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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

FREDINHO ❤️

Estávamos em Fevereiro de 2009 quando o Fred veio morar comigo, tinha apenas dois mesinhos... Era tão pequenino, tão meiguinho, mas tinha imenso medo de pessoas estranhas... Assim que ouvia uma voz desconhecida, corria para se esconder...

Na altura morava num apartamento no Porto, mas nas minhas folgas ía sempre para Viana, para a casa dos meus pais... Apesar de ter "crescido num apartamento", o que ele gostava mesmo era da vida do campo...

Em Agosto de 2013, mudamo-nos para aqui e o Fred ficou na casa dos pais... Nunca duvidei quando o deixei com a minha mãe, sabia que ficava muito bem, pois a minha mãe também é apaixonada por animais... Viveu com ela os 8 anos mais felizes da vida dele... 

Nos últimos meses tinha lhe sido diagnosticado um linfoma, estava muito cansado, começava a perder toda a energia que tanto o caracterizava...

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Era um gato super dócil, que adorava que lhe fizessem miminhos enquanto comia, principalmente na barriga! Não era de ter amigos, era muito independente, gostava da liberdade e apenas a chuva o parava... E por incrível que pareça foi a vida do campo que o tornou mais sociável com as pessoas, tão sociável que adorava crianças.

Partiu hoje, um dia depois do aniversário da minha mãe, até parece que escolheu o dia para se despedir... E foi isso mesmo que eu disse à minha mãe assim que ela hoje me ligou e me deu esta notícia triste... Acho que foi a forma que ele encontrou para agradecer todo o amor que a minha mãe também lhe deu... 

Obrigado Fredinho por teres entrado e ficado nas nossas vidas!

BODAS DE BARRO ❤️

Hoje comemoramos as nossas Bodas de Barro ou Bodas de Papoila, o que significa que estamos casados há exactamente 8 anos... São 96 meses ou 2.920 dias que nos unem àquele maravilhoso dia 19 de Maio de 2012...

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A data tem o nome de "barro" pois, sendo o barro um material extremamente maleável, após um casamento de oito anos, o casal já compreendeu que é necessário adaptar-se às necessidades e às rotina do outro. O barro também é conhecido por conservar os alimentos, por isso, assim como o barro, o casamento tem a função de conservar os bons momentos vividos pelo casal.

 

A Papoila, por sua vez, é um tipo de flor que simboliza a fertilidade e a ressurreição. Daí que é normal que essa seja a flor escolhida para dar nome a boda do oitavo ano de casamento porque, nessa altura, o casal possivelmente pensa em ampliar a família e em reinventar a relação.

 

Perante isto, só posso confirmar que estamos no bom caminho... As rotinas e as necessidades foram facilmente aceites como algo natural, muito antes de nos casarmos... Os momentos bons têm sido muitos e inesquecíveis... E a família foi maravilhosamente ampliada... Agora é continuar a remar na mesma direcção que temos vindo a remar porque tenho a certeza que a nossa história ainda agora começou...

SOBRE UM AMOR PARA A VIDA TODA

"É fechar os olhos no final de um dia cansativo e chato e ter a certeza que tens ao teu lado uma pessoa especial, um amor e um amigo.

É seguir em frente cheia de medo e ter na pessoa que acorda todos os dias ao teu lado a coragem que te falta naquele dia.

É ouvir ''vai! Força! Tu consegues! E eu vou estar sempre aqui, sou a tua rede, o teu abrigo, o lugar que podes chamar de teu''.

É ter a certeza de que mesmo que o Mundo nos mande muito para baixo aquela pessoa põe-nos no colo, protege-nos dentro de um abraço e mostra-nos que não temos que enfrentar tudo sozinhos.

É conseguir ver com toda a clareza do mundo, no lado de dentro do teu amor e melhor amigo, o quanto gosta de ti, o quanto te admira, o quanto te respeita.

É sentir aquela paz que procuras a vida toda, e agradecer todos os dias.

É ver e viver a vida de forma mais leve, mais simples, e mesmo sabendo que nem tudo bate certo, o amor, este amor para a vida toda, resiste a confusões, empurrões, a dias em que nem tudo são flores, a outros em que chove e que troveja, a mais outros em que parece que o Mundo desaba e nos perdemos de nós, e tu vês ali aquela pessoa que nunca desiste de ti, de nós.

É ter alguém que compreende e atura os teus dias de choro e de neura, que te oferece tudo o que precisas ali: silêncio e uma paciência feita de açúcar.

É ter a sorte de ver no outro a calma em dias de tempestade, a força em dias de medo, o silêncio em dias de calar, o espaço em dias de eu.

Ser um amor para a vida toda é ter ao lado uma pessoa-casa, uma pessoa-farol, uma pessoa feita de luz para onde sabemos que voltamos todos os dias, aconteça o que acontecer!"

(Às Nove no meu Blog)

AMAMENTAR DÓI MAS VALE A PENA TENTAR ❤️

Amamentar não é fácil, acreditem... Talvez para uma minoria de mulheres até o seja, mas na maior parte das vezes é complicado... 

 

Por muitos conhecimentos que tenhamos, ou até mesmo experiência, nos primeiros dias, ou mesmo nos primeiros meses, amamentar dói... E dói muito... Os mamilos racham, às vezes até sangram... Depois vem o ingurgitamento mamário e até as mastites... 

 

Como é que um bebezinho tão frágil consegue magoar tanto os mamilos com aquela boquinha tão delicada? Mesmo assim, vamos em frente porque queremos dar o melhor alimento que existe para o nosso bebé... Fechamos os olhos, suamos com tanta dor, e até choramos... 

 

Choramos com dor, choramos por medo de falhar e choramos de cansaço... Com o tempo tudo se acalma... A dor passa, começamos a entrar no ritmo do nosso bebé e este gesto passa a ser natural... E é nesta altura que amamentar fica um momento simples e de puro prazer... 

 

Não existem palavras para explicar o quanto é mágico ver o nosso filho alimentar-se só do que vem de nós... A troca de olhares, os sorrisos, as pequenas brincadeiras... Um momento único onde sentimos que todo o nosso Amor é recíproco!

 

Se é cansativo? Claro que sim, e muito! Principalmente quando temos um bebé que quer mamar com muita frequência...


Se altera muito as minhas rotinas? Sim, bastante! Cada vez que temos que ir a algum lado temos que fazer planos para que ao fim de 2, no máximo 3 horas, estejamos num local apropriado para poder amamentar...

 

Haverá sempre pessoas a questionar se estás a fazer ou a dar o melhor alimento ao teu filho... Elas não fazem por mal, e muitas vezes vamo-nos questionar o porquê de nos estarem a dizer isso... Vamos duvidar de nós e da qualidade deste alimento tão precioso para o nosso bebé... E por vezes até vamos colocar tudo em causa... Tudo isto faz parte deste processo, é preciso acreditar que o nosso leite é o melhor alimento para o nosso filho e que somos capazes... É preciso ter persistência!

 

Apesar de todos os constrangimentos que tive, consegui amamentar o Gui 10 meses e meio, altura em que regressei ao trabalho e me comecei a sentir demasiado cansada para continuar... Com o Martin, mesmo já sendo uma mãe de segunda viagem, os primeiros 15 dias também não foram nada fáceis com tanta dor que tinha por causa dos mamilos rachados e do ingurgitamento mamário.

 

Sei que nem todas as mães conseguem amamentar,  mesmo apesar de todos os esforços, e há também aquelas mães que simplesmente não querem... Serão "menos mãe" por isso?! Claro que não! O bebé vai sobreviver e o amor será exactamente o mesmo! 

 

É obvio que não quero com isto desvalorizar a importância do aleitamento materno, nem incentivar a não amamentar, quem me segue sabe bem o quanto eu sou a favor da amamentação. O meu objetivo com isto é mostrar a quem está aí desse lado que ninguém nasce mãe, ninguém nasce a saber amamentar, tudo isto é um processo de aprendizagem que demora algum tempo.

 

No caso da amamentação, e para quem pretende amamentar, as mães têm que estar cientes que os primeiros dias de amamentação não são, na maior parte das vezes, fáceis, muito pelo contrário, são bastante dolorosos e exigem muito de nós. O importante é estar sensibilizado para o pior porque depois que essa fase passa surgem muitos mais momentos de Felicidade! Por isso, aqui fica o meu conselho, antes de desistir, tente todas as formas de amamentar o bebé, mas se isso não fôr possível não se culpabilize porque importante mesmo é alimentar o bebé com muito amor e carinho! 

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TALVEZ ME FALTEM PALAVRAS MAS JAMAIS SENTIMENTOS ❤️

Andamos tão preocupados no dia-a-dia com coisas banais, fartamo-nos de reclamar que a vida é muitas vezes injusta connosco, que acabamos por nos esquecer de dar valor às pessoas mais importantes da nossa vida... Sei que tenho em mim a maior sorte do Mundo, pois tenho os melhores Pais que a vida me podia dar... E embora muitas vezes me faltem as palavras para expressar isso mesmo, tenho a certeza que eles sabem que o sentimento está e estará sempre lá...

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É AMOR...

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A IDADE DOS "PORQUÊS"...

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Quando uma criança de 6 anos olha para mim e vê-me a amamentar o Gui e curiosa pergunta à mãe porque motivo eu tenho leite e a mãe não, e a mãe explica-lhe que é por eu ter tido um bebé e que assim que ele crescer também eu não terei mais leite... A forma como ela se expressou e a reacção dela foi tão impressionante: " Isto é mesmo mágico mamã!"...

 

Pois é, aconteceu ontem durante a festinha do Gui, um episódio simples mas repleto de ternura! Será que é da maternidade ou além de mim há mais alguém que consiga ver a doçura destas palavras?!