as amigas, e até a minha vida a dois.
Atrapalha na ausência, no silêncio da casa vazia, na saudade que dá quando não o tenho ao meu lado. “Um atrapalhado sem fim”, eu diria.
Mas foi assim, vivendo uma vida de pernas pro ar, que eu descobri a melhor versão de mim. Foi preciso me perder em pequenos abraços, para que eu pudesse me encontrar. E é nesse atrapalhado que eu fiz do meu coração o seu, mais completo e lindo, lar!"
(Texto adaptado do livro "Muito Além da maternidade, da autora Ananda Urias)
❤ FELIZ DIA A TODAS AS MÃES ❤