ADEUS 2020... OLÁ 2021 ❤️
O ano 2020 vai ficar marcado na história de todos... Por causa da pandemia, fomos obrigados a mudar as nossas vidas, a mudar as nossas rotinas... Fomos obrigados a nos ausentar e a nos reinventar dentro das nossas casas, tivemos de nos transformar constantemente a esta nova realidade, nas nossas profissões e na nossa relação com os outros... E cada um de nós acabou por analisar o estilo de vida que tinha e acabou por mudar de hábitos...
Nunca a lavagem das mãos foi tão importante... As máscaras e o desinfectante para as mãos passaram a fazer parte da vida de toda a gente... E de repente, cumprimentar as pessoas com um beijo, um abraço ou um aperto de mão passou a ser um gesto proibido...
Foi o ano em que vimos muitas pessoas a partir mais cedo... O ano em que nos decepcionamos com algumas pessoas e talvez algumas pessoas se decepcionaram connosco... Foi o ano que sofremos por dores que não eram as nossas e ouvimos o desabafo de milhares de pessoas que não conhecíamos...
Foi o ano que descobrimos que sozinhos não somos ninguém. O ano em que tivemos mais tempo para prestar mais atenção aos outros e em nós mesmos. Ninguém imaginou que seria um ano tão atípico, tão transformador e tão difícil para muitos... Nunca um ano pareceu tão longo...
Há quem diga que 2020 foi o ano em que aprendemos a dar valor aos abraços, aos beijos, à família e aos amigos... Eu cá acho que esta valorização não foi para todos... Há pessoas que se isolaram de tudo e de todos, tornaram-se mais egocêntricas e egoístas, e não conseguiram ver o quanto cada um de nós é importante para o bem estar de todos. Prova disso é que vamos a caminho da terceira vaga desta Pandemia... E isto significa que muita gente não aprendeu quase nada, pois continuamos a cair no mesmo erro... Um erro cada vez maior...
Pessoalmente, o ano 2020 foi o mais transformador de todos e talvez aquele que mais nos ensinou... Não foi com ele que aprendemos o valor dos beijos e dos abraços porque isso já nós sabíamos há muito, pois estar longe do nosso país é estar privado disso tudo e muito mais... Não foi com esta pandemia que aprendemos a dar valor à saúde, nem a celebrar os momentos vividos, nem a dar valor às pequenas vitórias... Mas foi com ele que tivemos a oportunidade de estar dois meses confinados em casa, 24 horas sobre 24 horas, apenas os quatro... E isso acabou por se tornar maravilhoso porque tivemos mais juntos do que nunca! Estarmos fechados em casa no meio desta pandemia, fez-nos:
- valorizar o amor que nos une;
- valorizar ainda mais as pessoas que estão sempre connosco mesmo estando a quilómetros de distância;
- relembrar o quanto as coisas mais banais são, muitas vezes, as mais importantes;
- reconhecer quais são as pessoas imprescindíveis no nosso dia-a-dia;
- e dar ainda mais valor á saúde e à liberdade.
Janeiro foi um mês tranquilo.... Depois veio Fevereiro, o aniversário meu e do meu pai, e o nascimento da minha primeira sobrinha, foram momentos só de alegria, com muita gente cá em casa... Tudo parecia correr bem...
Em Março ainda fomos a Portugal, mas quando regressávamos de avião, já vinhamos com o coração nas mãos, com medo do que aí vinha... Depois veio o confinamento, estávamos exactamente a 17 de Março, dias depois o Gui e o Martin ficavam doentes...
Tinhamos planeado um ano completamente diferente, repleto de pequenas viagens, encontros e abraços, uma vez que eu estava em casa em "congé parental", mas a pandemia roubou-nos tudo isso... Estávamos habituados a receber a nossa família que vinha de Portugal /Alemanha no aniversário do Gui, e era o primeiro aniversário do Martin, mas ninguém pôde estar presente...
De confinamento em confinamento, as videochamadas foram cada vez mais substituídas pelas visitas e de repente fomos ficando cada vez mais só os quatro... Ainda tivemos a felicidade de passar as férias de Verão em Portugal, e fazer o Batizado do Martin, mesmo com tantas restrições que a pandemia exigia...
Voltamos para aqui em Setembro, tentando encontrar o nosso equilíbrio no meio de tanta incerteza.... O Gui voltou à escola mesmo com o nosso coração apertadinho com medo que lhe pudesse acontecer alguma coisa...
Depois veio Outubro, o Martin começava a integração na ama porque eu recomeçava dias depois a trabalhar... A integração corria às mil maravilhas... Um dia antes de começar a trabalhar o Martin sofria o primeiro acidente doméstico, e o meu coração de mãe quase parou...
A seguir, veio o regresso ao trabalho, agora lado a lado com o maldito vírus... Cheia de medo de levá-lo para casa e contaminar os meus, mas orgulhosa por estar na linha da frente desta luta...
Em Novembro, tornámos a entrar em confiamento, com novas restrições, e entre máscaras, desinfectantes e lavagens das mãos, o trabalho e a escola funcionavam normalmente ...
Depois veio Dezembro, vieram as festas, tinhamos decidido ficar cá pela primeira vez... E quase a acabar o ano, o R. começava a ficar doente, pensando ele que fosse uma crise de sinusite... Até que marquei um teste para despistar se não se tratava do maldito vírus, e a minha suspeita confirmou-se... Entrámos em quarentena exactemente no dia 30 de Dezembro, o R. com Covid positivo e eu com um primeiro teste negativo, o Gui e o Martin também doentes...
Demos as boas-vindas a 2021, de mãos dadas com o vírus, confiantes de que vamos ter um ano muito melhor pois tivemos um ano repleto de testes onde cada um de nós foi posto à prova... Agora é tempo de colocarmos em prática tudo o que aprendemos com este ano 2020 para que possamos ter um Novo Ano simplesmente incrível!
Feliz 2021 ❤️