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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

SOBRE O DIA DA FAMÍLIA

15 de Maio

O Dia Internacional da Família é uma data celebrada anualmente no dia 15 de Maio, que serve para relembrar a importância da família e celebrar a união familiar entre os diversos membros, que podem ser pessoas que possuem um ancestral familiar em comum ou pessoas que, juntas, constituíram uma nova família. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1993, e comemorada pela primeira vez em 1994.

 

Esta semana no infantário do Martin foi pedido aos pais para se inscreverem e irem à escolinha contar uma história na sala de aula. Hoje era o único dia que estava de folga, por isso, assim que soube, fiz questão de estar presente para que o Martin visse o quanto é importante a família e a escola estarem unidas...

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Foi um momento muito giro, repleto de ternura, onde as crianças demonstraram um enorme interesse em participar! 

Confesso que superou em muito as minhas expectativas, pois foi a minha estreia como "contadora de histórias". 

Quase todos os dias lemos histórias para o Gui e para o Martin, antes de dormir, mas ler uma história para um público 16 pequeninos é uma experiência bem diferente que fica marcada na memória nossa e dos nossos filhos!

Foi muito bom ver o Martin super orgulhoso por eu estar ali na salinha dele a interagir com os amiguinhos dele...

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Uma iniciativa simples mas inesquecível!

 

"PAREÇO UM ANANÁS"

Quem nos segue no Instagram reparou que o Martin cortou o cabelo bem curtinho, já lá vão uns dois mesitos, talvez... O pedido partiu dele, e nós fizemos-lhe a vontade... 

No dia que cortou o cabelo estava todo entusiasmado, e portou-se lindamente, mas foi no final, quando a cabeleireira disse que já estava que ele ficou em choque: não disse uma única palavra até casa! Foi preciso um tempinho para ele recuperar do "susto", mas até hoje nunca se arrependeu do que pediu.

Hoje, sem perceber porquê, quando estava a pentear o cabelo, olhou para o espelho e disse:

- Oh mamã, eu pareço um ananás assim!

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Parti-me a rir com semelhante comparação e não sei onde ele teve imaginação para tanto! 

"O MENINO VELHO"

Maternidade com humor

Este fim-de-semana fomos dar uma voltinha... Às tantas, no hotel, um menino com os seus 8 - 9 anos pega na muleta da avó para fazer de conta que era ele que estava magoado...

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O Martin, que vinha distraído, olha para a frente, e espantado, sem se aperceber que se tratava de uma brincadeira diz, alto e em bom som:

- Olha mamã, um menino velho!

Confesso que não sabia onde havia de me meter, mas não consegui conter o riso, ao mesmo tempo que tentava explicar que as pessoas não são nunca "velhas"... E, naquela situação, o menino até estava a brincar com a muleta de avó, que estava magoada num pé!

Felizmente, toda a gente achou piada, inclusivé a avó do menino que foi a primeira a rir-se à forma natural como o Martin disse aquilo sem maldade nenhuma.

Começa ficar complicado controlar o vocabulário, tanto do Martin como do Gui... É incrível como eles na escola, com os amigos (e não só), aprendem palavras "menos correctas"...  E esta até é uma daquelas que "choca menos", se é que me entendem...

AMIZADES IMPROVÁVEIS

O Gui e o Martin sempre foram fascinados pelos "animais da quinta"... O fascínio é tão grande, que conseguiram que uma garniza ficasse tão meiga, que agora ela deixa que eles andem sempre com ela para todo o lado!

O melhor foi quando vi o Martin a andar no carro eléctrico com a garniza mesmo ao lado dele!

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Corri para a cozinha e peguei no telemóvel pois queria muito registar este momento... E eu a pensar que seria um momento único... Mas este seria apenas o primeiro momento de muitos!

Tem sido maravilhoso voltarmos a viver na Aldeia, e se alguma vez tive dúvidas disso, hoje tenho certeza que é aqui que eles podem ser verdadeiramente felizes... Tal e qual eu fui!

(Fui e hoje sou ainda muito mais do que era ♥️♥️♥️♥️)

VIDA NOVA ESCOLINHA NOVA

Martin

Hoje partilho com vocês a integração do Martin no Infantário...

Se estivéssemos ficado em França, teria entrado na "école Maternelle" tal como o Gui andou, mas como tínhamos planos para voltar fizemos a inscrição dele num infantário privado, o ano passado, onde tenho uma prima que é educadora de infância... Confesso que este foi o factor mais determinante na escolha do infantário pois com tantas mudanças na nossa vida, queríamos que a integração do Martin não fosse muito difícil pois ele estava numa ama... Por isso, assim que decidimos não hesitamos em fazer a matrícula num lugar onde conhecíamos alguém de forma ao Martin conseguir se sentir seguro.

E assim foi, o Martin foi para o infantário no dia 2 de Setembro, cheio de vontade de ir pelas maravilhas que lhe tínhamos contado, por ter a prima como Educadora e talvez pelo facto de saber que ía agora para uma escola tal como o mano...

Os primeiros dias choramingou um bocadinho com saudades nossas, mas depressa se adaptou àquele ambiente acolhedor... 

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Ao contrário da escola do Gui, em França, aqui há abraços, sorrisos e muita compreensão... Há caras conhecidas e simpáticas, olhares que confortam e palavras que nos transmitem segurança e confiança!

De facto a integração superou até as nossas espectativas de tão bem que correu.

Hoje o Martin chegou ao infantário, e mal viu uma das funcionárias, correu para os braços dela com o sorriso mais doce que possa existir! 

É tão bom sentir que os nossos filhos são felizes nos lugares onde os deixamos quando não podemos estar com eles.

E por aí, como foi?

Quanto ao Gui, ficará para o post de amanhã...

NO DIA MUNDIAL DA URTICÁRIA...

O GUI TEVE URTICÁRIA

No Dia Mundial da Urticária decidi falar um bocadinho deste tema e partilhar a minha experiência pessoal...

 

A data foi implementada em 2014, pela "Asociación de Afectados de Urticaria Crónica - AAUC" (uma organização espanhola sem fins lucrativos) devido à importância desta doença e ao aumento do número de casos a nível mundial. A doença ainda é bastante desconhecida, por isso existem muitos doentes que demoram anos para o correto diagnóstico, tratamento e controle do quadro.


A urticária caracteriza-se por lesões avermelhadas, com o centro mais claro e bordos mais vermelhos, e que quando pressionada com o dedo tem tendência a clarear, que dão prurido (comichão) e incomodam bastante, e são popularmente conhecidas como “empolamento da pele”. As lesões podem ter forma e tamanho variáveis, formando muitas vezes placas que acabam por desaparecer espontamente sem deixar marcas. Em alguns casos pode haver edema (inchaço) de algumas regiões (lábios, pálpebras, orelhas), conhecido como angioedema, e ocorre quando as lesões comprometem a camada mais profunda da pele (derme). A doença  não é transmissível, por isso não existe possibilidade de contágio entre pessoas.

 

Para classificar os tipos de urticária utiliza-se a duração da doença e as causas subjacentes. Assim, considera-se uma urticária aguda quando dura menos de 6 semanas e urticária crónica quando excede as 6 semanas. 

 

A urticária aguda é muito frequente. Estudos apontam que cerca de 20-25% das pessoas vai apresentar um episódio de urticária aguda pelo menos uma vez na vida. Ocorre frequentemente em pessoas com doenças atópicas (como rinite, asma ou eczema atópico), em crianças e adultos jovens. A maior parte das situações de urticária aguda tem uma causa infeciosa, provocada por um vírus, sobretudo nas crianças. E na maioria dos casos não se chega a saber qual a causa (idiopática). Desaparece espontaneamente ao fim de umas semanas (máximo 6 semanas).

 

urticária crónica, é uma doença difícil de controlar, sobretudo quanto mais tempo tem de evolução, daí ser importante uma história clínica aprofundada e a orientação de uma referenciação atempada a um Médico Alergologista. Estima-se que apenas 1% da população possa desenvolver esta forma mais grave da doença. 

 

Relativamente às causas, consideram-se dois grandes subgrupos: urticária espontânea e urticárias induzíveis (ou urticárias físicas). Na urticária espontânea, como o próprio nome indica, as lesões aparecem espontaneamente, ou seja, não é causada por nenhum agente externo, mas sim pelo próprio organismo. Na urticária induzível existem fatores externos, como o frio, o calor, a exposição ao sol, o contato com a água, a pressão física sobre a pele e até mesmo a realização de exercícios físicos, que podem desencadear os sintomas.

 

Não existem opções terapêuticas curativas para esta doença, o tratamento é basicamente sintomático, de forma a  melhorar/eliminar os sintomas, mas que não resolvem o mecanismo que produz a urticária. 

 

Não existe qualquer tipo de tratamento natural com efeitos comprovados, e também não está indicado o uso de qualquer tipo de pomadas. No entanto o doente pode tomar algumas medidas que ajudam: evitar os elementos desencadeantes da doença (caso existam e sejam conhecidos), um duche com água morna e sabonete/gel de banho adequado a uma pele sensível, e a aplicação de um creme hidratante.

 

O Gui teve uma urticária aguda com 3 anos, estava eu grávida de quase 40 semana do Martin... Lembro-me de ficar super alarmada por não saber do que se tratava, se era contagioso e se iria passar... Tive muito receio por ele e pelo Martin que ainda estava na "minha barriga"... Começou por aparecer nos braços, depois nas pernas, nas coxas e nas nádegas, sendo que era nas pernas e coxas que estava mais exacerbado... Marquei uma consulta para saber do que se tratava e deram-me o diagnóstico de urticária... Fiquei um bocadinho mais descansada, mas confesso que tinha um certo receio que o diagnóstico pudesse não estar certo, tanto que na altura nem fui capaz de falar deste assunto aqui no blog... 

O tratamento baseou-se apenas na hidratação cutânea, felizmente ele não tinha muito prurido caso contrário teria sido pior... Ainda assim, foram precisas umas 3-4 semanas para o Gui ficar completamente sem aquelas borbulhas/placas, que felizmente nunca mais apareceram.

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E por aí, quem já passou por esta situação?

O GUI QUER OS SAPATINS

A primeira vez que ouvimos o Gui a pedir os "sapatins", demoramos algum tempo a compreender o que ele queria... Ainda por cima sempre que ele diz algo e nós não percebemos fica chateado porque na cabecinha dele ele está a dizer a palavra correctamente...

Nesse dia que se lembrou de pedir os sapatins só descobrimos assim que ele se lembrou onde estavam guardados e apareceu na sala com eles...

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Ah... Ok, afinal queria os PATINS!!!

Pensando bem, o Gui até tinha uma certa razão em dizer sapatins, que é como quem diz sapatos com patins!  

Eh... Eh... Eh...

O DESFRALDE NEM SEMPRE É FÁCIL...

Maternidade

Faz hoje uma semana que o Gui deixou finalmente as fraldas... É verdade, 1 semana! Nunca imaginámos que fosse ser algo tão complexo para o Gui... 

 

Começamos o desfralde em Fevereiro de 2019 quando o Gui começava a manifestar sinais de que em breve iria controlar os esfíncteres, pois sentia quando ía fazer xixi... Nunca o pressionámos, mas com o tempo a passar ele quase a completar 3 anos, queríamos que ele deixasse as fraldas antes do nascimento do Martin e antes de entrar para a escolinha... Mas acabou por se tornar uma missão impossível... 

 

O xixi até que não foi muito difícil, demorou cerca de 3 meses, volta e meia acontecia um acidente, nada que não fosse natural... Mas o cocó revelou-se um processo bastante complexo...

 

Na realidade, quando o Gui passou a fazer xixi no pote também controlava o cocó, sabia perfeitamente quando tinha vontade pois pedia uma fralda, escondia-se no quarto ou atrás de um objeto e depois pedia-nos para o trocar... Quando tinha escola pedia a fralda antes de ir para a escola ou quando chegava a casa, e fazia... O Gui tinha muito medo de fazer cocó no pote e cada vez que tentávamos abordar o assunto ele evitava falar nisso e dizia que tinha "muito medo"... Medo?! Mas medo de quê?!

 

Pesquisei sobre o assunto, falei com a Pediatra e descobrimos que este "medo de fazer cocó no pote/wc" era muito mais frequente do que imaginávamos, por isso tínhamos que ser pacientes... Tentamos de tudo para desmistificar este medo... Negociamos com mil e uma coisas, desde prendinhas, a ver desenhos animados, a colar autocolantes num calendário como forma de recompensa e tantas coisas mais... Às tantas já não éramos só nós que lhe prometíamos coisas giras para ele deixar de uma vez por todas as fraldas... O Gui até ficava entusiasmado com a ideia, mas assim que tinha vontade o medo de fazer cocó fora da fralda era superior.

 

Andávamos há meses em negociações... Claro que não o fazíamos todos os dias pois sabíamos que não adiantava de nada colocá-lo sob pressão, muito pelo contrário, corríamos o risco de o "assustar" mais...

 

O tempo foi passando e nós só conseguíamos pensar que o Gui estava prestes a completar 4 anos e ainda não tinha feito o desfralde... Começamos a conversar ainda mais com ele, tentamos lhe mostrar como iria ser bom para ele fazer cocó na sanita... E quando faltava um mês para completar 4 anos, o Gui começou a revelar um "medo menor"... Aquele "medo" já não era tanto "medo", era sim uma grande teimosia que ele tinha necessidade de mostrar para se impôr (não fosse o Gui um grande teimoso)!

 

Sentimos que a hora do desfralde poderia estar para chegar, mas tínhamos que lhe dar um empurrãozinho... Aproveitamos a pandemia para lhe dizer que as fraldas estavam a acabar e que não podíamos ir comprar mais... Andamos nisto uma semana... Uns dias funcionava, outros não... Até que um dia ele ficou zangado e não fez cocó o dia todo... Nesse dia, percebi que não adiantava mais tentar negociar com ele, falei com o R. e decidimos que o melhor era falar com o Gui e dizer-lhe que agora só dependia dele ir à casa de banho pois nós não íamos falar mais desse assunto... 

 

E assim foi, de um dia para o outro o Gui começou a ir à casa de banho, sem pedir se quer ajuda, pois segundo ele "o Gui não precisa de ajuda, ele consegue ir sozinho"... Já lá vai uma semaninha que isto aconteceu, e eu estou muito orgulhosa por ele ter conseguido ultrapassar esse "medo"!

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Por isso, se estiver numa situação semelhante saiba que não adianta forçar, mesmo quando a criança sabe que pode, porque se ela não quer, se sente medo, insegurança, ou mesmo dor, ela vai tentar segurar o cocó. É preferível colocar a fralda do que obrigar a criança a ir à casa de banho e acabar com uma evacuação dolorosa e traumática. 

Não vale a pena tentar culpabilizar-se nem achar que a criança está grande de mais para usar fraldas. Cada criança tem o seu próprio ritmo, por isso o melhor é ser paciente e saber apoiar a criança. O desfralde exige paciência, dedicação e esforço, tanto dos pais quanto da criança.

QUARENTENA COM CRIANÇAS

Com tantos dias confinados em casa somos obrigados a ser mais criativos, sobretudo quando se tem crianças em casa. E se o Martin, com 8 mesinhos, contenta-se com umas brincadeiras simples, o Gui já exige actividades mais criativas e inovadoras... Por isso, temos aproveitado para fazer alguns trabalhos manuais, tal como ele tanto gosta.

 

Nestes dias aproveitamos uma caixa de ovos vazia, tampas de garrafas, palhinhas, palitos, tintas, pincéis, e cola, e fizemos um camião de bombeiros...

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É óbvio que as partes que exigiam mais destreza manual fui eu que acabei por fazer, mas mesmo assim foi giro ver o entusiasmo dele assim que viu o resultado final!

CANSAÇO SELETIVO

Ora aqui algo comum a todas as crianças: o cansaço seletivo! O Gui anda assim há uns 3 ou 4 meses e temo que este cansaço veio para ficar durante muito tempo... 

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Quem confirma esta minha teoria?! 

O GUI QUER IR À PRAIA

Quase me esquecia de contar mais um dos episódios caricatos do Gui... Aconteceu da última vez que fomos à Alemanha... Chegamos à casa dos meus pais numa sexta-feira, mas só decidimos passear no dia seguinte... O Gui que já estava um bocadinho farto de estar fechado em casa, acorda e começa a choramingar que queria ir "não sei onde"... Na verdade não estávamos a conseguir perceber onde raio ele queria ir, até que conseguimos captar a palavra "Praia"...

- Queres ir à Praia  Gui?! - perguntei eu desconfiada.

- Sim, o Gui quer ir à Praia com a avó e com o avô para apanhar caranguejos! - choramingou o Gui.

- Ó Gui, a mamã, o papá, o mano, a avó e o avô também gostavam de te levar à Praia, mas aqui não há Praia nem caranguejos... Isso é quando vamos à casa dos avós em Portugal, lá é que há a Praia... Aqui é à Alemanha, é como na França, não temos praias perto... No Natal vamos todos à Praia, mas olha que vamos mas não vai estar calor, porque calor é só no Verão, depois dos teus anos... - tentei eu explicar da melhor maneira possível.

- Oh, o Gui esqueceu... - respondeu o Gui num tom mais envergonhado. 

- É complicado Gui, eu sei, ainda és muito pequenino para saberes e te lembrares de tudo... Não faz mal, acontece... Logo, logo vai perceber melhor... O importante é não te esqueceres agora que é na casa de Portugal, onde a avó tem gatos, que o Gui pode ir à Praia... - finalizei eu para o tranquilizar.

 

E assim que saímos à rua, o Gui percebeu de imediato que ali não era de facto o sítio onde costumava ir à Praia... Fartamos-nos de rir todos com esta situação e até o Gui foi capaz de se rir daquele pedido inocente...

 

Escusado será dizer que agora que falamos no Natal, a conversa de ir à Praia vem sempre ao de cima... Este miúdo tem uma memória de Elefante!

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MALDITAS FÉRIAS

O Gui andava super feliz com a escolinha, até que vieram as famosas férias escolares... Foram 15 dias em casa, aproveitamos e fomos três dias à Alemanha ter com os meus pais e depois foi a vez dos pais do R. darem um saltinho até aqui para matar também saudades... Sem falar que logo a seguir à escola ter começado veio o feriado do 11 de Novembro... Resumindo: foram demasiados dias de férias, passados em boa companhia, por isso voltou a ser difícil regressar à escola... 

 

Hoje foi particularmente o dia mais difícil... Parecia que estava a deixar o Gui, na sala de aula, pela primeira vez... Chorou, abraçou-se a mim e pediu-me para o levar dali... Dei-lhe um abraço bem forte e tornei-lhe a explicar que a escola era um lugar agradável e que logo ele iria tornar a gostar de estar ali... Não ficou muito convencido, a vontade de vir embora era maior... A professora não valorizou esta atitude nem fez nada para o cativar... Valeu a auxiliar da sala que o tentou tranquilizar... Assim que ela lhe pegou na mão, saí apressadamente pois sabia que seria pior se eu ficasse mais algum tempo ali...

 

Não consigo compreender porque motivo existem estas férias nesta altura do ano... Com tantas férias ao longo de um ano lectivo,  é óbvio que fica difícil o processo de integração... Eu por acaso até estou em casa porque decidimos que ficava, mais uma vez, em "congé parental", mas se já tivesse começado a trabalhar o Gui teria que ficar nos chamados "tempos livres", e teríamos que pagar cada dia que ficasse lá, que por sinal não é nada de "graça"... Não consigo ver a lógica disto... Mais parece um negócio que outra coisa... Ninguém tem tantas férias para poder ficar com os filhos em casa... Enfim, se alguém me soubesse explicar o motivo destas férias, ficaria agradecida...

 

O que eu posso dizer é que esta semana é de partir o coração quando vou levar o Gui de manhã à escola... Há sempre umas três ou quatro crianças que choram pelos pais... Entrar neste ambiente logo de manhã acaba por ser constrangedor, pois por muito que eu tente que o Gui se abstraia deste panorama, fica muito difícil...

 

Fui buscá-lo à escola e com o ar mais tristonho disse-me que "não gostava da mamã"... Perguntei-lhe se era por o ter deixado esta manhã na escola, mas de imediato disse-me que "estava a brincar e que gostava muito de mim"... Senti que me disse aquilo para demonstrar que não tinha ficado contente comigo por o ter deixado esta manhã, e fez questão de dizer que amanhã não queria ir... Em breve serão as férias de Natal... E temo que voltaremos ao mesmo...

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E TU, O QUE QUERES SER?

Ontem perguntavam no Canal Panda o que queriam fazer as crianças quando fossem grande... Um dizia professor, outro polícia, outro xerife... Foi então que me virei para o Gui e perguntei-lhe se sabia o que queria ser quando fôr grande... Intrigado com aquela pergunta tão estranha o Gui respondeu-me de imediato: "Não sei...". Respondi-lhe que não se preocupasse pois ainda tinha muito tempo para pensar nisso... Mas assim que lhe disse isto, virou-se para mim e disse todo entusiasmado: "Já sei, quero ser uma Lagartixa!".

Uma Lagartixa?! Porquê uma Lagartixa? - perguntei eu curiosa. 

Não sei... - respondeu o Gui.

E hoje, do nada, e sem falarmos mais do assunto, virou-se para mim e disse: "Mamã, o Gui quer ser uma Lagartixa porque eu gosto muito de Lagartixas!...".

Achei imensa piada à explicação dele, e nunca imaginei que ele me desse uma resposta dessas pois não fazia ideia que ele gostava tanto de lagartixas.... Acho que aquelas duas vezes que vimos lagartixas em Portugal, nestas férias de Verão, devem ter mesmo marcado o Gui... 

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BOO 👻

Andava desde sábado a dizer ao Gui que tínhamos que começar a decorar  a casa para o Halloween, e ele estava super ansioso por isso, mas com tanta azáfama cá por casa só hoje é que consegui cumprir o prometido... Fui à gaveta da decoração das festas temáticas e retirei tudo o que tinha do ano passado... Foi giro ver a alegria do Gui ao ver tantos adereços assustadores... Pedi-lhe para colocar alguns para tirarmos uma fotografia e registar este momento... Sem hesitar, colocou os acessórios, fez a "cara de mau", como ele costuma dizer, e colocou-se no cantinho da mesa para que eu pudesse tirar a fotografia mais assustadora de sempre...

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Escusado será dizer que fartamo-nos de rir ao ver o resultado final. Agora é esperar que cheguem os nossos "fatos" do Halloween para pudermos tirar uma fotografia a 4!

E por aí, também já começaram os preparativos ou é uma data que passa ao lado?!

ÉCOLE MATERNELLE - PARTE 4

Hoje foi o dia tão esperado, o dia em que o Gui foi uma hora para aquela que vai ser a sua Escolinha em Setembro... 

 

A preparação foi básica, começámos por lhe dizer, ontem, que hoje iria conhecer melhor a escolinha, e hoje de manhã tornei a dizer-lhe o que iria fazer... Afinal, trata-se de uma nova etapa que se avizinha, e o Gui já consegue assimilar e perceber muita da informação que lhe é dada, por isso era fundamental que ele estivesse preparado para o que iria fazer... 

 

Desta vez, o Gui mostrou-se pouco receptivo à ideia de voltar à escola, tentei não valorizar aquele sentimento negativo por ele demonstrado e expliquei-lhe que seria muito bom começar a conhecer melhor o lugar onde ele iria brincar com muitos mais meninos...

 

Tal como combinado, chegamos à escola às 9h, o Gui continuava de "pé atrás" com toda aquela situação, mas não reclamou, apenas dava para ver na cara de descontentamento... Eram 6 crianças ao todo que iriam ficar uma hora, repartidas pelas 3 ou 4 salas, misturados com os outros meninos... O Gui foi direccionado para uma sala juntamente com outro menino, eu e a mãe do outro menino fomos até à sala com ele porque ambos não nos queriam deixar... A porta da sala abriu-se, os dois entraram e sem qualquer tipo de despedida a porta tornou a fechar-se para que eles não tivessem muito tempo de correr na nossa direcção... Confesso que, naquele momento, o meu coração ficou um bocadinho despedaçado, senti que o Gui pensou que eu o iria abandonar ali... Felizmente, não estava sozinha nesta "missão", haviam mais 5 mães como eu...

 

Passamos então para uma sala onde preenchemos uns impressos, ao mesmo tempo que partilhávamos algumas informações...  Cerca de uns 15 minutos depois, uma das animadoras dava notícias sobre o comportamento de cada criança... Um dos meninos não aguentou a pressão e acabaram por o trazer à mãe para não o traumatizar.... O Gui, tinha chorado um bocado no início, juntamente com o outro menino, mas tinha acabado por sossegar... O tempo foi passando... Mais duas meninas acabaram por se juntar às mães... Entretanto tinha chegado a hora do recreio, o Gui, o outro menino e mais uma menina, continuaram a seguir os outros e foi nesta altura que pudemos espreitar da janela para o exterior, no tal recreio que onde todos os meninos brincavam juntos...

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Dava para perceber que o Gui continuava muito tímido, a observar mais os outros...  Tinha a certeza que se ele soubesse que eu estava naquela janela a espreitar como ele se comportava, tinha corrido de imediato na minha direcção...

 

Ficámos, talvez, uns 10 minutinhos ali a olhar para eles... De repente, 1 hora tinha passado... Uma das animadoras foi buscá-los para virem ter connosco, mas mais uma vez o Gui não achou piada ter que dar a mão a mais uma pessoa estranha... Assim que me viu, esboçou o maior sorriso, agarrrou-se a mim e disse-me que queria ir para casa e ficar comigo... Abracei-o, despedi-me das outras duas mães e da educadora, e tornei a explicar ao Gui que aquele lugar ía ser muito bom para ele brincar, aprender e crescer com outros meninos... E que só depois das férias de Verão, em Portugal, é que iria voltar para conhecer melhor aquela que irá ser a sua Escolinha, pois ele agora já era um menino mais crescido... Apesar destas minhas explicações, acho que o Gui não ficou nada convencido! Haver vamos em Setembro...