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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

SOBRE ACREDITAR ❤️

Esta semana começamos a legalizar um dos nossos carros, fui ao centro de inspecções e quando o inspector soube que o motivo da mudança das matrículas era a alteração de residência, a pergunta foi directa:

- Têm a certeza que fizeram a melhor escolha?

Imediatamente respondi:

- Claro que fizemos, a vida é feita de escolhas e é preciso acreditar. Nos 9 anos que estivemos em Franca, não encontramos uma única pessoa que nos dissesse que não havia país para viver como a França... Não houve uma única pessoa que já reformada nos dissesse que fizeram a melhor escolha: ficar! Podem não acreditar, mas acreditem: TODOS os nossos emigrantes diziam que agora era tarde para voltar para Portugal porque os filhos tinham ganho raízes, já tinham netos, e era impensável para as gerações seguintes viver em Portugal... Faltou-lhes a coragem para arriscar... 

De repente, o inspector perguntou:

- Mas vocês não nasceram em França?

Disse-lhe que não e confirmei que era exatamente isso que fazia a diferença: não termos nascido lá... Por isso, antes que os nossos filhos crescessem queríamos regressar a Portugal... Se nunca tentássemos também não tínhamos emigrado, nunca saberíamos se daria certo ou não e a frustração de não termos ido em frente seria muito maior... Ficaríamos sempre nessa incerteza... Por isso, como partimos assim regressamos...

Voltaríamos a fazer tudo novamente, o caminho nem sempre foi fácil, mas foi sem dúvida o caminho mais enriquecedor que fizemos até agora! 

Quando partimos muitos acharam que éramos loucos e quando decidimos regressar acharam exactamente o mesmo!!! Incrível, não?!

Esta nossa aventura só veio confirmar no que sempre pensamos: não podemos deixar que as pessoas nos façam desistir daquilo que mais queremos. Acreditar, lutar para tirar o melhor partido de cada volta que decidimos dar na nossa vida!

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"No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim." (Fernando Sabino)

PORTUGAL - HUNGRIA

Euro2020 (21)

Por aqui estamos ansiosos pela estreia de Portugal no Europeu de futebol. Portugal integra o grupo F do Euro2021, juntamente com a Hungria, a Alemanha e a França. O primeiro jogo é já hoje, no estádio Puskas, em Budapeste, onde vamos defrontar a Hungria, uma equipa com a qual Portugal nunca perdeu.

 

Depois de defrontar a Hungria, no sábado será a vez dos germânicos, em Munique, e os franceses, no dia 23, novamente no mesmo palco de hoje... Este último jogo vai ser impróprio para cardíacos, Portugal, campeão europeu, com a França, campeã do mundo... Dá para imaginar o ambiente que se irá viver por aqui... 

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PREÇO PARA ACOMPANHAR BEBÉ NO INTERNAMENTO

Sistema de Saúde Francês

Quase 3 meses depois do Martin ser internado, recebo uma factura para pagar do hospital... Estava à espera de muita coisa, mas não de uma conta para pagar das duas noites em que eu fiquei, no Serviço de Pediatra, para acompanhar o Martin!  

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14.5€ cada noite... Isto sem contar que estamos a falar de um hospital público.... Deve ter sido para pagar o aluguer do sofá/cama onde fiquei instalada... Porque nem um copo de água tive direito.

Depois do pagamento, enviei o comprovativo de pagamento para o seguro, falta agora saber se vão reembolsar...

COMO VENDER UM CARRO EM FRANÇA

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Tal como prometido, o post de hoje é sobre os passos que temos que seguir quando queremos vender o nosso carro. Confesso que pensei que fosse uma tarefa complicada, mas é algo relativamente simples de se fazer. Tudo é feito a partir do computador...

 

Assim que encontramos o possível comprador do nosso carro, é preciso declarar a venda (ou a doação) no site ANTS (Agence nationale des titres sécurisés), para isso é necessário ter algumas informações do futuro proprietário: nome completo, data de nascimento, local de nascimento e morada completa. Neste site é necessário registar a data e a hora da venda/doação e os quilómetros do veículo. No final, de ser feito este registo, aparece um código de venda/doação (code de cession) que deverá ser copiado e entregue ao futuro proprietário para que ele possa registar o carro no seu nome.

 

Além disto, são necessários dois documentos: 

- o formulário cerfa 15776*01 (certificat de cession) que é nada mais que o comprovativo de venda/doação;

- e o certificado de situação administrativa (certificat de situation administrative), que comprova que o carro não tem multas ou qualquer dívida.

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No final, e para finalizar a venda, é necessário entregar ao proprietário: 

- o exemplar número 2 do formulário cerfa 15776*02 (certificat de cession);

- o certificado de situação administrativa (com menos de 15 dias);

- o registo de propriedade do carro (carte grise), barrada, com a menção vendida, dia, mês, ano e hora, e assinada (vendu le -jour/mois/année/heure- ou cédé le -jour/mois/année/heure- et votre signature);

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- o documento que comprova que o carro fez a inspecção (contrôle technique), com uma data inferior a 6 meses, se o carro tem mais de 4 anos;

- e o código de venda (code de cession). 

 

Para o pagamento, o mais seguro é pedir ao futuro proprietário que pague em dinheiro ou em cheque banque (um cheque que o banco emite com o valor do dinheiro, de forma a ser mais seguro) no dia da entrega do carro. O ideal é depositar o dinheiro/ cheque, directamente no banco, juntamente com o comprador de forma a evitar uma possível burla. 

DE CORAÇÃO CHEIO

O Blog andou um bocadinho parado porque andamos quatro dias a matar algumas saudades... Depois da França ter dado luz verde para a abertura das fronteiras, tivemos as nossas primeiras visitas vindas da Alemanha... Foram momentos simples mas repletos de ternura... O Gui e o Martin andavam eufóricos e só faltaram mesmo os beijos e os abraços que esta pandemia nos roubou... 

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COLECIONANDO MOMENTOS ❤️

E pelo sexto ano consecutivo, fizemos as malas e partimos rumo à bela cidade de Stuttgart, para umas mini-férias de Páscoa... Foram quatro dias bem aproveitados onde pudemos estar com alguns dos nossos familiares mais próximos e amigos.

 

Com o sol sempre a brilhar e as temperaturas a rondar os 25 graus, tivemos as mini-férias de Páscoa mais quentes de sempre!  Foi uma viagem um bocadinho cansativa mas valeu muito a pena... Foi mesmo bom quebrar a rotina e poder coleccionar bons momentos...

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DESCULPEM A AUSÊNCIA...

Desculpem a ausência mas foi tudo por uma boa causa... Estivemos, os três, quinze dias de férias em Portugal, desta vez o Papá R. (como chama carinhosamente o Gui) ficou em França... É claro que não foi fácil deixar o Papá cá, mas mesmo assim, foi bom podermos fazer esta escapadela os 3, para matar algumas das saudades antes do Principezinho 2 nascer...

 

Tentámos aproveitar o máximo que pudemos, visitamos a nossa família e alguns dos nossos amigos, passeamos pelo campo, andamos pela cidade e corremos pela praia... Mas que dias fantásticos que tivemos... Só foi mesmo pena o papá não estar também...

 

Fomos presenteados por dias de sol fantásticos, com algum calor à mistura... Despedimo-nos do Inverno da melhor forma possível... E prometemos que um dia aquele pedacinho de terra tornaria a ser o nosso lar...

 

O Gui andava eufórico com tanta liberdade... E assim que viu a praia correu a reclamar que queria "nadar" na água como fazemos nos dias quentes de Verão... Tentei explicar-lhe que só podíamos ir para a água quando regressassemos nas próximas férias, com mais calor, mas na sua inocência dos dois anos respondia-me sempre que "ali já era o calor"... E claro que para ele estava suficientemente calor, para trás tínhamos deixado os gorros e os casacos de Inverno a que estávamos habituados... Lá acabou por perceber que ir para a água seria complicado, mas mesmo assim delirou com o simples facto da podermos brincar na areia junto à água...

 

As idas ao parque também eram mais interactivas, depressa o Gui percebeu que todas as crianças falavam a mesma língua que ele, e não aquela língua estranha que ele percebe mas teima em não falar... 

 

Aproveitamos ainda para comprar algumas roupinhas super fofinhas para o Principezinho 2, e é claro que o Gui acabou por ganhar alguns presentinhos também...

 

No final, regressamos cansados mas com o coração cheio e uma mala cheia de boas recordações.... Como foi bom podermos recarregar baterias... Agora é aproveitar os dias da melhor forma, pois muitas coisas boas se avizinham antes das próximas férias de Verão! ❤️

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CONTADO NINGUÉM ACREDITA

Esta semana o Presidente francês, Emmanuel Macron, visitou a ilha francesa de Saint-Martin, no Caribe, um ano depois da passagem do furacão Irma... Até aqui nada de anormal, não fosse a polémica foto onde ele aparece com um jovem que faz um gesto obsceno! É óbvio que a foto viralizou na internet e eu cheguei a pensar que se tratasse de uma montagem...

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Diga-se de passagem que, para um Presidente quem em Junho passado repreendeu um adolescente por chamá-lo de "Manu" e pediu respeito, não se compreende como é que desta vez ele achou esta postura adequada! 

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Às vezes fico com a ideia que querem ser tão liberais que chegam a cair no ridículo.... Se é que a isto se pode chamar de ridículo!

E DE REPENTE PASSARAM 5 ANOS

Faz hoje 5 anos que mudamos de país, 5 anos que entramos no nosso Peugeot 206 e rumamos à maior aventura das nossas vidas... Lembro-me perfeitamente desse dia como se fosse hoje, na despedida apenas estava a minha irmã mais velha e o meu cunhado, nessa altura os meus pais e a minha irmã mais nova estavam na Alemanha... Foi tudo tão de repente que acho que só tomamos consciência do passo que tínhamos dado quando chegamos ao nosso destino....

 

Fizemos a viagem no nosso carro comercial, sem ar condicionado, em pleno mês de Agosto, carregados com tudo o que nos fazia falta (e o que o espaço da mala do carro nos permitia levar), com temperatura elevadíssimas... Entre portagens, combustível, e alimentação, lembro-me que gastamos cerca de 300€...

 

Íamos cheios de medos e expectativas... Para trás deixávamos a nossa família, os nossos amigos, a nossa cidade, os nossos costumes, a nossa vida... E o pior, a incerteza de que um dia voltaríamos a trabalhar no nosso país...

 

Optámos por fazer a viagem em dois dias, programamos uma noite em Bordéus e dali partiríamos para o destino final: Ile de France, mais precisamente no departamento 91.

 

Nem imaginam o choque que foi quando olhámos para o GPS e vimos que o nosso destino final era este... Confesso que tínhamos ideia que a França fosse semelhante à Suíça.... Mas não, pelo menos esta zona da França não... 

 

Com o tempo, habituámo-nos a estar aqui, e o que era estranho passou a ser encarado como "normal"... Admito que, mesmo depois de 5 anos passados, ainda não nos sentimos "em casa", e acho muito difícil que esse sentimento vá um dia mudar... É difícil sentirmo-nos em casa quando existe uma grande diversidades cultural, quando as pessoas são totalmente diferentes àquelas que estávamos habituadas, quando as regras a que estávamos habituados parecem não existir, quando olhamos à nossa volta e vemos que ninguém nos conhece, quando constatamos que aqui é cada um por si e dificilmente há alguém que se ofereça para ajudar de forma gratuita...

 

Se pudéssemos voltar no tempo, tornávamos a fazer o mesmo, voltávamos a fazer as malas e a emigrar... A emigração mudou a nossa visão sobre o Mundo, sobre Portugal, sobre as pessoas mais importantes na nossa vida, sobre o que é realmente mais importante na vida, e sobre o que vale a pena lutar... Tudo ficou mais claro na nossa vida... Hoje sabemos que não há riqueza maior que a nossa família e o seu nossos amigos, aquelas pessoas que mesmo ausentes estão sempre presentes, aqueles que todos os dias nos dão uma força, e cada vez que voltamos estão de braços abertos à nossa espera...

 

Ao emigrar para aqui, ganhamos a nossa família do coração, aqueles amigos que tal como nós decidiram sair de Portugal porque não tinham trabalho... A vida foi ficando mais fácil quando percebemos que não estávamos sós nesta aventura... E é graças a esta mini comunidade portuguesa que fomos formando, que conseguimos tornarnos mais fortes... Hoje sabemos que quando regressamos de Portugal temos a nossa família do coração aqui...

 

Perguntam-nos muitas vezes se vamos ficar por aqui, e não consigo negar o nosso desejo de um dia voltarmos a trabalhar em Portugal... Queremos que a nossa passagem aqui seja apenas mais uma grande volta que um dia demos na nossa vida... Não nos conseguimos imaginar aqui por mais 5 anos, e só rezamos para que tudo dê certo... Todos os dias tentamos ser positivos.... Todos os dias procuramos acreditar que o nosso regresso a Portugal será ainda mais fácil que a nossa vinda para aqui...

 

Temos medo de um dia acabarmos como os portugueses que foram ficando por aqui, com um grande arrependimento de um dia não terem voltado para Portugal, porque deixaram passar os anos e não tiveram a coragem de arriscar, porque é preciso uma coragem ainda maior para tornar a arriscar e voltar a fazer o caminho de regresso a casa!

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MADE IN PORTUGAL

Faz mesmo bem à alma entrar num supermercado

e encontrar produtos portugueses em destaque... 

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E que belos produtos que hoje encontrei por aqui!

FESTIVAL INTERNACIONAL DE FRANCESINHAS

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Tendo em conta o grande sucesso do ano passado, o Festival Internacional Francesinhas torna a estar presente em Paris, na Expo Porte de Versailles. 

 

Este ano, para além de Paris, o Festival estará, pela primeira vez, em Genebra, Luxemburgo e Londres! 

 

Aqui fica a sugestão para quem gostar de francesinhas e estiver por estas bandas... 

COM A CASA ÀS COSTAS...

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Se há coisa que a malta aqui faz com muita frequência é mudar de casa, por isso os vizinhos são sempre diferentes... (o prédio onde eu moro foge um bocado a esta regra, mas acreditem que existem poucos edifícios assim) Por isso é muito frequente vermos as pessoas em mudanças, mas não são umas mudanças vulgares, são mudanças surreais que nos deixam de queixo caído... E sim, estamos a falar mesmo de Paris! 

 

Digamos que o carro serve para transportar quase tudo... Desde o colchão de uma cama de casal, em plena via rápida e de noite... Até o sofá da sala, em pleno domingo à hora do almoço...

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Por aqui vale mesmo tudo, mas tudo mesmo, até aquelas coisas mais doidas que vocês acham que seria impensáveis ou impossíveis! 

 

Estas duas fotografias são apenas dois pequeníssimos exemplos vivenciados por aqui, mas haveria pano para fazer um verdadeiro enxoval!

O CARNAVAL PARISIENSE

Hoje mal me conectei ao facebook deparei-me com uma série de fotografias de crianças mascaradas... Pois é, já nem me lembrava... O Carnaval está quase, quase, aí!

 

Por incrível que isto possa parecer por aqui essa data passa completamente ao lado dos Parisienses, o que causa em mim uma enorme nostalgia... Ainda vou pesquisar se se festeja em alguma terriola perto daqui... Logo eu que gosto tanto desta época...

 

Mal o Natal terminou às lojas começaram a substituir os artigos natalícios por produtos alusivos à Páscoa (que por sinal também pouco ou nada se comemora)... Máscaras de Carnaval quase não existem, por isso a primeira máscara do Gui foi comprada via internet pela Amazon.

 

Perante tanta fotografia que vi lá mascarei o Gui para ver como ele reagia... O resultado não foi muito positivo, 5 minutos depois de estar vestido de Mocho desatou a chorar todo enervado por estar com aquele fato... Que pena que foi, pois estava um Mochinho muito fofo!

 

 

Amanhã vou tentar vesti-lo mais uma vez, vamos lá ver como corre... De qualquer forma,  será sempre para ficarmos mascarados cá por casa pois se sairmos todos mascarados à rua é capaz do pessoal ficar a olhar um bocadinho mais para nós... Eh... Eh... Eh...

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PORTUGAL NO SEU MELHOR

Ontem fiz anos, tinha combinado com o meu marido fazermos uma pequena comemoração a três porque a verdadeira festa, com a família e os amigos, tinha sido programado para o fim-de-semana...

 

Não tivesse eu amigas especiais que me fizeram uma surpresinha, ontem, ao aparecerem na minha casa com um bolinho e uma vela, ao mesmo tempo que me cantavam os parabéns... Escusado será dizer que adorei o gesto! Com isto, acabamos o dia no restaurante a festejar, não a 3 mas a 7! 

 

Para ser um bocadinho diferente, já tinha escolhido que iríamos a um restaurante francês, de forma a mudar um bocadinho "de ares" e não estarmos sempre a frequentar restaurantes portugueses... Ninguém se opôs à ideia até porque havia quem já lá tivesse ido... O mais engraçado disto tudo foi a meio do jantar começarmos a ouvir música portuguesa... Foi mesmo muito estranho, parecia que estávamos a delirar... De repente, demos por nós concentradíssimos a tentar ouvir de quem era a música, que vinha discretamente da zona da cozinha e, por instantes, foi como se estivéssemos em Portugal... 

 

Pode parecer ridículo, mas o simples facto de se ouvir uma música portuguesa, num lugar distante e inesperado deixa qualquer Tuga neste estado... Ficamos todos com uma enorme vontade de perguntar se havia algum Tuga a trabalhar por ali, mas ficamo-nos só pela "vontade"...

 

Mais um momento que ficará nas nossas memórias...

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A ESCOLHA DA MATERNIDADE EM FRANÇA

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Em França, a escolha da maternidade é baseada fundamentalmente em 2 critérios: na proximidade do local de residência e no tipo de gravidez

 

Dependendo de como se desenvolve a gravidez, o obstetra ou a enfermeira parteira aconselham (e direcionam se fôr caso disso) o tipo de estabelecimento que mais se adequa, isto porque aqui as maternidades estão classificados em três níveis, de acordo com a capacidade que têm em seguir as gestações (gravidezes simples ou de risco):

 

  • Nível 1 - para as gravidez "simples" e sem complicações, o bebé nasce naturalmente por via vaginal ou por cesariana;

 

  • Nível 2 - apresentam uma unidade de neonatologia e acolhem gravidezes de risco ou múltiplas. Eles podem suportar desde bebês de parto que necessitam de cuidados médicos especiais.

 

  • Nível 3 - aquelas que possuem uma unidade de cuidados intensivos neonatal. Para os casos de gravidez de risco, sobretudo aquelas ligadas a nascimentos prematuros. 

 

Normalmente a inscrição faz-se por volta do 5º mês de gravidez, mas é sempre melhor informar-se junto da maternidade sobre os prazos de inscrição, pois há estabelecimentos que exigem que se faça a inscrição mais cedo. No entanto, em caso de urgência, a grávida pode dirigir-se a qualquer maternidade, mesmo se não estiver inscrita.

 

Ao inscrever-se verifique sempre as taxas cobradas pelas instituições privadas, pois o parto é suportado a 100% pelo seguro de saúde (ao que aqui em França se chama Mutuelle), tendo por base o preço do parto nos hospitais públicos. Por isso, se escolher um hospital privado informe-se o que é que o seu seguro de saúde cobre em relação a pedidos especiais (quarto individual, cama para o pai, televisão, linha telefónica...).

 

Só para terem uma ideia, no nosso caso, optámos por um hospital privado (maternidade do nível 1) bem perto de casa, após a recomendação de várias pessoas que fizeram lá o parto (acreditem que se torna bem difícil escolher quando não se conhece nada!). Temos noção que se optássemos por uma maternidade pública, não teríamos que gastar nenhum dinheiro, mas como o hospital público mais perto da nossa residência não tem "grande fama", optámos pelo serviço privado de forma a que possamos usufruir deste momento de uma forma mais tranquila. Temos um seguro de saúde que cobre a totalidade do parto com a excepção da anestesia epidural (que tem um valor de 270 euros), em relação ao quarto, e como optámos por um quarto particular, dos 120 euros/noite que o hospital cobra, o seguro paga quase 100 euros/noite; já para a cama-extra (para o meu marido ficar junto) o hospital cobra 20 euros/noite (aqui ainda não consegui obter a informação se seremos reembolsados ou não mas, independentemente disso, a decisão de ele ficar está mais que tomada). Por isso, fazendo todas as contas, achámos que as despesas que vamos ter compensam em muito as comodidades que vamos poder usufruir num dos momentos mais importantes da nossa vida!