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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

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EXTRAIR E CONSERVAR LEITE MATERNO

Quando se está grávida, pouco antes do parto, começamos a sentir transformações no corpo que nos preparam para a grande mudança, e o aumento dos seios é um desses sinais. Mas é quando o bebé nasce que se dá a transformação total...


Numa fase inicial, os seios começam por produzir o colostro, que se transforma mais tarde num leite maduro, por volta das 4 semanas de idade. Nesta fase, muitas mulheres produzem uma grande quantidade de leite, fruto da adaptação do bebé a esta nova realidade. Tal irá continuar a acontecer até que o bebé consiga estabelecer uma rotina alimentar. É preciso estar ciente que a produção de leite é o resultado direto da estimulação das mamas daí a importância de colocar o bebé na mama, numa fase inicial, a pelo menos cada 3 horas.

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Quando o leite materno começa a ser produzido numa quantidade superior ao que o bebé precisa é necessário retirar o excesso de leite, manualmente ou de forma mecânica, de forma a que os seios não fiquem demasiado cheios. Na extração manual, como o próprio nome indica, o leite é extraído com a ajuda das mãos. Para começar o processo, é fundamental estar bem relaxada, devendo ser feita após um banho ou aplicando panos mornos à volta da mama. Em seguida, e com as mãos limpas, deve-se massajar os seios, no sentido do peito para a auréola. Por último, segura-se o peito com uma mão e com a ajuda dos dedos da outra mão aperta-se em direção à auréola. Na extracção mecânica utiliza-se uma bomba, que pode ser mecânica ou elétrica. 

 

A extração de leite também pode ser necessária noutras circunstâncias, entre elas:
- para dar leite materno ao recém-nascido quando se está separado dele;
- para aumentar a produção de leite;
- ou para prevenir a congestão mamária. 

 

O leite materno extraído é o melhor alimento para o bebé por isso podemos conservá-lo e utilizá-lo numa altura que nos faça falta. Para essa recolha, existem normas a cumprir para que este conserve todas as suas propriedades, entre ela:

 

1. Cuidados de higiéne

Lavar sempre as mãos antes e depois da extração do leite e lavar todas as peças da bomba de extração que tenham estado em contacto com o leite ou com a boca do bebé. Todas as peças devem secar completamente e guardadas num saco ou recipiente limpo até à próxima utilização.

 

2. Escolher o melhor método para conservar leite materno

Se pudermos escolher, o leite materno recém extraído é preferível ao refrigerado e o refrigerado é melhor do que o congelado. Isto acontece porque o leite materno recém extraído tem as melhores propriedades para o combate às bactérias e um teor mais elevado de antioxidantes, vitaminas e gordura do que o leite refrigerado ou congelado.

 

3. Ter atenção o tempo de conservação do leite materno extraído

Depois do leite materno ser extraído, este pode ser conservado à temperatura ambiente, no frigorífico ou no congelador, dependendo de quando se pretende utilizar. No entanto existem prazos de validade a cumprir.

    3.1. Conservação no frigorífico

O leite deve ser colocado no frigorífico tão rapidamente quanto possível depois da extração e deve ser colocado em frascos para leite materno ou em sacos para conservação próprios (que se compram nas farmácias). Podem ser acrescentadas pequenas quantidades de leite extraído ao mesmo recipiente refrigerado, desde que o leite que quer juntar tenha sido previamente arrefecido no frigorífico. Nunca se deve juntar leite à temperatura corporal a leite já arrefecido.

O leite deve ser conservado na zona mais fria do frigorífico – na parte de trás, na prateleira por cima do compartimento dos legumes. Nunca o coloque na porta do frigorífico, onde a temperatura é menos constante. 

Pode ser conservado durante 48horas, a uma temperatura de 4°C.

 

    3.2. Conservação no congelador

Deve-se congelar o leite materno tão rapidamente quanto possível depois da extração. Também aqui se pode acrescentar leite extraído a leite materno já congelado, desde que o leite que quer juntar tenha sido previamente arrefecido no frigorífico. Nunca se deve juntar leite à temperatura corporal a leite congelado.

Para evitar desperdício na hora de descongelar, o ideal é conservar o leite em porções pequenas (60 ml no máximo ). Na hora de descongelar, se precisar de uma dose maior é só juntá-las depois de descongeladas.
Os recipientes a utilizar deverão ser adaptados, existem frascos e sacos de conservação que se comercializam para esse efeito.

Não encha os recipientes até cima, 3/4 é o suficiente, pois o leite depois de congelado expande-se.

Conserve o leite na parte de trás do congelador, onde a temperatura é mais constante, mantendo-o afastado das paredes de congeladores com autodescongelação. 

No congelador, pode ser conservado durante 4 meses, a uma temperatura de -18°C.

 

Sempre que refrigerar ou congelar leite materno, deve ser colocada uma etiqueta nos recipientes com a quantidade e a data em que o leite foi extraído, de forma a controlar as validades dos mesmos.

 

4. Ter atenção a forma como vamos utilizar o leite materno extraído

O leite materno conservado vai separar-se em camadas, ficando a gordura no topo, por isso deve-se agitar suavemente o recipiente de forma a misturar as camadas, antes de alimentar o bebé. Agitar vigorosamente ou abanar pode danificar alguns dos componentes nutricionais e protetores do leite.

Quando o seu bebé se alimenta do leite materno extraído, com um biberão ou um copo, é natural que passem bactérias da boca dele para o leite, por este motivo, é recomendado deitar fora qualquer sobra de leite, uma a duas horas depois.

    4.1. Utilizar leite materno congelado

Os bebés saudáveis de termo podem beber leite materno à temperatura ambiente ou aquecido até à temperatura de 37 °C ( temperatura corporal).

Se o leite estiver refrigerado e pretende que fique mais quente, coloque o recipiente numa taça com água a morna durante alguns minutos até estar à temperatura de 37 °C. Se preferir, pode utilizar também um aquecedor de biberões. 

O leite materno congelado pode ser descongelado no frigorífico, entre 6 a 12 horas. Em alternativa, pode-se colocar o recipiente onde o leite foi congelado sob água morna corrente, a um máximo de 37 °C (temperatura corporal). Não é aconselhável descongelar  o leite materno à temperatura ambiente, num micro-ondas ou em água a ferver.
Depois de completamente descongelado, o leite materno pode ser mantido à temperatura ambiente durante duas horas, no máximo, ou no frigorífico durante até 24 horas.

 

Com estas informações fica bem mais fácil extrair e conservar o leite materno quando é necessário! Por isso, se tiver alguém que possa estar a precisar de esclarecer algumas dúvidas, partilhe este post, pode ser que esteja a ajudar uma mãe...

O QUE FOI MAIS DIFÍCIL NO INÍCIO?

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Quando o Gui nasceu o mais difícil foi, sem dúvida alguma, amamentar, seguido das cólicas...

Amamentar foi o mais complicado pois achava que iria ser um processo bem mais expontâneo e evidente. No primeiro mês, desistir passou-me pela cabeça umas centenas de vezes, pois além do cansaço e da dor, tive imensas dúvidas se estaria a alimentar suficientemente o Gui. O Gui demorava imenso tempo a mamar e mamava a cada duas horas, tanto de dia como de noite... Mas o pior aconteceu foi quando aos dois meses e meio tive uma mastite na mama direita que evoluiu para um abcesso. Foram 15 dias horríveis, cheia de dor... Coloquei tudo em questão, pensei em desistir de amamentar, mas mesmo com o abcesso, e com um dreno na mama, continuei a amamentar até ao máximo de tempo que me foi permitido. 

As cólicas com o Gui também foram terríveis, pois ele chorava imenso e não havia nada que o acalmasse... Lembro-me como se fosse hoje... Até aos 6 meses foi terrível vê-lo sofrer tanto! 

Com o Martin, amamentar foi o mais difícil, pois mesmo sendo mãe de segunda viagem, os primeiros 15 dias foram complicados pois tive muita dor por causa dos mamilos rachados e do ingurgitamento mamário.

E mesmo com as dificuldades que surgem, é óbvio que no final tudo vale a pena!

E por aí, como foi com vocês?!

 

 

AMAMENTANDO O PRIMEIRO E O SEGUNDO FILHO

Quando o Gui tem escolinha amamentar o Martin é super tranquilo, agora quando fico com os dois em casa... O panorama muda completamente... E de que maneira...

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É muita adrenalina mesmo...

E por aí, quem confirma?!

(Eh... Eh... Eh...)

AMAMENTAR DÓI MAS VALE A PENA TENTAR ❤️

Amamentar não é fácil, acreditem... Talvez para uma minoria de mulheres até o seja, mas na maior parte das vezes é complicado... 

 

Por muitos conhecimentos que tenhamos, ou até mesmo experiência, nos primeiros dias, ou mesmo nos primeiros meses, amamentar dói... E dói muito... Os mamilos racham, às vezes até sangram... Depois vem o ingurgitamento mamário e até as mastites... 

 

Como é que um bebezinho tão frágil consegue magoar tanto os mamilos com aquela boquinha tão delicada? Mesmo assim, vamos em frente porque queremos dar o melhor alimento que existe para o nosso bebé... Fechamos os olhos, suamos com tanta dor, e até choramos... 

 

Choramos com dor, choramos por medo de falhar e choramos de cansaço... Com o tempo tudo se acalma... A dor passa, começamos a entrar no ritmo do nosso bebé e este gesto passa a ser natural... E é nesta altura que amamentar fica um momento simples e de puro prazer... 

 

Não existem palavras para explicar o quanto é mágico ver o nosso filho alimentar-se só do que vem de nós... A troca de olhares, os sorrisos, as pequenas brincadeiras... Um momento único onde sentimos que todo o nosso Amor é recíproco!

 

Se é cansativo? Claro que sim, e muito! Principalmente quando temos um bebé que quer mamar com muita frequência...


Se altera muito as minhas rotinas? Sim, bastante! Cada vez que temos que ir a algum lado temos que fazer planos para que ao fim de 2, no máximo 3 horas, estejamos num local apropriado para poder amamentar...

 

Haverá sempre pessoas a questionar se estás a fazer ou a dar o melhor alimento ao teu filho... Elas não fazem por mal, e muitas vezes vamo-nos questionar o porquê de nos estarem a dizer isso... Vamos duvidar de nós e da qualidade deste alimento tão precioso para o nosso bebé... E por vezes até vamos colocar tudo em causa... Tudo isto faz parte deste processo, é preciso acreditar que o nosso leite é o melhor alimento para o nosso filho e que somos capazes... É preciso ter persistência!

 

Apesar de todos os constrangimentos que tive, consegui amamentar o Gui 10 meses e meio, altura em que regressei ao trabalho e me comecei a sentir demasiado cansada para continuar... Com o Martin, mesmo já sendo uma mãe de segunda viagem, os primeiros 15 dias também não foram nada fáceis com tanta dor que tinha por causa dos mamilos rachados e do ingurgitamento mamário.

 

Sei que nem todas as mães conseguem amamentar,  mesmo apesar de todos os esforços, e há também aquelas mães que simplesmente não querem... Serão "menos mãe" por isso?! Claro que não! O bebé vai sobreviver e o amor será exactamente o mesmo! 

 

É obvio que não quero com isto desvalorizar a importância do aleitamento materno, nem incentivar a não amamentar, quem me segue sabe bem o quanto eu sou a favor da amamentação. O meu objetivo com isto é mostrar a quem está aí desse lado que ninguém nasce mãe, ninguém nasce a saber amamentar, tudo isto é um processo de aprendizagem que demora algum tempo.

 

No caso da amamentação, e para quem pretende amamentar, as mães têm que estar cientes que os primeiros dias de amamentação não são, na maior parte das vezes, fáceis, muito pelo contrário, são bastante dolorosos e exigem muito de nós. O importante é estar sensibilizado para o pior porque depois que essa fase passa surgem muitos mais momentos de Felicidade! Por isso, aqui fica o meu conselho, antes de desistir, tente todas as formas de amamentar o bebé, mas se isso não fôr possível não se culpabilize porque importante mesmo é alimentar o bebé com muito amor e carinho! 

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KIT DE AMAMENTAÇÃO

Posto fim a este capítulo das nossas vidas, achei que seria bastante útil partilhar os produtos que considero indispensáveis para o sucesso da amamentação.

 

Para quem pretende amamentar, o ideal é comprar todos os artigos antes do bebé nascer, pois todos eles são bastante úteis desde o primeiro dia.

 

1. Almofada de Amamentação 

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Ora aqui está um artigo que aí já tinha destacado num post quando estava grávida, e que eu recomendo comprar. Para mim teria sido muito mais difícil amamentar se não tivesse comprado este artigo, tanto eu como o Gui ficavamos super confortáveis na hora da amamentação, foi realmente muito, muito, útil!

 

2.  Soutien de Amamentação 

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Os sutiãs de amamentação são importantes pois evitam a distensão dos ligamentos. Devem ter alças largas e que sustentem bem as mamas, evitando dor e desconforto. O ideal é comprar alguns (entre 4 a 6) para permitir que possa ser trocado sempre que houver algum desconforto, de forma a manter também uma boa higiéne. Porém, deve evitar-se comprar soutiens com muita antecedência, uma vez que não é possível prever as alterações do corpo após a gravidez.

 

3. Protetores de Seios descartáveis 

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Os protetores de seio descartáveis servem para absorver e proteger contra as perdas de leite, por isso são uma excelente opção para manter os seios secos. O ideal é usar de forma contínua, tanto de dia como de noite.

Da minha experiência, aconselho os descartáveis pois são muito mais confortáveis, práticos e higiénicos. 

 

4. Pomada Lansinoh Lanolina pura Proteger os Mamilos 

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Uma pomada indispensável que ajuda a aliviar os mamilos sensíveis ou secos e a formar uma barreira protetora adicional nos mamilos doridos ou irritados durante a amamentação (pode ser utilizado durante a gravidez).

Aconselho esta marca, que me recomendaram na maternidade, e que é um verdadeiro milagre. Nunca tive qualquer problema! Além disso é 100% segura para o bebé e não precisa de ser removida antes de amamentar. A melhor opção do mercado.

 

5. TheraPearl terapia 3 em 1 Lansinoh

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Estes saquinhos são na verdade compressas que podem ser utilizadas quentes ou frias, eficientes para aliviar dores provocadas por mastites, ductos obstruídos e ingurgitamento dos seios. São 100% seguras, laváveis e reutilizáveis.

 

6. Bomba tira leite eléctrica natural da PHILIPS AVENT

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Mesmo no primeiro mês de vida do bebé, este aparelho é fundamental quer para quando se dá a subida do leite quer para estimular a produção ou até para armazenar leite quando fizer falta.

Comprei esta máquina depois de uma pesquisa intensiva na internet, e foi uma boa escolha pois além de ser prática, a pressão pode ser ajustada, e não provoca qualquer dor! Uma excelente escolha.

 

7. Sacos para armazenar leite materno Lansinoh

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Para quem pretende armazenar leite no congelador é fundamental comprar este tipo de saquinhos.

Recomendo esta marca por serem bastante práticos e funcionais: podemos registar a data, a hora, bem como outros dados pertinentes.

  

E por aí, alguém utilizou mais algum produto que acabou por ser imprescindível?

UM BELO CAPÍTULO QUE CHEGOU AO FIM...

Antes de ficar grávida, já tinha conhecimentos sobre a importância da amamentação, conhecimentos estes adquiridos durante o meu curso de enfermagem... Talvez por isso nunca tive dúvidas que um dia, assim que tivesse um filho, fosse amamentar... Não condeno, nem julgo quem opta pelo aleitamento artificial, mas quem me segue sabe bem o quanto defendo este tipo de alimentação natural.

 

Confesso que, mesmo tendo todos os conhecimentos necessários, tive muitas dúvidas, quer durante a gravidez, quer quando o Gui nasceu... Existe uma grande distância entre o que uma pessoa pensa que vai ser capaz de fazer ao acontecer...

 

Sabia que o início não ía ser assim tão expontâneo e evidente, e confesso até que pensava que ía ser um bocadinho mais fácil...

 

No primeiro mês, desistir passou-me pela cabeça umas centenas de vezes, tinha receio de não estar a alimentar suficientemente o Gui... Depois vinham as consultas semanais onde o Gui era pesado e depressa as dúvidas desapareciam e a confiança em mim era maior.

 

Os primeiros 3 meses foram, sem dúvida, os mais cansativos, o Gui demorava imenso tempo a mamar, mamava a cada duas horas (tanto de dia como de noite), tinha algumas dores e  andava super cansada. Mas o pior aconteceu quando o Gui tinha dois meses e meio... Fiz uma mastite na mama direita e quase que desisti de amamentar... Estávamos de férias em Portugal, de um dia para o outro a mama direita começou a ficar engurgitada, e depressa se formou um grande abcesso... Parecia que tinha uma bola de ténis, na mama... As dores eram imensas... Fiz de tudo para conseguir reverter esta situação... Desde massagens, com quente e frio, passando por colocar o Gui a mamar em "N" posições diferentes até a utilização da bomba de extracção de leite... Nada resultou, o abcesso parecia querer ficar... Não dormia em condições, tinha dores horríveis e estava exausta... Comecei então a fazer febre... Entre as idas aos Centros de Saúde, anti-inflamatórios e antibiótico, acabei por ir parar ao serviço de Urgências onde fui submetida a uma drenagem de abcesso... A partir daqui as dores começaram a desaparecer... Fiquei com um dreno, tive uma semana a fazer tratamento diário (e graças à boa vontade da vizinha dos meus pais, que também é enfermeira, tive a sorte de fazer os tratamentos em casa, todos os dias vinha-me "fazer o penso")... Foram 15 dias péssimos... Coloquei tudo em questão, pensei em desistir de amamentar, mas não o fiz, e mesmo com o abcesso, e com o dreno na mama, amamentei sempre!

 

Confesso que tive muito medo de voltar a passar por isto novamente, e disse a mim mesmo que se voltasse a acontecer teria que desistir. Felizmente não se repetiu, o processo de amamentação acabou por se tornar natural e simples, conseguimos estabelecer aquela "relação especial tão desejada"...

 

Uns dias antes do Gui completar 10 mesinhos, recomecei a trabalhar, mas com um horário de trabalho de 12 horas/dia e com o Gui a acordar a cada 3 horas para comer, andava demasiada cansada... Foi então que achamos que era a altura de começar a introduzir o leite artificial, porque não sabíamos quanto tempo seria preciso para o Gui se habituar... Falei com a Pediatra, compramos o leite que ela nos indicou e, aos 10 meses e meio o Gui bebeu então pela primeira vez leite artificial... Em dois dias o Gui rejeitou completamente a mama e nunca mais quis mamar! Nunca pensei que ele fizesse um desmame tão repentino e fácil. Foram 10 meses e meio que ficarão bem guardadinhos na minha memória...

 

Para trás ficam só as belas recordações e também aquelas situações mais caricatas (se é que lhe podemos chamar assim)... As vezes que tive que amamentar no carro porque não haviam locais apropriados para o fazermos confortavelmente, o Gui distraísse imenso, além disso não me sentia à vontade em fazê-lo no meio de uma multidão... Sem falar daqueles cantinhos de amamentação/fraldários que não lembram ao menino Jesus, que cheiravam a esgoto, ou pareciam saunas (no Verão) ou então arcas frigoríficas (no Inverno)... 

 

E se no início tinha muito pudor, o tempo e a naturalidade do acto acabaram por resolver este meu "problema"... Tive sempre cuidado de fazê-lo discretamente, até porque aqui em França sentia-me um bocadinho "estranha", era raríssimo ver alguém a fazê-lo.. Nunca usei nenhum avental ou lenço porque o Gui suava imenso e não suportava estar tapado... Tenho algumas fotografias a amamentar que registam com carinho esses belos momentos, e lamento não o ter registado muito mais...

 

Como foram mágicos estes 10 meses e meio... Como fomos felizes... Como foi bom para mim e, muito mais ainda, para o Gui... Sinto-me uma felizarda por o ter feito e voltaria a repetir tudo novamente, mesmo com todos os obstáculos que tivemos. Quem já amamentou sabe bem do que falo, e apesar de existirem sempre alguns momentos difíceis, na realidade quase ninguém acaba por os contar porque, quando falamos da amamentação, não nos lembramos das coisas difíceis, lembramo-nos apenas das coisas maravilhosas que ela nos dá!

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NO MUNDO DA AMAMENTAÇÃO

Já tinha manifestado aqui a minha vontade de amamentar assim que o Gui nascesse, o que eu não sabia é se seria capaz de o fazer... Hoje olho para traz e vejo que as pesquisas que fiz quando estava grávida ajudaram-me e muito, pois revi conhecimentos (do meu curso de enfermagem) e aprendi muitas dicas, o que na hora "H" me deu muita mais confiança.

 

Um acto que a meu ver não é nada espontâneo, é preciso muita calma, muita paciência e muita confiança em nós, para que não se desista logo na primeira frustração. Falo por experiência própria...

 

Houveram dias na maternidade que duvidei que fosse capaz, outros em que as enfermeiras vinham e me davam um bocadinho mais de confiança, e outras que pareciam menos experientes do que eu... O facto é que o Gui agarrava de forma correta a mama, mas nos três primeiros dias perdeu quase 300 gr... Fomos obrigados a vê-lo a ser picado várias vezes no pé para avaliar o seu nível de açúcar, tomou suplementos (de biberão) para complementar o leite materno (o qual ele não gostava nada)... Não foi nada fácil vê-lo a ser picado consecutivamente, vê-lo a gritar a cada picadela, pensei muitas vezes em desistir (mas nunca o demonstrei), mas depressa compreendi que esta fase era perfeitamente normal e que acontecia muitas vezes... Tudo porque só a partir do momento em que se dá a "subida do leite" (após o terceiro dia, num parto normal) é que o bebé passa a ter alimento suficiente...  Além disso, na semana que o Gui nasceu, as temperaturas estavam elevadas, e ele ficava muito sonolento com tanto calor, o que o impossibilitava também de comer.

 

A partir do terceiro dia, e com a "subida do leite", o Gui recuperou 100gr de um dia para o outro... Ganhei confiança em mim, tive alta no 5º dia, e ao 7º dia pude comprovar que o Gui estava a ser bem alimentado pelo meu leite materno... Tinha aumentado mais 200gr.

 

Amanhã é dia de consulta, o Gui vai voltar a ser pesado, e vou poder comprovar que vamos no caminho certo! Não sei como é em Portugal, mas aqui em França, no primeiro mês de vida de um recém-nascido este deve ser pesado semanalmente.

 

Tenho consciência que ainda estou bem no início desta caminhada, uma caminhada bastante cansativa mas feita com muito, muito, amor! 

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ALEITAMENTO MATERNO - PARTE 3

Hoje, e para finalizar o tema do aleitamento materno vou abordar dois tópicos:

- os Cuidados específicos às complicações da amamentação;

- e as Posições para amamentar.

Se alguém quiser ou achar que devia abordar mais algum assunto específico em relação a este tema, deixe aqui a sugestão!

 

 

CUIDADOS ESPECÍFICOS ÀS COMPLICAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO

 

1. Mamilos Gretados

Este é um dos problemas muito frequentes nas primeiras semanas após o parto, que normalmente surge devido à posição errada do bebé a mamar, do modo como o bebé agarra o peito ou ao ressecamento do mamilo. 

 

Se este problemas surgir, as soluções passam sempre por cumprir as dicas gerais mencionadas no último post. No entanto, se a dor for muito forte, a mãe deve retirar o leite manualmente ou com o auxílio de uma bomba e, dar ao bebé com um copo ou uma colher até que o mamilo melhore ou cicatrize totalmente. 

 

 

 2. Ingurgitamento Mamário

Normalmente este problema surge por volta do terceiro dia pós-parto, quando os seios começam a ficar doridos e tensos devido à deficiente drenagem do leite, sensação esta que pode ser acompanhada por um ligeiro desconforto.

 

O ingurgitamento pode ser passageiro (até 24 horas) ou durar vários dias (4 a 5 dias), o corpo demora alguns dias a ajustar-se para começar a produzir a quantidade necessária para o bebé.

 

Se este problemas surgir procure:

  • Continuar a amamentar aumentando a frequência das mamadas (o que estimula a drenagem do leite);
  • Antes de cada mamada, aplicar compressas quentes nas mamas  (isso vai aliviar a dor e facilitar a saída do leite);
  • Tirar um pouco do leite, antes de cada mamada, para que a área em torno do mamilo fique mais macia (o que irá facilitar a pega do bebé e reduzir o risco dos mamilos ficarem gretados);
  • Colocar o bebé a mamar primeiro na mama mais cheia;
  • Esvaziar um seio antes de oferecer o outro;
  • Se a mama continuar congestionada após amamentar, deve esvaziar manualmente ou com a ajuda de uma bomba, até se sentir bem (para libertar os os canais mamários bloqueados);
  • Aplicar compressas frias nos seios, logo após o bebé terminar de mamar, para aliviar o desconforto e a tensão mamária;
  • Usar um sutiã de amamentação com boa estrutura de sustentação, inclusive para dormir (este não deve ficar apertado demais).

 

 

3. Mastite

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Quando a mulher não soluciona o ingurgitamento mamário pode ocorrer uma mastite, ou seja, uma inflamação do tecido mamário que se caracteriza por uma inflamação (dor, rubor e calor localizado) com ou sem infeção, que pode ser acompanhada por febre (geralmente acima de 38ºC) e sintomas do tipo gripal. 

 

Normalmente costuma surgir apenas num dos seios, sendo rara a infecção bilateral ao mesmo tempo.

 

O tratamento para a mastite deve ser instituído o mais rapidamente possível, porque quando esta se agrava pode ser necessário o uso de antibióticos ou mesmo uma intervenção cirúrgica.

 

O tratamento inicial passa por:

  • Seguir as indicações como tratar o "ingurgitamento mamário";
  • Consultar o médico de família ou o obstetra.

 

 

POSIÇÕES PARA AMAMENTAR 

A posição correta para amamentação é o fator mais importante para o seu sucesso. Por isso, ao amamentar, a mãe deve preferir ambientes tranquilos, posicionar-se de maneira correta e confortável, e o bebé, além de estar de frente para o mamilo, deve pegar a mama corretamente para que não ocorram ferimentos nos mamilos e o bebé consiga beber mais leite.

 

Além da tradicional posição para amamentar, onde a mãe está sentada e o bebé está deitado na horizontal, existem outras posições como:

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CONSIDERAÇÕES FINAIS...

Se há mulheres que se adaptam à amamentação de forma rápida e sem enfrentar grandes dificuldades, há outras que enfrentam alguns percalços. O importante é que a mulher compreenda que este é um processo que requer prática e exige paciência para que não se desista de amamentar nos primeiros obstáculos que aparecerem!

 

Eu, como mãe de primeira viagem, resta-me esperar que o nosso Principezinho nasça para poder partilhar a minha experiência.

ALEITAMENTO MATERNO - PARTE 1

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Não sei se é pelo facto de ser enfermeira ou não, mas se há tema que eu considero importante na gravidez é o "aleitamento materno". Por isso, quando frequentei as aulas de preparação para o parto fiquei na espectativa de aprender qualquer coisa nova e estava curiosa por saber a forma como este tema iria ser abordado...

 

Infelizmente, a enfermeira parteira que fez a formação surpreendeu-me negativamente na abordagem deste tema, já que não houve um único momento em que ela incentivasse o aleitamento materno, nem falasse das vantagens e da importância do mesmo! Fiquei chocada com o facto dela não o ter feito, pois sendo ela profissional de saúde, cabia-lhe a ela transmitir as directivas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos seis meses de idade (a partir daqui, o pediatra deve orientar a mãe na introdução de novos alimentos), de forma a esclarecer e desmitificar ideias.

 

Basicamente a ideia que ela passou é que, sendo a França um país livre, cabe a cada mulher decidir o que é melhor e mais prático para ela e para o bebé (até parece que a França é o único país livre)! Por isso, decidi que seria interessante partilhar com vocês tudo sobre este tema de forma a poder ajudar mães ou futuras mães, como eu, a optarem por este tipo de alimentação.

 

O tema será desenvolvido em 3 partes (3 posts diferentes), pois achei que seria demasiado exaustivo colocar tudo num único post. Para começar, serão abordados os seguintes tópicos:

- Benefícios do aleitamento materno;

- Alimentação da mãe durante a amamentação;

- e Etapas da formação do leite materno.

 

 

BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO

 

1. PARA O BEBÉ

  • Estabelece e reforça a ligação emocional mãe-bebé;
  • Contribui para a formação do sistema imunológico do bebé, protegendo-o contra infecções respiratórias e intestinais, levando-o a ganhar peso;
  • Promove o bom desenvolvimento mandibular, das estruturas da fala e da dentição;
  • Tem um efeito protector a longo prazo contra a obesidade;
  • Reduz a ocorrência do Síndrome da Morte Súbita;
  • É o leite mais adequado, completo e equilibrado para o bebé.

 

2. PARA A MÃE

  • Contribui para a diminuição da incidência de hemorragias pós-parto e, consequente anemia materna, pois a sucção do bebé auxilia na contração uterina, o que também ajuda na diminuição do útero ao tamanho normal (involução uterina);
  • Ajuda na recuperação do peso no período pós-parto para um valor de peso anterior à gestação;
  • Estabelece e reforça a ligação emocional mãe-bebé;
  • É gratuito, está pronto a qualquer hora e na temperatura certa (o que facilita a vida da mãe, e do pai, que não precisará de aquecer biberões, lavar utensílios de cozinha, entre outros);
  • Diminui o risco de cancro da mama pós-menopausa, cancro de ovário, osteoporose, doenças cardíacas, entre outras.

 

Perante tantos benefícios, tanto para o bebé como para a mãe, torna-se fundamental incentivar o aleitamento materno junto das grávidas!

 

 

ALIMENTAÇÃO DA MÃE DURANTE A AMAMENTAÇÃO

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A alimentação da mãe durante a amamentação, tal como na gravidez, deve ser diversificada e nutricionalmente equilibrada. Além disso, é fundamental a ingestão de uma boa quantidade de água para ajudar na produção do leite, cerca de 2 litros, por dia.

 

O fundamental é usar o bom senso, assegurando o consumo, diário, de vegetais, frutas, carne, peixe, farináceos e produtos lácteos, evitando as bebidas alcoólicas (o álcool passa diretamente para o leite, pelo que pode interferir e prejudicar o desenvolvimento do bebé), e o consumo de bebidas estimulantes, como o chá e o café.

 

Não é preciso comer  mais só porque se está a amamentar, o ideal é comer a quantidade suficiente para satisfazer a fome, sem se ficar obsecada pelo peso. A energia gasta para amamentar vai ajudar a mãe a emagrecer de forma lenta e gradual, sem ter de fazer dieta, devido à energia que é perdida durante a produção de leite.

 

À semelhança do que é recomendado durante a gravidez, evite tomar qualquer medicamento antes de consultar o seu médico ou farmacêutico.

 

 

ETAPAS DO LEITE MATERNO

É importante saber que a produção de leite é determinada pela acção hormonal na gestação e é aumentada quando ocorre o aleitamento materno de forma adequada, por isso quanto mais amamentar mais leite irá ser produzido.

 

Muitas mulheres pensam ter o "leite fraco", principalmente nos primeiros dias pós-parto pois acham que aquele leite amarelado e espesso, não vai ser suficiente para alimentar o bebé. Ora o que acontece, é que esse primeiro leite, chamado colostro, é fundamental para o bebé pois nele existem inúmeros anticorpos que a mãe passa para o filho, protegendo-o contra diversas doenças.

 

Quatro ou cinco dias após o parto, o colostro começa a mudar e passa para o chamado leite de transição.

 

Duas semanas depois, o leite passa a ser chamado leite maduro, o qual é dividido em leite do meio e fim. O primeiro apresenta cor acinzentado, e é rico em proteínas, lactose, vitaminas, minerais e água, no início da mamada; o segundo, mais no final da mamada, possui cor mais branca, e contém mais água e gordura. É por isso, que é importante que o tempo da mamada seja estipulado pelo bebé, de maneira a que ele possa esvaziar a mama e, desta froma, ingira os dois "tipos de leite".

 

Desde que não haja contra-indicação médica, toda mulher pode amamentar o seu bebé!

 

 

 

No post de amanhã, e ainda dentro do aleitamento materno, abordarei assuntos de extrema importância:

- Quantas vezes deve comer o bebé;

- Como saber se o bebé mamou o suficiente;

- e os Cuidados gerais a ter com as mamas.

MAS ESTA LISTA NÃO TEM FIM?

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Desde o início do ano que andamos a pesquisar o que precisámos de comprar para termos tudo preparado na chegada do nosso Principezinho... E se já tínhamos uma pequena ideia das coisas que deveríamos comprar, quando olhámos para a lista a que chegámos ficámos impressionados com a quantidade de coisinhas que é preciso adquirir. 

 

Ainda não comprámos nem 1/3 das coisas que precisámos, mas fizemos uma lista para nos organizar melhor, por isso, depois de termos feito a lista sobre o "essencial para o quarto do bebé" e a "roupa indispensável a comprar", nada melhor que partilhar com vocês a lista sobre o que achámos que vamos comprar para: "passear" o Gui, "banho/higiene", "alimentação" e "outros".

Dêem um espreitadela e digam lá se está a faltar alguma coisa, ou se há algo que seja desnecessário...