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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

RECORDAR É VIVER

Emigrantes em Paris

Faz hoje exactamente 8 anos que chegamos aqui a França para dar início a uma das maiores voltas da nossa vida...

Saímos da casa dos meus pais, exactamente no dia 3 de Agosto, no meu Peugeot 206 comercial, em pleno Verão, com as temperaturas a rondar os 35 graus... Lembro-me do imenso calor que passamos porque não tinhamos ar condicionado... Pernoitamos em Bordeaux, e chegamos ao nosso destino num domingo... No dia 4 de Agosto de 2013...

Lembro-me desse dia como se fosse hoje, cheios de medos e incertezas... E uma desilusão imensa com o que encontramos... Afinal, aquilo que tinhamos idealizado não correspondia ao que tinhamos encontrado... Ruas sujas, casas que mais pareciam abandonadas, e gente que parecia que não conseguia "ver os outros"... À medida que nos íamos aproximando do nosso destino descobrimos que o hospital ficava num local bastante isolado...

 

Dirigimo-nos directamente ao hospital onde ía começar a trabalhar, e no meu francês "tremido", dirigi-me à recepção e tive uma recepção surreal... Mal sabiam da minha chegada e nem sabiam do código da porta de entrada do edifício onde ía ficar... Ligaram para um serviço onde estava uma enfermeira portuguesa a trabalhar, para saber se se lembrava do código, mas também não se lembrava... Depois, ela ligou para alguém que ainda morava lá e conseguimos o código...

Entregaram-me um saco com roupa da cama, deram-me as indicações para ir para o apartamento e as chaves do apartamento... 

O meu coração "batia a mil", e se houve um momento que duvidei do que tinhamos feito foi exactamente naquele instante em que senti que agora apenas erámos os dois... O momento tinha chegado: agora só tinhamos que lutar para tudo dar certo...

A boa surpresa foi descobrir que tinha um estúdio reservado só para mim, por isso o R. iria poder ficar comigo, mesmo que não fosse "oficial"... A má foi ver o estado em que me entregaram o apartamento: cheio de pó, com as janelas abertas e uma temperatura interior a rondar os 30 graus!

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Tinhamos alugado uns quartos durante os primeiros 12 dias, porque o hospital tinha dito que o R. não podia morar comigo enquanto que estivesse no alojamento do hospital, pois iria viver com outras enfermeiras... Felizmente, conseguiram dar-me um estúdio e os planos acabaram por sair melhor do que pensávamos...

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No dia seguinte, apresentei-me no hospital, onde a Directora dos Cuidados de Saúde estava à minha espera, fui apresentada ao serviço e à tarde fomos os dois, pela primeira vez a Paris, onde tive a entrevista na Ordem dos Enfermeiros, com um dos conselheiros da Ordem. 

Comecei a trabalhar exactemente no dia 7 de Agosto... Os primeiros dias foram, sem dúvida, os mais difíceis, entre dominar a língua, a integração no local de trabalho, e a nossa instalação/limpezas no estúdio, mal tínhamos tempo para dormir...

O R. ainda voltou a Portugal, tal como tinhamos planeado, para depois regressar de vez... Dois meses depois tinhamos arranjado trabalho também para ele, e eu tinha o meu contrato indeterminado na mão... A partir daí sabíamos que tudo iria depender apenas de nós dois...

Moramos uns meses ali, mesmo ao lado do hospital, mas foi quando nos mudamos para o nosso apartamento que sentimos que a partir dali as coisas eram "afinal mesmo a sério"...

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E DE REPENTE PASSARAM 5 ANOS

Faz hoje 5 anos que mudamos de país, 5 anos que entramos no nosso Peugeot 206 e rumamos à maior aventura das nossas vidas... Lembro-me perfeitamente desse dia como se fosse hoje, na despedida apenas estava a minha irmã mais velha e o meu cunhado, nessa altura os meus pais e a minha irmã mais nova estavam na Alemanha... Foi tudo tão de repente que acho que só tomamos consciência do passo que tínhamos dado quando chegamos ao nosso destino....

 

Fizemos a viagem no nosso carro comercial, sem ar condicionado, em pleno mês de Agosto, carregados com tudo o que nos fazia falta (e o que o espaço da mala do carro nos permitia levar), com temperatura elevadíssimas... Entre portagens, combustível, e alimentação, lembro-me que gastamos cerca de 300€...

 

Íamos cheios de medos e expectativas... Para trás deixávamos a nossa família, os nossos amigos, a nossa cidade, os nossos costumes, a nossa vida... E o pior, a incerteza de que um dia voltaríamos a trabalhar no nosso país...

 

Optámos por fazer a viagem em dois dias, programamos uma noite em Bordéus e dali partiríamos para o destino final: Ile de France, mais precisamente no departamento 91.

 

Nem imaginam o choque que foi quando olhámos para o GPS e vimos que o nosso destino final era este... Confesso que tínhamos ideia que a França fosse semelhante à Suíça.... Mas não, pelo menos esta zona da França não... 

 

Com o tempo, habituámo-nos a estar aqui, e o que era estranho passou a ser encarado como "normal"... Admito que, mesmo depois de 5 anos passados, ainda não nos sentimos "em casa", e acho muito difícil que esse sentimento vá um dia mudar... É difícil sentirmo-nos em casa quando existe uma grande diversidades cultural, quando as pessoas são totalmente diferentes àquelas que estávamos habituadas, quando as regras a que estávamos habituados parecem não existir, quando olhamos à nossa volta e vemos que ninguém nos conhece, quando constatamos que aqui é cada um por si e dificilmente há alguém que se ofereça para ajudar de forma gratuita...

 

Se pudéssemos voltar no tempo, tornávamos a fazer o mesmo, voltávamos a fazer as malas e a emigrar... A emigração mudou a nossa visão sobre o Mundo, sobre Portugal, sobre as pessoas mais importantes na nossa vida, sobre o que é realmente mais importante na vida, e sobre o que vale a pena lutar... Tudo ficou mais claro na nossa vida... Hoje sabemos que não há riqueza maior que a nossa família e o seu nossos amigos, aquelas pessoas que mesmo ausentes estão sempre presentes, aqueles que todos os dias nos dão uma força, e cada vez que voltamos estão de braços abertos à nossa espera...

 

Ao emigrar para aqui, ganhamos a nossa família do coração, aqueles amigos que tal como nós decidiram sair de Portugal porque não tinham trabalho... A vida foi ficando mais fácil quando percebemos que não estávamos sós nesta aventura... E é graças a esta mini comunidade portuguesa que fomos formando, que conseguimos tornarnos mais fortes... Hoje sabemos que quando regressamos de Portugal temos a nossa família do coração aqui...

 

Perguntam-nos muitas vezes se vamos ficar por aqui, e não consigo negar o nosso desejo de um dia voltarmos a trabalhar em Portugal... Queremos que a nossa passagem aqui seja apenas mais uma grande volta que um dia demos na nossa vida... Não nos conseguimos imaginar aqui por mais 5 anos, e só rezamos para que tudo dê certo... Todos os dias tentamos ser positivos.... Todos os dias procuramos acreditar que o nosso regresso a Portugal será ainda mais fácil que a nossa vinda para aqui...

 

Temos medo de um dia acabarmos como os portugueses que foram ficando por aqui, com um grande arrependimento de um dia não terem voltado para Portugal, porque deixaram passar os anos e não tiveram a coragem de arriscar, porque é preciso uma coragem ainda maior para tornar a arriscar e voltar a fazer o caminho de regresso a casa!

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EMIGRANTE EM PARIS

        - 1 de Janeiro

        - Segunda de Páscoa (entre 23 Março e 26 de Abril)

        - 1 de Maio

        - 8 de Maio

        - Quinta-feira de Ascenção (feriado móvel: 40 dias após a Páscoa)

        - Segunda-feira de Pentecostes (feriado móvel: 50 dias após a Páscoa)

        - 14 de Julho

        - 15 de Agosto

        - 1 de Novembro

        - 11 de Novembro

        - 25 de Dezembro

 

ESPECIAL COVID-19

SAUDADE

Amanhã faz uma semana que viemos de umas mini-férias de Portugal... Foram 7 dias tão curtos que mal tive tempo para "repousar" e passar por aqui...  Foi a última viagem que o Gui viajou gratuitamente de avião (já que em Junho completa já 2 anos!Nem me acredito... O tempo voa!), e foi a primeira viagem em que viajamos apenas os dois (pois o R. não tinha mais férias)... Foram 7 dias intensos, 7 dias que me fizeram reflectir ainda mais sobre esta nossa vida longe do nosso país... 

 

Sempre pensei que com o tempo, as saudades do nosso país, se fossem atenuando... Imaginei até que um dia iria dizer, como ouvimos muitos emigrantes, "na França é que é...  Na França não há nada disto, nem nada daquilo...". Mas não...

 

Mais o tempo passa, mais eu vejo que a saudade aumenta... Mais eu vou a Portugal e eu me apercebo que fica mais difícil regressar aqui... Mais eu vejo o Gui crescer, mais eu acredito que ele teria uma infância mais feliz e saudável em Portugal... 

 

Perguntam-me muitas vezes se tenho saudades do meus país, se penso um dia voltar... Como não ter saudades do cheiro e do sol das nossas praias, do campo e das montanhas? Como não ter saudades de passear tranquilamente na minha cidade? Como não ter saudades da nossa comida, das esplanadas dos nossos cafés, das nossas Igrejas, dos nossos Mercados, das nossas Feiras? Como não ter saudades da nossa Família e dos nossos Amigos? Como não ter saudades das jantaradas, das saídas à noite, das festas em família e/ou entre amigos? 

 

É preciso estar longe e sair do nosso cantinho para percebermos a dimensão da palavra saudade! É preciso acreditar que esta é apenas uma fase das nossas vidas, e que um dia, não muito longe do amanhã, iremos regressar sem arrependimentos e aproveitar melhor tudo o que até aqui não dávamos o devido valor... Só quem está longe é que irá perceber, e só quem está longe é que sabe como fica mais difícil cada abraço de despedida...

 

Nunca me arrependi de ter saído de Portugal e, se o tempo voltasse atrás, voltaria a fazê-lo... O facto de sairmos do nosso país dá-nos uma visão melhor do Mundo, dá-nos uma melhor visão do que realmente queremos, e do que é mais importante para nós...

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FAZ HOJE 4 ANOS...

... Que fiz o meu último turno no Hospital de São João, no Porto...

Lembro-me desse dia como se fosse hoje, 

e quero guardá-lo preciosamente na minha memória...

Acho que foi nesse dia que caí na "realidade" e tomei consciência 

que a nossa vida ía mudar radicalmente...

Não nos arrependemos do que fizemos,

e voltávamos a fazer tudo outra vez...

Mas confesso que ainda hoje temos saudades daqueles tempos...

 

Não quero parecer lamechas mas senti que devia

relembrar este dia, com uma das imagens, das muitas mensagens, recebidas 

quando decidimos emigrar para aqui...

❤️

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SOCORRO, PRECISAMOS DE UM APARTAMENTO!

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Andamos há cerca de 3 meses há procura de um apartamento maior, pois este tem apenas um quarto, mas digo-vos que esta missão parece mais impossível do que provável! 

 

Agora com o Gui decidimos que não podemos mais morar num apartamento sem elevador, pois é super complicado sair de casa com as tralhas todas às costas... Estão a imaginar quando saímos de casa e, chegamos ao carro e apercebemo-nos que deixamos alguma coisa em casa?! Eu pessoalmente fico logo "azul" só de saber que tenho que fazer o percurso inverso com Gui ao colo... Enfim, está fora de questão mudarmos-nos para um apartamento sem elevador!

 

O apartamento terá que ter, pelo menos, um lugar de garagem no "sub-solo" pois reconhecemos que é super complicado deixar o carro estacionado ao ar livre: no inverno molhamo-nos todos e no verão quando entramos no carro parece um autêntico forno (nem o ar condicionado nos salva)! 

 

Além disso, terá que ter uma área mínima de 60m2... Pode parecer pequeno, mas acreditem que existem apartamentos com 2 quartos que chegam a ter 30m2, sem falar de Paris centro, que então aí devemos encontrar apartamentos de 2 quartos com 20m2!

 

Outro critério importante é ter uma varanda relativamente grande, para que possamos almoçar ou jantar, quando o tempo está agradável, sem falar que assim podemos também fazer os nossos grelhados, no grelhados eléctrico.

 

E, claro, não menos importante, tem que estar relativamente bem localizado em relação ao nossos locais de trabalho.

 

Os nossos critérios até podem ser podem parecer simples, mas acreditem que não é nada fácil encontrar e quando encontramos, muitas vezes não nos respondem aos nossos e-mails ou às nossas chamadas! A procura é tanta que tanto os particulares como as imobiliárias dão-se ao luxo de não responder aos pedidos!

 

Nós, por exemplo, quando finalmente pensávamos que tínhamos encontrado o apartamento que preenchia todos os nossos requisitos, vimo-nos de "mãos atadas"... Na realidade, encontramos um apartamento numa agência, através do site Leboncoin, enviamos tudo o que era preciso para constituir o dossier de candidatura, ligamos meia dúzia de vezes para obter uma resposta (um "sim ou um não"), mas simplesmente respondem que estão a analisar o dossier... E já lá vão uns 15 dias à espera de uma simples resposta! Enquanto isso, vamos sonhando para que aquele apartamento possa ser alugado por nós, pois isto de andar à procura é um sítio para se morar, não é nada fácil para estas bandas!

"CARTA DA MINHA IRMÃ"

"Bem quando a minha irmã me pediu para escrever este texto disse-lhe que sim mesmo sem saber exatamente por onde começar…

 

Comecemos talvez por me apresentar. O meu nome é Sulay C, tenho 28 anos e sou a irmã mais nova, aquela que trabalhava e vivia na Alemanha... Mas não está mais...

 

Decidir emigrar para a Alemanha nos finais de Outubro de 2012... Confesso que na altura não pensei demasiado no impacto que ía ter esta minha decisão... Na época, o mercado de trabalho em Portugal não estava no melhor momento e as ofertas de trabalho eram mal remuneradas, por isso achei que devia arriscar e sair do país...

 

Com o meu pai a trabalhar na Alemanha, em Stuttgart, e eu tendo umas bases da língua alemã (bases estás adquiridas na escola e num curso intensivo que também fiz), achei que deveria aproveitar estes dois factos e tirar o melhor partido para a minha vida: a oportunidade de adquirir experiência profissional no estrangeiro e a oportunidade de viver com o meu pai.

 

Confesso que os primeiros seis meses não foram propriamente fáceis... Afinal as bases de alemão que eu pensava ter eram muito poucas para estabelecer um diálogo e compreender até as pessoas, o que fez com que não fosse propriamente fácil arranjar um trabalho e conciliar um curso de alemão ao mesmo tempo...

 

Foram quase três meses a enviar currículos e a ir a entrevistas... Até que no inicio de 2013 a minha sorte começou a mudar um bocadinho... Primeiro, consegui uma vaga num curso de alemão e logo depois consegui emprego numa empresa de reparações e tecnologia... Se este era o meu trabalho de sonho?! Claro que não era... Tinha saído de Portugal com uma expectativa muito alta de emprego, e sendo eu licenciada em Turismo, pensei que seria fácil arranjar algum emprego na minha área...

 

Apesar de não ser o emprego de sonho, arregacei as mangas e dei o meu melhor... Nunca pensei ficar 4 anos naquela empresa, mas acabei por ficar... E não me arrependo nada! Evoluí muito enquanto trabalhei lá... Comecei por fazer testes finais e de qualidade aos telemóveis/tablets, mais tarde passei para o atendimento ao público e, logo depois  fiquei responsável pela parte administrativa e assistente direta do CEO e diretor... Tinha quase tudo para dar certo, mas faltava o "quase"... E o "quase" tinha ficado em Portugal...

 

A verdade, é que apesar de estar bem profissionalmente, quando optei por sair de Portugal acabei por perder muito da minha vida pessoal em prol da vida profissional... E quem é emigrante sabe bem do que falo... A vida de emigrante não é propriamente fácil... Perdem-se tantos momentos que nunca mais voltam... E aos poucos começamo-nos a sentir “visitas” no nosso próprio país... Nunca quis ficar definitivamente na Alemanha, e embora houvessem momentos que achasse que isso iria ser o meu destino, procurei manter-me atenta à evolução do mercado de trabalho em Portugal... Até que essa oportunidade surgiu e eu achei que era a altura certa para arriscar novamente...

 

Estes 4 anos na Alemanha foram fundamentais para a minha evolução pessoal e profissional e foi à conta disto que eu consegui regressar a Portugal... No início do ano surgiu então uma proposta tentadora de uma empresa em Portugal que procurava alguém para trabalhar com o mercado alemão... E foi esta proposta tentadora, que tornou a dar uma volta à minha vida e me fez regressar ao nosso país e recuperar algumas das coisas que fui perdendo enquanto estive longe.

 

Se foi fácil regressar a Portugal?! Tenho que confessar que não... Sinto que preciso de me adaptar novamente, pois o ritmo de vida na Alemanha era muito diferente... É estranho até dizer isto mas é a pura realidade...

 

Estou quase há um mês em Portugal, e posso afirmar que não me arrependo em nada da decisão que tomei, mas também não me arrependo da decisão que tomei há cinco anos atrás quando decidi emigrar... Viver e trabalhar na Alemanha permitiu-me crescer e evoluir e foi esta emigração que me deu um novo olhar sobre a vida...

 

 Agora desejem-me sorte para esta nova etapa que ainda agora começou..."

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(Este foi o testemunho da minha irmã mais nova que regressou definitivamente a Portugal no passado dia 25 de Março... A ela, aqui vai o meu obrigado pelo seu testemunho e toda a sorte do Mundo... Quem sabe um dia eu também irei escrever uma carta semelhante.)

DE REGRESSO

E de repente as férias em Portugal terminaram e nós regressamos os três a Paris... Ontem foi dia de despedidas e abraços... Sabemos que o tempo voa depressa de mais, mas também sabemos que cada despedida custa um bocadinho mais que a anterior...

 

Seria bem mais fácil se isto se tornasse mais uma simples rotina das nossas vidas... Mas o simples facto de não sabermos quanto tempo iremos ficar deste lado é o suficiente para que esta nostalgia esteja cada vez mais presente na hora da despedida!

 

E que bom que foram estes dias passados em Portugal... Procuramos aproveitar ao máximo, e ainda tivemos a sorte do tempo ter ajudado. Felizmente hoje fomos brindados aqui por um excelente dia de sol, por isso vamos passear um bocadinho e aproveitar o resto das férias que ainda me restam com o Gui... É verdade, é já no dia 3 de Abril que a nossa vida torna a dar uma grande volta... Eu regresso ao trabalho e o Gui, pela primeira vez, passará a ir para a ama. Mas não vou escrever sobre isto hoje, deixarei este tema para um outro dia...

 

Hoje o post foi para assinalar o nosso regresso aqui, amanhã prometo trazer novidades...

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LIBERDADE DE ESCOLHA

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Sempre que decidimos ir almoçar ou jantar num shopping temos sempre um grande problema: escolher onde vamos! O problema é que aqui em França (pelo menos nesta zona de Paris) quando vamos comer a um shopping, além da oferta ser bem menor do que a que existe em Portugal, somos obrigados a comer no restaurante onde vamos pedir a refeição, o que faz com que seja impossível cada pessoa escolher livremente o que quer realmente comer.

 

Será que só sou eu que me deparo com esta dificuldade? Porque será que os "franceses" não fazem como em Portugal, e até na Alemanha, onde existe uma área de restauração e cada pessoa come o que lhe apetece e onde lhe apetece! Seria bem mais simples e iria agradar a muita gente mesmo, não acham?!

É ASSIM TÃO DIFÍCIL?!

Se vocês soubessem o quanto estou fartinha das vezes que já trocaram o meu apelido aqui em França... Começo a acreditar que eles fazem de propósito! São tantas as vezes que isto acontece que contado ninguém acredita nisto! Para completar esta "salgalhada" toda agora o Gui também foi contemplado... Envio os documentos necessários para o nosso seguro de saúde de forma a que o Gui passe a ficar incluído, documentos estes que são fotocópias escritas a computador, e qual não é o meu espanto quando reparo que em vez de escreverem GUILHERME colocaram GUILLAUME!!! Fiquei tão cega, mas tão cega, que olhei vinte mil vezes para o nome dele para ver se não era eu que estava a alucinar...

 

Como Guilherme não é um nome que existe em francês eles substituiram o nome por nome que tivesse a mesma equivalência, neste caso, Guillaume!!! Começo a achar que vai ser mais fácil mudar os nossos nome a apelidos para evitar este tipo de confusão! 

 

Acreditem, eu tento compreender este tipo de erro, mas NÃO CONSIGO MESMO!!!

 

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PARECE MENTIRA!

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Até podia ser uma "peta", porque hoje é o dia das mentiras, e ao início até eu pensei que me estivessem a pregar uma...

 

Como já vem sendo habitual, todos os meses, hoje fui fazer novas análises aos sangue relativas ao meu 7º mês de gravidez, entre elas umas específicas relativas ao meu grupo sanguíneo. Como tinha feito a injeção de imunoglobulina anti-D (Rh), há cerca de 15 dias, a técnica pediu-me o meu cartão de grupo sanguíneo (cartão esse que tinha sido feito no laboratório) e perguntou-me o meu apelido de solteira (em francês, nom de naissance ou nom jeune fille) e o apelido de casada (em francês, nom d'époux (se))... E foi aqui que, pela milésima vez desde que aqui estamos, a confusão começou...

 

«Como?! Você tem o mesmo apelido?? E qual é o apelido do seu marido?? Isto não pode ser, você aqui no cartão não pode ter o mesmo nome de "jeune fille" e "d'épouse"!» - diz a técnica toda eufórica, enquanto eu tentava-lhe explicar que o meu nome de casada é exactamente o mesmo de solteira, que era portuguesa, que podia ajustar ou não o apelido do meu marido... etc... etc... Mas ela estava tão alarmada com aquela situação que mais parecia que eu estava a "falar pra o boneco"... Foi então que ela lá disse: «O laboratório tem um problema no sistema informático que não permite colocar o mesmo nome, para isso temos que colocar que é solteira... Isto em breve irá resolver-se, mas para já tem que ser assim e vamos lá ver se na maternidade não lhe vão colocar problemas...»

 

E mais uma vez fiquei com a "cabeça em água"! O cartão do grupo sanguíneo feito há mais de um ano e hoje lembram-se que não pode ser assim! A única coisa que lhe pedi foi para não me mudarem os apelidos pois estou fartinha de ter que corrigir esta situação, e isso sim é que, a meu ver, me pode dar sérios problemas!!! 

 

Fiz sempre todas as colheitas de sangue no mesmo laboratório, achando eu que as coisas assim seriam mais simplificadas, mas pelos vistos não... A todo o lado que vou tenho que explicar o motivo de eu ter uns apelidos e o meu marido outros, tantos portugueses a viverem aqui e ainda ninguém quis perceber o lógico! 

 

Nem imaginam o quanto eu estou FARTA desta situação, nem sabem a quantidade de vezes que eu já tive que pedir para corrigirem os meus apelidos, pois mesmo enviando toda a documentação que comprova o meu nome eles teimam em mudar os meus apelidos... Mas se eles pensam que alguma vez eu vou mudar de apelidos para lhes facilitar a vida, estão muito enganados... Sim, ainda no outro dia falava eu com um senhor português que morava aqui há muitos anos e ele dizia-me exactamente isso: «Eu para evitar confusões, quando me nacionalizei francês, fiquei só com o apelido do meu pai». Nem queria acreditar no que ele me estava a dizer... Mas isto alguma vez "cabe na cabeça de alguém"?? No meu caso teria que esquecer os meus apelidos de família e adoptar apenas o último apelido do meu marido... Uma situação que está fora de questão!

image.jpegE com esta história toda, até me esqueci que entramos hoje no mês de Abril...

Bem-vindo Abril!

O VERDADEIRO EMIGRANTE

image.jpegPerante isto....Fiquei sem palavras...

Só tenho medo de um dia "ficarmos assim"!

(Eh... eh... eh...)

 

OFERTA DE EMPREGO PARA TOULOUSE

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Hoje recebi no meu email uma proposta de emprego, na área da Enfermagem, de uma agência de recrutamento especializada na área da saúde, a Best Personnel, a quem estiver interessado não custa nada tentar ou então divulgar!

 

Foi através de uma empresas destas que eu também emigrei, uma ajuda fundamental quando se quer emigrar e não se tem a ajuda ninguém... Eu sou a prova de que é possível acreditar e vencer.

 

 
RECRUTAM-SE ENFERMEIROS (m/f)
 Toulouse, França
 
«A Best Personnel procura Enfermeiros uma clínica localizada em Toulouse, França. Este grupo é líder na prestação de cuidados, fornecendo soluções tecnológicas e organizacionais inovadoras, incentivando uma dinâmica de excelência médica.
 
O nosso cliente emprega mais de 14 000 funcionários, na sua rede de 80 instituições na área da saúde, nos serviços de medicina, cirurgia, obstetrícia, oncologia, cuidados intensivos e reabilitação, cuidados médicos ao domicílio e psiquiatria. 
 
Situada ao sul da França e cortada pelo rio La Garonne, a cidade de Toulouse é a quarta maior cidade francesa e é conhecida como La Ville Rose, graças à cor predominante de seus prédios construídos com tijolos cor de rosa. É uma cidade repleta de arte e história, sendo ao mesmo tempo uma cidade moderna e caracterizada pelos imponentes prédios históricos e avenidas largas e arvorejadas, charmosos cafés e restaurantes que dão um ar cosmopolita à capital de Midi Pyrénées.
 
Toulouse dispõe de aeroporto com ligações directas low cost para os aeroportos de Porto, Lisboa, Faro, Funchal e Ponta Delgada.
 
 
 

BATEU SAUDADE...

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Depois de tantas fotografias publicadas hoje de máscaras de Carnaval,

bateu uma grande saudade desta festa...

Saudades de uma noite Carnavalesca, cheia de folia e animação...

Em boa companhia, com boa música, num clima de festa...

E logo eu que gosto tanto desta época, vim parar num país onde esta festa passa totalmente ao lado!

Nunca pensei que o Carnaval fosse tão insignificante para os franceses...

Não sabem eles o que perdem!

O MELHOR DE 2015

 

 

Prestes a terminar o Ano, a tendência é fazermos um balanço do que se fez, daquilo que ficou para trás, dos sucessos, dos insucessos, das alegrias, das tristezas, e de tantas outras coisas... Fazemos planos para o próximo ano, prometemos que vamos fazer isto ou aquilo, que vamos ser mais felizes, e que tudo o que não fizemos neste ano vamos fazer no próximo.... 

 

Tivemos momentos menos bons, de menos felicidade, e de algum medo também... Pessoas que partiram mais cedo das nossas vidas, palavras e gestos mal-ditos, pessoas que nos desiludiram, amigos que se afastaram... O pior foi, sem dúvida, o terror em que hoje vivemos, os atentados que vamos assistindo, e o medo de não saber em como isto vai acabar...

 

Apesar de tudo, 2015 foi um dos melhores anos para nós!

 

As vindas a Portugal, o calor da nossa família e amigos, os nascimentos dos nossos 2 sobrinhos do coração (um ontem), todos os momentos de carinho passados no nosso Portugal... Tudo isto preencheu o buraco que fica fica sempre no nosso coração de cada vez que partimos daqui.... 

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O consolidar das amizade que fizemos por terras francófonas, foi um dos pontos altos de 2015... Porque quando se está longe, e encontramos pessoas na mesma situação que nós, que pensam como nós, que tentam ver o lado mais positivo de se emigrar, tudo se torna mais fácil... A estas amizades que para nós foram fundamentais, só podíamos estar muito gratos e felizes...

Foi o ano em que mais viajamos, festejamos todas as pequenas coisas por mais ridículas que pudessem parecer e, acima de tudo, demos o melhor de cada um de nós!

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Para este ano, a "cereja no topo do bolo", foi sem dúvida a "nossa gravidez", um dos momentos mais felizes das nossas vidas, que ficará marcado para sempre no nosso coração... O partilhar deste momento, o carinho recebido, os abraços, as palavras de amor... Gestos simples que aquecem os nossos 3 corações!

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Por tudo isto e muito mais, resta-nos esperar que o Ano de 2016 seja tão ou ainda melhor que 2015! 

 

A todos vocês que seguem este humilde blog, o meu muito obrigado também, a vocês eu desejo um Excelente Ano também!