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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

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AS QUATRO CRISES DE CRESCIMENTO

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Quando o bebé nasce, surgem imensas dúvidas... E quando se trata do primeiro filho as incertezas são ainda maiores... Cada fase revela-se uma novidade, porque o desenvolvimento do bebé traz mudanças contínuas, muitas delas traduzidas em picos comportamentais que deixam os pais ainda mais inseguros. Os especialistas dizem que no primeiro ano de vida, o bebé passa por 4 crises de crescimento, por isso se estivermos sensibilizados para a existência das mesmas torna-se mais fácil lidar com elas.

 

1. Crise dos 3 meses (período simbiótico)

Nascer é um momento marcante: para a mãe porque é o momento em que vemos e pegamos pela primeira vez o nosso bebé, e para o bebé porque ele sai do aconchego da barriga para um mundo cheio de novidades.

Até completar três meses, o bebé acredita que ele e a mãe são uma pessoa só é só quando completa os 3 meses é que ele se apercebe que afinal são duas pessoas. Esse período, conhecido como simbiótico, é quando o bebé passa a olhar nos nossos olhos, começa a brincar, a imitar alguns gestos e a reclamar quando quer alguma coisa, por isso tende a ficar mais ansioso pois entende que precisa de chamá-la para ter o que precisa. É como se ele pensasse: "E agora? E se eu chamar e ninguém me ouvir? E se vai embora?", é nessa altura que começa a crise.

 

Como identificar essa crise?

A crise surge quando aparece uma mudança drástica e repentina no comportamento do bebé: de repente o bebé não quer mais mamar, começa a chorar muito, não tem sono, fica agitado sem motivo, parece que nada o acalma.

Muitas vezes esta crise é confundida com dor de dentes, cólicas ou leite insuficiente. 

Dura cerca de 15 dias. 

 

O que fazer?

A primeira coisa a fazer é manter a calma e compreender que é apenas uma fase  que vai passar.

 

 

2. Crise dos 5 - 6 meses (formação do triângulo familiar)

Por mais que o pai tenha sido presente e ativo desde o nascimento do bebé, ele não teve uma relação tão simbiótica como a mãe teve com o filho. Essa relação mais próxima com o Pai só começa por volta  dos seis meses, quando o bebé começa a reconhecer a figura do pai, dando início à formação do triângulo – e da crise.

 

Como identificar essa crise?

Nesta fase, o bebé perde um bocado o apetite e o sono e, como coincide com o nascimento dos primeiros dentinhos, essa etapa é confundida com isso.

 

O que fazer?

O pai precisa de estar mais presente e investir na relação com o bebé para criar uma relação triangular (pai, mãe e filho) e não existir apenas a relação mãe-filho.

 

 

3. Crise dos 8 - 9 meses (separação ou angústia)

Esta é a crise do terceiro trimestre, a mais intensa e significativa porque dura mais tempo e o transtorno do sono é muito acentuado: o bebé pode acordar 15 vezes durante a noite, acorda muito assustado e com um choro intenso. Pode durar três ou quatro semanas.

 

Como identificar essa crise?

O bebé acorda muitas vezes durante a noite, assustado e a chorar muito, porque acredita que quando a mãe o deixa no berço, apaga a luz e fecha a porta, não vai voltar mais por isso, às vezes, esse choro só pára com a presença da mãe. Pode haver uma grande perda de apetite, e momentos de muita irritação, mas o que mais perturba é o sono. 

 

O que fazer?

O ideal é que o bebé durma no seu berço desde os primeiros dias de vida e quando o bebé chora, de madrugada, é a mãe que deve ir porque se não  fôr ela, o bebé  vai continuar a acreditar que a mãe foi-se mesmo embora de vez. O bebé precisa de passar por isso para começar a entender que a presença da mãe pode ser seguida de ausências.

Nesta fase, o ideal é que o bebé seja sempre acalmado no próprio berço para a rotina não ser alterada. Uma estratégia boa é colocar no berço uma peça de roupa usada da mãe, para que ele sinta sempre a presença da mãe junto dele.

Outro facto importante, é que neste período, o bebé começa a apegar-se a algum objeto - um peluche, uma chupeta específica, um brinquedo - esse objeto representa a mãe, daí que se torne importante que a mãe toque nesse objeto para ela deixar nele o seu cheiro.

 

 

4. Crise de 1 ano (ambivalência dependência/independência)

Esta crise coincide quando o bebé começa a andar: o bebé quer caminhar, ser independente, mas ainda precisa de colo porque não consegue ir a todo o lado sozinho. Por causa desta independência frustada pode dar-se esta crise.

 

Como identificar essa crise?

De uma forma geral, os sinais são idênticos às outras crises: o bebé dorme mal à noite, recusa comer, anda irritado sem razão aparente.

 

O que fazer? 

Os pais devem estimular o bebé a andar, sem forçar, apenas quando ele quiser e ter contacto com objetos novos. Com o tempo, esta fase vai acabar por desaparecer.

 

 

A minha experiência pessoal...

Confesso que estas fases foram mais difíceis com o Gui, o nosso primeiro filho, pois o facto de sermos pais de primeira viagem acabou por nos deixar muita vezes inseguros com as nossas decisões...

Descobri que cada bebé é único, e que cada situação exige muitas vezes uma forma de actuar diferente, o mais importante é mantermos sempre um ambiente acolhedor e calmo onde os bebés se sintam sempre seguros e amados.

E se surgirem dúvidas sobre essas mudam de comportamento, o melhor é esclarecer com o Pediatra para se ter a certeza que o bebé está-se a desenvolver de forma normal.

 

Nesta altura do campeonato, o Martin está na crise da separação e tenho que admitir que é das fases mais complicadas de se lidar porque o nosso sono acaba por ser muito perturbado também... A boa notícia é que sei que estas noites mal dormidas são normais e, embora custe um bocadinho, muito em breve tudo vai passar!