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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

ESCOLA E AMA EM TEMPOS DE PANDEMIA

Terceira vaga Covid-19 em França

Depois de tantas incertezas e confusões, na sexta-feira, ficamos a saber que afinal as amas íam poder continuar a trabalhar, por isso o Martin poderia continuar a ir para a Manu. Faltava agora ter certeza em relação ao Gui...

Na sexta-feira de manhã perguntei à directora se o Gui teria direito a ter acesso à escola/ tempos livres uma vez que eu era considerada "profissional prioritária no combate à Covid-19", embora o R. não fizesse parte dessa lista. Com a maior das convicções, a directora afirmou-me que o Gui não teria direito porque para isso os dois pais teriam que fazer parte dessa "lista de profissionais prioritários". 

Confesso que não fiquei convencida com aquela resposta e tentei obter informações noutras fontes... Perguntei às minhas colegas como estavam a fazer as outras escolas, e uma delas, que pertence à associação de pais, disse-me que tínhamos direito, e que bastava apenas um dos pais ter uma profissão considerada "prioritária". Aproveitei que nesse dia o Gui tinha ido aos tempos livres e coloquei a mesma questão, ao qual responderam com um "grande sim"...

Nesse mesmo dia, enviei os documentos necessários, para a Câmara Municipal, de forma a transmitir os dias que precisávamos que o Gui frequentasse a escola/tempos livres. Mas na segunda-feira à noite, a directora da outra escola informava-me que o Gui não fazia parte da lista de alunos inscritos, lista essa que tinha sido fornecida pela escola dele... Li duas ou três vezes aquele e-mail e naquele instante nem queria acreditar que a directora não tivesse colocado o Gui na lista... Enviei-lhe imediatamente um e-mail a pedir-lhe que fizesse a inscrição dele porque reuníamos todos os critérios necessários. Numa questão de minutos, sem qualquer pedido de desculpas por parte dela, a inscrição estava feita, alegando apenas que as directivas tinham apenas sido alteradas naquele dia à noite...

Fiquei impressionada com a falta de organização e informação por parte da directora da escola, mas cá para mim tudo isto deveu-se à conversa que tivemos na sexta-feira de manhã quando ela chamou por mim para me fazer um comunicado que me deixou estupefacta... Mas isto, deixarei para um outro post porque ainda hoje estou a digerir essa conversa... 

O importante é que o Gui e o Martin vão poder continuar a ficar na escolinha e na ama, de forma a que possamos trabalhar os dois sem sermos penalizado. 

Quantos aos riscos, sabemos que eles sempre vão existir, mas nunca serão superiores aqueles que eles estiveram sujeitos até então...

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ATÉ PARECE MENTIRA

Ainda sobre a Pandemia da Covid-19

Com o aumento do número de pessoas internadas nos cuidados intensivos por causa da Covid-19, e com a lenta vacinação da população, a França, 15 dias depois de ter anunciado medidas mais severas em 16 departamentos, viu-se obrigada a aplicar as medidas a todo o país. 

As medidas foram anunciadas ontem pelo Presidente Francês, Emmanuel Macron, e entram em vigor no próximo sábado e vão durar, no mínimo, quatro semanas.

 

A grande novidade é o encerramento das creches e das escolas, a partir do próximo dia 5 de Abril, durante três semanas, sendo que duas semanas coincidem "mais ou menos" com as férias de Páscoa. Digo "mais ou menos" porque o calendário das férias escolares depende da zona em que se mora pois existe uma divisão das férias por zonas: A, B e C. No nosso caso as férias foram antecipadas 1 semana. Com esta nova medida, as férias de Páscoa serão gozadas no mesmo período em todo o território francês.

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Fiquei sem saber se as amas vão continuar a trabalhar, mas ela confirmou-me hoje que sim... Entretanto, agora à noite vi uma notícia a informar que não... Como sou profissional de saúde e pertenço ao grupo de profissionais  "prioritários" talvez ela possa ficar.... Além disso, também não sabemos se o Gui vai poder frequentar os tempos livres, durante estas 3 semanas... Perguntei hoje à Educadora do Gui mas ela também não sabia de nada, ainda não tinha qualquer tipo de informação... Nem me soube dizer como fizeram quando as escolas encerraram na primeira vaga, em Março do ano passado, altura em que eu estava de "congé parental"... Mesmo à moda francesa: tudo desorganizado, ninguém sabe de nada, nem parece querer saber... Mas esta falta de informação , que tanto me enerva, ninguém passa na televisão!

 

Até parece mentira, amanhã é o último dia de escola, e ainda não sabemos como vamos fazer depois... Se o Gui e o Martin tiverem que ficar em casa, o R. terá obrigatoriamente que deixar de trabalhar e ficar no tal "desemprego parcial"... Sinceramente, preferíamos que eles pudessem continuar a socializar com os amiguinhos deles, porque isto de estarmos aqui isolados, não é nada saudável  para o desenvolvimento social deles e nosso!

CONFINAMENTO NACIONAL ATÉ 1 DE DEZEMBRO

Emigrantes em Paris

Na passada quarta-feira, tal como era esperado, ficamos a conhecer as novas medidas de confinamento que entraram hoje em vigor e, que vão durar durar, no mínimo, até ao 1 de Dezembro.



A partir de hoje, só podemos sair de casa, com um justificativo e por motivos bem particulares. Entre esses motivos estão: os motivos profissionais, por razões médicas, para fazer compras, ir à farmácia, ajudar um familiar ou alguma pessoa em risco, levar ou buscar as crianças às creches/escolas, por uma convocação judicial ou administrativa. Além disso, podemos sair de casa, durante uma hora por dia, num raio de 1 quilómetro de casa, para "apanhar ar", passear o cão, ou praticar uma actividade física individual.

 

Desta vez, os parques e os jardins continuam abertos. Em contrapartida, todos os desportos colectivos estão proibidos, assim como as visitas familiares e as festas privadas.

 

Em relação aos eventos religiosos apenas são permitidos funerais, com 30 pessoas, e casamentos, com 6 pessoas.


Os bares, os restaurantes e outros estabelecimentos comerciais não essenciais estão fechados (como é o caso dos ginásios, salas de cinema e espectáculos). Já as "fábricas, propriedades rurais e obras públicas" continuam a funcionar. 


As creches e as escolas permanecem abertas, com medidas de higiene mais apertadas, enquanto as universidades têm apenas aulas online. O uso da máscara é agora obrigatório a partir dos 6 anos, e não a partir dos 12 anos como era até ontem.

 

As visitas aos lares estão permitidas, mas com protocolos bem restritos. 

 

As fronteiras no espaço europeu continuam abertas, e todas as pessoas que chegam agora passam a ser testadas ou têm que trazer um teste com menos de 72 horas.


Todas as medidas vão ser avaliadas a cada 15 dias e, se necessário, novas restrições poderão ser aplicadas mas, se a situação melhorar, algumas restrições poderão ser suspensas. Para os mais indisciplinados, ou para quem não quer cumprir as novas regras uma multa de 135 euros será aplicada. 

 

Vamos lá ver se com estas medidas os números de doentes hospitalizados nos hospitais, principalmente nos cuidados intensivos, vai diminuir... Prevê-se que esta segunda vaga  possa ser bem pior do que a primeira, já que desta vez o vírus circula em todo o território francês praticamente com a mesma intensidade!

 

As medidas ainda só começaram hoje, mas eu já começo a pensar quando é que poderemos voltar a ter momentos simples como este...

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