COISAS DE MÃE
Quem é mãe vai me entender... Nesta fase, com o Martin com 10 meses, dava jeito ter uma mama que ficasse a dormir ao lado dele durante a noite... Não vejo a hora dele dormir umas 7 horas seguidas... (Eh... Eh... Eh...)
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Quem é mãe vai me entender... Nesta fase, com o Martin com 10 meses, dava jeito ter uma mama que ficasse a dormir ao lado dele durante a noite... Não vejo a hora dele dormir umas 7 horas seguidas... (Eh... Eh... Eh...)
Quando se está grávida, pouco antes do parto, começamos a sentir transformações no corpo que nos preparam para a grande mudança, e o aumento dos seios é um desses sinais. Mas é quando o bebé nasce que se dá a transformação total...
Numa fase inicial, os seios começam por produzir o colostro, que se transforma mais tarde num leite maduro, por volta das 4 semanas de idade. Nesta fase, muitas mulheres produzem uma grande quantidade de leite, fruto da adaptação do bebé a esta nova realidade. Tal irá continuar a acontecer até que o bebé consiga estabelecer uma rotina alimentar. É preciso estar ciente que a produção de leite é o resultado direto da estimulação das mamas daí a importância de colocar o bebé na mama, numa fase inicial, a pelo menos cada 3 horas.
Quando o leite materno começa a ser produzido numa quantidade superior ao que o bebé precisa é necessário retirar o excesso de leite, manualmente ou de forma mecânica, de forma a que os seios não fiquem demasiado cheios. Na extração manual, como o próprio nome indica, o leite é extraído com a ajuda das mãos. Para começar o processo, é fundamental estar bem relaxada, devendo ser feita após um banho ou aplicando panos mornos à volta da mama. Em seguida, e com as mãos limpas, deve-se massajar os seios, no sentido do peito para a auréola. Por último, segura-se o peito com uma mão e com a ajuda dos dedos da outra mão aperta-se em direção à auréola. Na extracção mecânica utiliza-se uma bomba, que pode ser mecânica ou elétrica.
A extração de leite também pode ser necessária noutras circunstâncias, entre elas:
- para dar leite materno ao recém-nascido quando se está separado dele;
- para aumentar a produção de leite;
- ou para prevenir a congestão mamária.
O leite materno extraído é o melhor alimento para o bebé por isso podemos conservá-lo e utilizá-lo numa altura que nos faça falta. Para essa recolha, existem normas a cumprir para que este conserve todas as suas propriedades, entre ela:
1. Cuidados de higiéne
Lavar sempre as mãos antes e depois da extração do leite e lavar todas as peças da bomba de extração que tenham estado em contacto com o leite ou com a boca do bebé. Todas as peças devem secar completamente e guardadas num saco ou recipiente limpo até à próxima utilização.
2. Escolher o melhor método para conservar leite materno
Se pudermos escolher, o leite materno recém extraído é preferível ao refrigerado e o refrigerado é melhor do que o congelado. Isto acontece porque o leite materno recém extraído tem as melhores propriedades para o combate às bactérias e um teor mais elevado de antioxidantes, vitaminas e gordura do que o leite refrigerado ou congelado.
3. Ter atenção o tempo de conservação do leite materno extraído
Depois do leite materno ser extraído, este pode ser conservado à temperatura ambiente, no frigorífico ou no congelador, dependendo de quando se pretende utilizar. No entanto existem prazos de validade a cumprir.
3.1. Conservação no frigorífico
O leite deve ser colocado no frigorífico tão rapidamente quanto possível depois da extração e deve ser colocado em frascos para leite materno ou em sacos para conservação próprios (que se compram nas farmácias). Podem ser acrescentadas pequenas quantidades de leite extraído ao mesmo recipiente refrigerado, desde que o leite que quer juntar tenha sido previamente arrefecido no frigorífico. Nunca se deve juntar leite à temperatura corporal a leite já arrefecido.
O leite deve ser conservado na zona mais fria do frigorífico – na parte de trás, na prateleira por cima do compartimento dos legumes. Nunca o coloque na porta do frigorífico, onde a temperatura é menos constante.
Pode ser conservado durante 48horas, a uma temperatura de 4°C.
3.2. Conservação no congelador
Deve-se congelar o leite materno tão rapidamente quanto possível depois da extração. Também aqui se pode acrescentar leite extraído a leite materno já congelado, desde que o leite que quer juntar tenha sido previamente arrefecido no frigorífico. Nunca se deve juntar leite à temperatura corporal a leite congelado.
Para evitar desperdício na hora de descongelar, o ideal é conservar o leite em porções pequenas (60 ml no máximo ). Na hora de descongelar, se precisar de uma dose maior é só juntá-las depois de descongeladas.
Os recipientes a utilizar deverão ser adaptados, existem frascos e sacos de conservação que se comercializam para esse efeito.
Não encha os recipientes até cima, 3/4 é o suficiente, pois o leite depois de congelado expande-se.
Conserve o leite na parte de trás do congelador, onde a temperatura é mais constante, mantendo-o afastado das paredes de congeladores com autodescongelação.
No congelador, pode ser conservado durante 4 meses, a uma temperatura de -18°C.
Sempre que refrigerar ou congelar leite materno, deve ser colocada uma etiqueta nos recipientes com a quantidade e a data em que o leite foi extraído, de forma a controlar as validades dos mesmos.
4. Ter atenção a forma como vamos utilizar o leite materno extraído
O leite materno conservado vai separar-se em camadas, ficando a gordura no topo, por isso deve-se agitar suavemente o recipiente de forma a misturar as camadas, antes de alimentar o bebé. Agitar vigorosamente ou abanar pode danificar alguns dos componentes nutricionais e protetores do leite.
Quando o seu bebé se alimenta do leite materno extraído, com um biberão ou um copo, é natural que passem bactérias da boca dele para o leite, por este motivo, é recomendado deitar fora qualquer sobra de leite, uma a duas horas depois.
4.1. Utilizar leite materno congelado
Os bebés saudáveis de termo podem beber leite materno à temperatura ambiente ou aquecido até à temperatura de 37 °C ( temperatura corporal).
Se o leite estiver refrigerado e pretende que fique mais quente, coloque o recipiente numa taça com água a morna durante alguns minutos até estar à temperatura de 37 °C. Se preferir, pode utilizar também um aquecedor de biberões.
O leite materno congelado pode ser descongelado no frigorífico, entre 6 a 12 horas. Em alternativa, pode-se colocar o recipiente onde o leite foi congelado sob água morna corrente, a um máximo de 37 °C (temperatura corporal). Não é aconselhável descongelar o leite materno à temperatura ambiente, num micro-ondas ou em água a ferver.
Depois de completamente descongelado, o leite materno pode ser mantido à temperatura ambiente durante duas horas, no máximo, ou no frigorífico durante até 24 horas.
Com estas informações fica bem mais fácil extrair e conservar o leite materno quando é necessário! Por isso, se tiver alguém que possa estar a precisar de esclarecer algumas dúvidas, partilhe este post, pode ser que esteja a ajudar uma mãe...
Amamentar não é fácil, acreditem... Talvez para uma minoria de mulheres até o seja, mas na maior parte das vezes é complicado...
Por muitos conhecimentos que tenhamos, ou até mesmo experiência, nos primeiros dias, ou mesmo nos primeiros meses, amamentar dói... E dói muito... Os mamilos racham, às vezes até sangram... Depois vem o ingurgitamento mamário e até as mastites...
Como é que um bebezinho tão frágil consegue magoar tanto os mamilos com aquela boquinha tão delicada? Mesmo assim, vamos em frente porque queremos dar o melhor alimento que existe para o nosso bebé... Fechamos os olhos, suamos com tanta dor, e até choramos...
Choramos com dor, choramos por medo de falhar e choramos de cansaço... Com o tempo tudo se acalma... A dor passa, começamos a entrar no ritmo do nosso bebé e este gesto passa a ser natural... E é nesta altura que amamentar fica um momento simples e de puro prazer...
Não existem palavras para explicar o quanto é mágico ver o nosso filho alimentar-se só do que vem de nós... A troca de olhares, os sorrisos, as pequenas brincadeiras... Um momento único onde sentimos que todo o nosso Amor é recíproco!
Se é cansativo? Claro que sim, e muito! Principalmente quando temos um bebé que quer mamar com muita frequência...
Se altera muito as minhas rotinas? Sim, bastante! Cada vez que temos que ir a algum lado temos que fazer planos para que ao fim de 2, no máximo 3 horas, estejamos num local apropriado para poder amamentar...
Haverá sempre pessoas a questionar se estás a fazer ou a dar o melhor alimento ao teu filho... Elas não fazem por mal, e muitas vezes vamo-nos questionar o porquê de nos estarem a dizer isso... Vamos duvidar de nós e da qualidade deste alimento tão precioso para o nosso bebé... E por vezes até vamos colocar tudo em causa... Tudo isto faz parte deste processo, é preciso acreditar que o nosso leite é o melhor alimento para o nosso filho e que somos capazes... É preciso ter persistência!
Apesar de todos os constrangimentos que tive, consegui amamentar o Gui 10 meses e meio, altura em que regressei ao trabalho e me comecei a sentir demasiado cansada para continuar... Com o Martin, mesmo já sendo uma mãe de segunda viagem, os primeiros 15 dias também não foram nada fáceis com tanta dor que tinha por causa dos mamilos rachados e do ingurgitamento mamário.
Sei que nem todas as mães conseguem amamentar, mesmo apesar de todos os esforços, e há também aquelas mães que simplesmente não querem... Serão "menos mãe" por isso?! Claro que não! O bebé vai sobreviver e o amor será exactamente o mesmo!
É obvio que não quero com isto desvalorizar a importância do aleitamento materno, nem incentivar a não amamentar, quem me segue sabe bem o quanto eu sou a favor da amamentação. O meu objetivo com isto é mostrar a quem está aí desse lado que ninguém nasce mãe, ninguém nasce a saber amamentar, tudo isto é um processo de aprendizagem que demora algum tempo.
No caso da amamentação, e para quem pretende amamentar, as mães têm que estar cientes que os primeiros dias de amamentação não são, na maior parte das vezes, fáceis, muito pelo contrário, são bastante dolorosos e exigem muito de nós. O importante é estar sensibilizado para o pior porque depois que essa fase passa surgem muitos mais momentos de Felicidade! Por isso, aqui fica o meu conselho, antes de desistir, tente todas as formas de amamentar o bebé, mas se isso não fôr possível não se culpabilize porque importante mesmo é alimentar o bebé com muito amor e carinho!
Posto fim a este capítulo das nossas vidas, achei que seria bastante útil partilhar os produtos que considero indispensáveis para o sucesso da amamentação.
Para quem pretende amamentar, o ideal é comprar todos os artigos antes do bebé nascer, pois todos eles são bastante úteis desde o primeiro dia.
1. Almofada de Amamentação
Ora aqui está um artigo que aí já tinha destacado num post quando estava grávida, e que eu recomendo comprar. Para mim teria sido muito mais difícil amamentar se não tivesse comprado este artigo, tanto eu como o Gui ficavamos super confortáveis na hora da amamentação, foi realmente muito, muito, útil!
2. Soutien de Amamentação
Os sutiãs de amamentação são importantes pois evitam a distensão dos ligamentos. Devem ter alças largas e que sustentem bem as mamas, evitando dor e desconforto. O ideal é comprar alguns (entre 4 a 6) para permitir que possa ser trocado sempre que houver algum desconforto, de forma a manter também uma boa higiéne. Porém, deve evitar-se comprar soutiens com muita antecedência, uma vez que não é possível prever as alterações do corpo após a gravidez.
3. Protetores de Seios descartáveis
Os protetores de seio descartáveis servem para absorver e proteger contra as perdas de leite, por isso são uma excelente opção para manter os seios secos. O ideal é usar de forma contínua, tanto de dia como de noite.
Da minha experiência, aconselho os descartáveis pois são muito mais confortáveis, práticos e higiénicos.
4. Pomada Lansinoh Lanolina pura Proteger os Mamilos
Uma pomada indispensável que ajuda a aliviar os mamilos sensíveis ou secos e a formar uma barreira protetora adicional nos mamilos doridos ou irritados durante a amamentação (pode ser utilizado durante a gravidez).
Aconselho esta marca, que me recomendaram na maternidade, e que é um verdadeiro milagre. Nunca tive qualquer problema! Além disso é 100% segura para o bebé e não precisa de ser removida antes de amamentar. A melhor opção do mercado.
5. TheraPearl terapia 3 em 1 Lansinoh
Estes saquinhos são na verdade compressas que podem ser utilizadas quentes ou frias, eficientes para aliviar dores provocadas por mastites, ductos obstruídos e ingurgitamento dos seios. São 100% seguras, laváveis e reutilizáveis.
6. Bomba tira leite eléctrica natural da PHILIPS AVENT
Mesmo no primeiro mês de vida do bebé, este aparelho é fundamental quer para quando se dá a subida do leite quer para estimular a produção ou até para armazenar leite quando fizer falta.
Comprei esta máquina depois de uma pesquisa intensiva na internet, e foi uma boa escolha pois além de ser prática, a pressão pode ser ajustada, e não provoca qualquer dor! Uma excelente escolha.
7. Sacos para armazenar leite materno Lansinoh
Para quem pretende armazenar leite no congelador é fundamental comprar este tipo de saquinhos.
Recomendo esta marca por serem bastante práticos e funcionais: podemos registar a data, a hora, bem como outros dados pertinentes.
E por aí, alguém utilizou mais algum produto que acabou por ser imprescindível?
Antes de ficar grávida, já tinha conhecimentos sobre a importância da amamentação, conhecimentos estes adquiridos durante o meu curso de enfermagem... Talvez por isso nunca tive dúvidas que um dia, assim que tivesse um filho, fosse amamentar... Não condeno, nem julgo quem opta pelo aleitamento artificial, mas quem me segue sabe bem o quanto defendo este tipo de alimentação natural.
Confesso que, mesmo tendo todos os conhecimentos necessários, tive muitas dúvidas, quer durante a gravidez, quer quando o Gui nasceu... Existe uma grande distância entre o que uma pessoa pensa que vai ser capaz de fazer ao acontecer...
Sabia que o início não ía ser assim tão expontâneo e evidente, e confesso até que pensava que ía ser um bocadinho mais fácil...
No primeiro mês, desistir passou-me pela cabeça umas centenas de vezes, tinha receio de não estar a alimentar suficientemente o Gui... Depois vinham as consultas semanais onde o Gui era pesado e depressa as dúvidas desapareciam e a confiança em mim era maior.
Os primeiros 3 meses foram, sem dúvida, os mais cansativos, o Gui demorava imenso tempo a mamar, mamava a cada duas horas (tanto de dia como de noite), tinha algumas dores e andava super cansada. Mas o pior aconteceu quando o Gui tinha dois meses e meio... Fiz uma mastite na mama direita e quase que desisti de amamentar... Estávamos de férias em Portugal, de um dia para o outro a mama direita começou a ficar engurgitada, e depressa se formou um grande abcesso... Parecia que tinha uma bola de ténis, na mama... As dores eram imensas... Fiz de tudo para conseguir reverter esta situação... Desde massagens, com quente e frio, passando por colocar o Gui a mamar em "N" posições diferentes até a utilização da bomba de extracção de leite... Nada resultou, o abcesso parecia querer ficar... Não dormia em condições, tinha dores horríveis e estava exausta... Comecei então a fazer febre... Entre as idas aos Centros de Saúde, anti-inflamatórios e antibiótico, acabei por ir parar ao serviço de Urgências onde fui submetida a uma drenagem de abcesso... A partir daqui as dores começaram a desaparecer... Fiquei com um dreno, tive uma semana a fazer tratamento diário (e graças à boa vontade da vizinha dos meus pais, que também é enfermeira, tive a sorte de fazer os tratamentos em casa, todos os dias vinha-me "fazer o penso")... Foram 15 dias péssimos... Coloquei tudo em questão, pensei em desistir de amamentar, mas não o fiz, e mesmo com o abcesso, e com o dreno na mama, amamentei sempre!
Confesso que tive muito medo de voltar a passar por isto novamente, e disse a mim mesmo que se voltasse a acontecer teria que desistir. Felizmente não se repetiu, o processo de amamentação acabou por se tornar natural e simples, conseguimos estabelecer aquela "relação especial tão desejada"...
Uns dias antes do Gui completar 10 mesinhos, recomecei a trabalhar, mas com um horário de trabalho de 12 horas/dia e com o Gui a acordar a cada 3 horas para comer, andava demasiada cansada... Foi então que achamos que era a altura de começar a introduzir o leite artificial, porque não sabíamos quanto tempo seria preciso para o Gui se habituar... Falei com a Pediatra, compramos o leite que ela nos indicou e, aos 10 meses e meio o Gui bebeu então pela primeira vez leite artificial... Em dois dias o Gui rejeitou completamente a mama e nunca mais quis mamar! Nunca pensei que ele fizesse um desmame tão repentino e fácil. Foram 10 meses e meio que ficarão bem guardadinhos na minha memória...
Para trás ficam só as belas recordações e também aquelas situações mais caricatas (se é que lhe podemos chamar assim)... As vezes que tive que amamentar no carro porque não haviam locais apropriados para o fazermos confortavelmente, o Gui distraísse imenso, além disso não me sentia à vontade em fazê-lo no meio de uma multidão... Sem falar daqueles cantinhos de amamentação/fraldários que não lembram ao menino Jesus, que cheiravam a esgoto, ou pareciam saunas (no Verão) ou então arcas frigoríficas (no Inverno)...
E se no início tinha muito pudor, o tempo e a naturalidade do acto acabaram por resolver este meu "problema"... Tive sempre cuidado de fazê-lo discretamente, até porque aqui em França sentia-me um bocadinho "estranha", era raríssimo ver alguém a fazê-lo.. Nunca usei nenhum avental ou lenço porque o Gui suava imenso e não suportava estar tapado... Tenho algumas fotografias a amamentar que registam com carinho esses belos momentos, e lamento não o ter registado muito mais...
Como foram mágicos estes 10 meses e meio... Como fomos felizes... Como foi bom para mim e, muito mais ainda, para o Gui... Sinto-me uma felizarda por o ter feito e voltaria a repetir tudo novamente, mesmo com todos os obstáculos que tivemos. Quem já amamentou sabe bem do que falo, e apesar de existirem sempre alguns momentos difíceis, na realidade quase ninguém acaba por os contar porque, quando falamos da amamentação, não nos lembramos das coisas difíceis, lembramo-nos apenas das coisas maravilhosas que ela nos dá!
Já tinha manifestado aqui a minha vontade de amamentar assim que o Gui nascesse, o que eu não sabia é se seria capaz de o fazer... Hoje olho para traz e vejo que as pesquisas que fiz quando estava grávida ajudaram-me e muito, pois revi conhecimentos (do meu curso de enfermagem) e aprendi muitas dicas, o que na hora "H" me deu muita mais confiança.
Um acto que a meu ver não é nada espontâneo, é preciso muita calma, muita paciência e muita confiança em nós, para que não se desista logo na primeira frustração. Falo por experiência própria...
Houveram dias na maternidade que duvidei que fosse capaz, outros em que as enfermeiras vinham e me davam um bocadinho mais de confiança, e outras que pareciam menos experientes do que eu... O facto é que o Gui agarrava de forma correta a mama, mas nos três primeiros dias perdeu quase 300 gr... Fomos obrigados a vê-lo a ser picado várias vezes no pé para avaliar o seu nível de açúcar, tomou suplementos (de biberão) para complementar o leite materno (o qual ele não gostava nada)... Não foi nada fácil vê-lo a ser picado consecutivamente, vê-lo a gritar a cada picadela, pensei muitas vezes em desistir (mas nunca o demonstrei), mas depressa compreendi que esta fase era perfeitamente normal e que acontecia muitas vezes... Tudo porque só a partir do momento em que se dá a "subida do leite" (após o terceiro dia, num parto normal) é que o bebé passa a ter alimento suficiente... Além disso, na semana que o Gui nasceu, as temperaturas estavam elevadas, e ele ficava muito sonolento com tanto calor, o que o impossibilitava também de comer.
A partir do terceiro dia, e com a "subida do leite", o Gui recuperou 100gr de um dia para o outro... Ganhei confiança em mim, tive alta no 5º dia, e ao 7º dia pude comprovar que o Gui estava a ser bem alimentado pelo meu leite materno... Tinha aumentado mais 200gr.
Amanhã é dia de consulta, o Gui vai voltar a ser pesado, e vou poder comprovar que vamos no caminho certo! Não sei como é em Portugal, mas aqui em França, no primeiro mês de vida de um recém-nascido este deve ser pesado semanalmente.
Tenho consciência que ainda estou bem no início desta caminhada, uma caminhada bastante cansativa mas feita com muito, muito, amor!
Hoje, e para finalizar o tema do aleitamento materno vou abordar dois tópicos:
- os Cuidados específicos às complicações da amamentação;
- e as Posições para amamentar.
Se alguém quiser ou achar que devia abordar mais algum assunto específico em relação a este tema, deixe aqui a sugestão!
CUIDADOS ESPECÍFICOS ÀS COMPLICAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO
1. Mamilos Gretados
Este é um dos problemas muito frequentes nas primeiras semanas após o parto, que normalmente surge devido à posição errada do bebé a mamar, do modo como o bebé agarra o peito ou ao ressecamento do mamilo.
Se este problemas surgir, as soluções passam sempre por cumprir as dicas gerais mencionadas no último post. No entanto, se a dor for muito forte, a mãe deve retirar o leite manualmente ou com o auxílio de uma bomba e, dar ao bebé com um copo ou uma colher até que o mamilo melhore ou cicatrize totalmente.
2. Ingurgitamento Mamário
Normalmente este problema surge por volta do terceiro dia pós-parto, quando os seios começam a ficar doridos e tensos devido à deficiente drenagem do leite, sensação esta que pode ser acompanhada por um ligeiro desconforto.
O ingurgitamento pode ser passageiro (até 24 horas) ou durar vários dias (4 a 5 dias), o corpo demora alguns dias a ajustar-se para começar a produzir a quantidade necessária para o bebé.
Se este problemas surgir procure:
3. Mastite
Quando a mulher não soluciona o ingurgitamento mamário pode ocorrer uma mastite, ou seja, uma inflamação do tecido mamário que se caracteriza por uma inflamação (dor, rubor e calor localizado) com ou sem infeção, que pode ser acompanhada por febre (geralmente acima de 38ºC) e sintomas do tipo gripal.
Normalmente costuma surgir apenas num dos seios, sendo rara a infecção bilateral ao mesmo tempo.
O tratamento para a mastite deve ser instituído o mais rapidamente possível, porque quando esta se agrava pode ser necessário o uso de antibióticos ou mesmo uma intervenção cirúrgica.
O tratamento inicial passa por:
POSIÇÕES PARA AMAMENTAR
A posição correta para amamentação é o fator mais importante para o seu sucesso. Por isso, ao amamentar, a mãe deve preferir ambientes tranquilos, posicionar-se de maneira correta e confortável, e o bebé, além de estar de frente para o mamilo, deve pegar a mama corretamente para que não ocorram ferimentos nos mamilos e o bebé consiga beber mais leite.
Além da tradicional posição para amamentar, onde a mãe está sentada e o bebé está deitado na horizontal, existem outras posições como:
CONSIDERAÇÕES FINAIS...
Se há mulheres que se adaptam à amamentação de forma rápida e sem enfrentar grandes dificuldades, há outras que enfrentam alguns percalços. O importante é que a mulher compreenda que este é um processo que requer prática e exige paciência para que não se desista de amamentar nos primeiros obstáculos que aparecerem!
Eu, como mãe de primeira viagem, resta-me esperar que o nosso Principezinho nasça para poder partilhar a minha experiência.
No seguimento do tema de ontem, hoje vou abordar os tópicos a que me propus... Espero que possam ser úteis a muita gente!
QUANTAS VEZES DEVE COMER O BEBÉ
Quando o bebé nasce deve ser amamentado todas as vezes que ele desejar, o ideal é que este seja colocado à mama sempre que acordar de forma a evitar que eles sintam fome, uma vez que este alimento é rapidamente digerido. Daí que nos primeiros 4 dias de vida a maioria dos recém-nascidos mame entre 8 a 15 vezes ao dia. Nesta fase, nunca deixe o bebé mais de 3 horas sem comer, mesmo que ele esteja a dormir acorde-o para ele se alimentar. Ofereça as duas mamas, em cada mamada, de forma a estimular a produção de leite.
Inicialmente, as mamadas, são curtas, mas com o aumento da produção de leite da mãe, bebé começa a mamar menos vezes e mais tempo, cerca de 6 a 8 mamadas por dia, ou seja, de três em três ou de quatro em quatro horas. Nesta fase, e uma vez ocorrida a subida do leite, a mãe deve esvaziar uma mama completamente e só depois oferecer a outra. Na mamada seguinte, deve iniciar pela mama onde o bebé mamou menos.
Não se esqueça que é o tamanho do estômago do recém nascido que vai determinar também o quanto ele deve mamar, e com que intervalos. Já imaginou qual é o tamanho do estômago de um bebé quando nasce?
A natureza é mesmo impressionante, ao verificarmos que existe uma relação direta entre a quantidade de colostro e o pequeno estômago do bebé! Olhando para a imagem acima, fica mais fácil perceber porque é que ao nascer o bebé mama pouco de cada vez e em intervalos curtos. Algo que se torna perfeito, pois é o tempo que o nosso cérebro precisa para que comece a produzir mais leite.
COMO SABER SE O BEBÉ MAMOU O SUFICIENTE
Existem alguns sinais que demonstram que o bebé mamou correctamente:
Se mesmo assim continuar com dúvidas fale com a enfermeira, o médico ou o pediatra para tirar dúvidas, não é vergonha nenhuma demonstrar que se importa com a saúde e o desenvolvimento saudável do bebé.
CUIDADOS GERAIS A TER COM AS MAMAS
Nos primeiros dias de amamentação é muito comum as mulheres sentirem as mamas mais sensíveis, bem como os mamilos, e podem mesmo surgir algumas complicações como o aparecimento de gretas nos mamilos, a ingurgitação ou a mastite (inflamação mamária).
Para prevenir estes problemas, existem dicas simples que devem ser adotadas durante o período em que a mulher amamenta e devem ser diariamente cumpridas para evitar complicações:
Estas medidas devem ser adotadas durante o período em que a mulher amamenta e devem ser diariamente cumpridas para evitar complicações.
Para amanhã, e por último, abordarei dois tópicos também com grande importância:
- os Cuidados específicos às complicações da amamentação;
- e as Posições para amamentar.