A SEGUNDA MARAVILHA DA FRANÇA
Tal como prometido vou começar a desvendar um bocadinho do nosso fim-de-semana passado... Achei que seria mais produtivo dividir as cidades em vários posts, uma vez que ficaria demasiado longo expôr tudo num só.
Por isso, optei por começar a escrever sobre o nosso segundo destino, o segundo lugar mais visitado em França, a seguir a Paris, o Mont Saint-Michel (em português, Monte São Miguel), um lugar encantado da França situado no litoral norte, a cerca de 360km a oeste de Paris, na região da Baixa Normandia, no departamento da Mancha, na foz do RioCouesnon.
A história deste local é bastante interessante, diz a lenda que o bispo Aubert (Santo-Aubert) da cidade de Avranches, fundou um santuário no ano 708 no Mont-Tombe (antigo nome do Mont Saint-Michel), após três aparições do arcanjo Saint Michel (São Miguel). Mais tarde, no século X, os monges beneditinos instalaram-se no santuário e uma pequena vila foi-se formando aos seus pés.
Curiosamente, durante a Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra, o Mont Saint-Michel foi uma fortaleza, resistindo a todas as tentativas inglesas de tomá-la, constituindo-se, assim, num símbolo da identidade nacional francesa.
De 1789 até 1863, após a dissolução da ordens religiosas ditadas pela Revolução Francesa, o Mont Saint-Michel perdeu o seu contexto religioso e tornou-se numa prisão.
E em 1979, foi declarado Património Mundial da Humanidade pela Unesco passando, desde então, a atrair visitantes e peregrinos do mundo inteiro.
A beleza do local é inquestionável, pois tem a particularidade de ter sido construída em cima e em torno de uma rocha de formato piramidal. Um local fortificado, onde a abadia assume uma posição bem central.
Depois de tirarmos algumas fotos com o Mont Saint-Michel ao fundo, entrámos e ficámos impressionados com o local... Parecia que estávamos a viajar no tempo, numa época medieval...
Dentro do Mont Saint-Michel existem imensas lojinhas de recordações, restaurantes (a famosa gallete da marca La Mère Poulard começou a ser produzida alí, e estão à venda em toda parte), pequenos hotéis, creperias, galetterias e museus turísticos.
Depois de atravessar esta zona, atravessa-se uma imponente porta de madeira e chega-se então à área religiosa do monte, onde se sobem umas escadas que dão acesso à abadia.
A entrada no Mont Saint-Michel é gratuita, a única coisa que se paga para visitar é exactamente a entrada na abadia (o bilhete custa 9 Euros), nós optámos por não entrar.
Passear no Mont Saint-Michel é muito fácil, pois existe uma única entrada principal que dá acesso a uma rua que circunda o monte sempre em subida até à entrada da abadia. Um lugar só para pedestres, onde nenhum carro pode circular.
A grande característica do Mont Saint-Michel é a sua localização, que sofre forte influência das marés, por lá, a subida da maré é tão rápida e intensa que o monte fica numa ilha em questão de pouco mais de uma hora, são duas paisagens diferentes – com a maré completamente vazia e com a maré cheia. Esse fenómeno antigamente era bastante vivido pelos moradores do monte, há centenas de anos atrás, mas com o desenvolvimento da região, o monte praticamente se incorporou ao continente e o fenómeno da maré cheia passou a ser raro.
Existem imensas pessoas que visitam este local só para ver este fenómeno das marés, existindo escursões a pé, com guias para percorrer o areal (não é aconselhável fazê-lo sozinho, pois alguns pontos são feitos de areia movediça, para saber qual as datas exatas da maré alta o melhor é ir ao site oficial do Monte Saint-Michel).
Antigamente, as pessoas que visitavam este local de carro podiam estacionar o carro bem pertinho do Mont Saint-Michel, e muitos turistas chegavam bem cedo para estacionar o mais perto possível. O problema é que muita gente não cumpria os horários de estacionamento que informava a hora em que a maré iria subir, e muitos carros acabavam “afogados”.
Desde 2012, existe um estacionamento a pagar (o valor é fixo, cerca de 12 euros), que fica a 2,5 km de distância do Mont Saint-Michel, para se chegar depois lá existem duas opções: ir a pé ou apanhar um autocarro gratuito, que deixa os visitantes e os trás de volta!
Apesar dos ventos gélidos que se faziam sentir, adorámos ter explorado mais um cantinho da França...
Um cantinho repleto de magia e encanto, que nos fez viajar no tempo!