EXPLORANDO A BRETANHA: FOUGÈRES
A ideia de conhecer algumas cidades da Bretanha (em francês, Bretagne) já pairava a algum tempo no nosso pensamento, por isso, juntamos uns amigos, escolhemos algumas cidades e partimos à descoberta desta magnífica região.
A Bretanha é uma região que se situa a oeste da França e que possui a maior costa que fica entre o Canal da Mancha e o Oceano Atlântico. A região divide-se em 4 departamentos: Ile-et-Vilaine, Cotes d'Armor, Morbihan e Finistère, tem como capital a cidade de Rennes e os seus habitantes chamam-se bretões.
A França, que conhecemos hoje como nação unitária e cultura singular foi, na verdade, a maior parte da História uma terra de diferentes culturas, línguas, e identidades políticas diferentes. Só para se ter uma ideia, a Bretanha só começou a pertencer ao reino francês em 1532, após a filha do duque da Bretanha — Anna da Bretanha — casar-se com o rei francês Luís XII. Mas mesmo depois disto, esta guardou parte da sua autonomia e era tratada como um reino distinto, ainda que sob a mesma coroa. Por isso, a região faz questão de conservar as suas antigas e fortes tradições.
Uma região única marcada pelas suas aldeias de traço medieval e portos pesqueiros, conhecida pela sua famosa gastronomia em toda a França, pelos seus crepes doces e salgados feitos à base de farinha escura, bolos e biscoitos deliciosos (entre eles, o famoso bolo de manteiga, o Kouign Amann), frutos do mar (sobretudo ostras), e talvez a mais antiga tradição de fabrico de sidra de maçã (bebida fermentada de maçã com baixo teor de álcool, 4 a 5 graus, em geral).
Hoje a Bretanha possui 7 aeroportos: Brest, Rennes, Dinard, Saint-Malo e Lorient-Lann Bihoué; e uma rede ferroviária formada por 3 linhas que partem da capital, Rennes (Rennes - Brest: via St-Brieuc, Guimgamp, Morlaix; Rennes - Quimper: via Vannes, Auray, Lorient; Rennes - St-Malo: via Dol de Bretagne).
Além do francês também se fala, uma língua céltica, o bretão, daí que muitas das vezes se encontre na rua a sinalização nas duas línguas.
Quando se pergunta a um bretão qual é a sua nacionalidade, a primeira resposta que ele dará é: “sou da Bretanha” e só depois é que dirá “sou francês”!
FOUGÈRES
Fougères foi a primeira cidade que conhecemos, uma típica cidade medieval situada no departamento Ile-et-Vilaine.
A sua principal atração são as ruínas de um grande castelo medieval, o famoso Château de Fougères, a maior fortaleza medieval da Europa, com 13 torres, paredes de 3 metros de espessura e muralhas com quase 7 metros, cuja construção remonta aos primórdios do século XI.
O Castelo, construído sobre uma enorme rocha de granito no meio de um pântano, e num ponto mais baixo da vila, era parte do sistema de defesa da Bretanha (o pântano servia para dificultar a aproximação de armas e cavalaria).
A primeira fortificação no local foi destruída pelo Rei Henri II da Inglaterra e, em 1166, o Conde de Fougères Raoul II iniciou a reconstrução da fortaleza demorando aproximadamente 3 séculos para ser concluída, e talvez por isso é possível ver a evolução da arquitetura militar da idade média (como exemplo, temos as diferentes torres, umas redondas outras quadradas...).
Para se entrar no Castelo há que comprar um bilhete, que tem um custo de 8,5 euros, e dá direito a audio-guias (onde se pode escolher a língua pretendida, é claro, que o português não faz parte das opções), que permitem conhecer melhor a história desta fortaleza. Existe ainda a visita guiada, em horários fixos, que nós optámos por não fazê-la por uma questão de tempo.
Para as crianças, existem algumas perguntas guardadas em cofres com perguntas sobre o local, de forma a que estas descubram segredos e tornem o passeio mais interactivo.
Ficamos algum tempo por lá descobrindo cada detalhe e fotografando cada cantinho...
Mas Fougères não é só famosa pela sua fortaleza medieval, a cidade oferece um centro histórico bastante agradável, com casas em pedra e madeira típicas da Idade Média, muito bem preservadas, e belas igrejas.
Das igrejas destacam-se a Igreja de Saint-Suplice, do século XII (situada bem ao lado do Castelo; a que se encontra mais perto na fotografia abaixo), e a Igreja Saint-Léonard (situada na parte mais alta da cidade; tal como se pode ver na foto abaixo). Não entrámos em nenhuma das igrejas, a primeira encontrava-se encerrada e na segunda havia um funeral a decorrer.
Uma cidadezinha cheia de encanto que nos surpreendeu bastante pela positiva. Por isso, para quem estiver a pensar visitar a Bretanha, não deixe de visitar este local!