QUANDO NEM TUDO O QUE PARECE É
Encontrei isto algures na internet e nem imaginam a quantidade de comentários que me fizeram rir...
Vale mesmo a pena pensar nisto...
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Encontrei isto algures na internet e nem imaginam a quantidade de comentários que me fizeram rir...
Vale mesmo a pena pensar nisto...
Quem me segue sabe que o factor determinante para o nosso regresso a Portugal foi o Gui entrar este ano na escola primária, foi esse o objetivo que tínhamos traçado quando ele nasceu e foi exactamente isso que fizemos...
A matrícula do Gui foi feita de acordo com as datas fixadas pelo Ministério de Educação, por isso soubemos desde cedo que ele tinha ficado na nossa primeira opção.
O Gui andava super motivado para as aulas começarem e nem a personalidade dele, super reservada, o fizeram mudar de ideias...
No primeiro dia de aulas apenas foram as crianças do primeiro ano, e só tiveram aulas da parte da manhã... Confesso que estava um bocadinho com receio de como ele ía reagir, mas felizmente correu super bem e ele entrou super confiante...
O segundo dia foi um bocadinho diferente pois estavam os 4 anos lectivos presentes, muitos alunos, muita confusão, mas uma recepção incrível com um ambiente de festa... Até o Martin adorou!
O Gui ficou super bem, tímido, mas super confiante por estar na escolinha nova... Acho que a experiência que teve em França acabou por lhe dar outro tipo de ferramentas que serviram para ele ficar mais "forte e autónomo"...
Na escola o Gui sempre foi uma criança reservada, gosta de ficar no canto dele e sempre detestou confusões, gosta de observar tudo e todos e isso faz com que ele não faça amigos facilmente pois tem tendência a esperar que os outros venham ter com ele...
Confesso que às vezes o meu coração fica apertadinho pois fico com receio que ele possa sentir-se muito sozinho naquela escola tão grande... Mas depois lembro-me de mim, exactamente com a idade dele... Chegada da Venezuela, de uma guerra civil, sem falar uma única palavra em português, super timida e reservada, que gostava de observar e aprender... Talvez o Gui seja um bocadinho daquilo que eu fui, mas ele tem a vantagem de falar também português...
E embora ele esteja a gostar muito da escolinha, ontem acabou por dizer que "os amigos que tinha em França eram mais fixes"... Tentei explicar-lhe que era perfeitamente normal ele sentir isso, pois acabamos de chegar e mal teve tempo de fazer amigos, além disso os meninos da escola conhecem-se todos pois já andaram juntos antes e ele é o menino que ninguém conhece...
Agora é esperar para ver... Só o "tempo" trará novos amigos para o Gui... Até lá, o meu coraçãozinho continuará um bocadinho apertado pelo menos até eu saber que ele encontrou novamente o seu "lugar"...
Hoje partilho com vocês a integração do Martin no Infantário...
Se estivéssemos ficado em França, teria entrado na "école Maternelle" tal como o Gui andou, mas como tínhamos planos para voltar fizemos a inscrição dele num infantário privado, o ano passado, onde tenho uma prima que é educadora de infância... Confesso que este foi o factor mais determinante na escolha do infantário pois com tantas mudanças na nossa vida, queríamos que a integração do Martin não fosse muito difícil pois ele estava numa ama... Por isso, assim que decidimos não hesitamos em fazer a matrícula num lugar onde conhecíamos alguém de forma ao Martin conseguir se sentir seguro.
E assim foi, o Martin foi para o infantário no dia 2 de Setembro, cheio de vontade de ir pelas maravilhas que lhe tínhamos contado, por ter a prima como Educadora e talvez pelo facto de saber que ía agora para uma escola tal como o mano...
Os primeiros dias choramingou um bocadinho com saudades nossas, mas depressa se adaptou àquele ambiente acolhedor...
Ao contrário da escola do Gui, em França, aqui há abraços, sorrisos e muita compreensão... Há caras conhecidas e simpáticas, olhares que confortam e palavras que nos transmitem segurança e confiança!
De facto a integração superou até as nossas espectativas de tão bem que correu.
Hoje o Martin chegou ao infantário, e mal viu uma das funcionárias, correu para os braços dela com o sorriso mais doce que possa existir!
É tão bom sentir que os nossos filhos são felizes nos lugares onde os deixamos quando não podemos estar com eles.
E por aí, como foi?
Quanto ao Gui, ficará para o post de amanhã...
Desculpem a minha ausência mas não tem sido fácil conciliar tantas mudanças na nossa vida...
Sabíamos que íam ser muitas mudanças, sabíamos que a nossa vida ía dar novamente uma volta de 360 graus, mas não fizemos planos a contar que um de nós fosse logo trabalhar...
A verdade é que essa possibilidade até existia mas nós nunca acreditamos muito nisso, e talvez lá no fundo sabíamos que isso não nos ía dar "muito jeito"... Mas a vida trocou-nos os planos e quis colocar-nos à prova...
Na realidade, tinha aberto um concurso de Enfermagem na função pública em Fevereiro deste ano e eu tinha-me candidatado, e até tinha ficado numa boa posição... Sabia que, assim que saísse a lista dos classificados, podiam-me chamar a qualquer momento, mas quis acreditar que isso nunca iria acontecer antes de Setembro...
Mas o destino tinha outros planos para nós...
No dia das mudanças, cansada e incrédula com o que acabava de receber, abri um e-mail e vi que se tratava do meu futuro emprego... Respirei fundo e com o coração nas mãos disse ao R. que tinha acabado de ser colocada, e tinha apenas 24h para dar uma resposta... Confesso que fiquei com medo que não fossem "esperar por mim", pois tínhamos a nossa vida programada para os próximos dias e não podia agora deixar tudo para trás assim tão de repente... Felizmente, do outro lado, tive uma Enfermeira Directora super compreensível que permitiu que eu não perdesse "o meu lugar"...
E assim foi, no dia 16 de Agosto, doze dias depois de termos chegado a Portugal, já estava eu a trabalhar!
No meio de caixotes, com a vida completamente do avesso, sem termos tido tempo de assimilar tudo o que nos estava a acontecer, começávamos uma nova aventura...
Faz hoje exactamente 1 mês que comecei a trabalhar como enfermeira, 1 mês que comecei a trabalhar pela primeira na minha cidade...
Ao fim de 17 anos cá estou eu, pronta para abraçar esta nova aventura... Talvez seja a "aventura" que vai exigir mais de nós, pois temos que acreditar que vai dar tudo certo apesar dos obstáculos e das incertezas que sabemos que teremos que passar...
Há quem nos chame loucos, há quem ainda não acredite que viemos para ficar...
Mas o que as pessoas talvez ainda não sabem é que somos suficientemente teimosos para levar este nosso plano até ao fim... Pois "quando desejamos muito alguma coisa o universo inteiro conspira a nosso favor!" (Paulo Coelho) ♥️