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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

DIZEM POR AÍ...

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Mas nós por aqui estamos "mais que cansados" destes dias de chuva... Nunca vimos tantos dias de chuva seguidos na Primavera e no Verão! Não tem dado para fazer nada de jeito e o cúmulo é que metade do Verão já passou, e nós nem o vimos. Só para terem uma pequena ideia disto, e segundo os entendidos, este foi o mês de Julho mais chuvoso dos últimos 60 anos!

Ainda trabalho este fim-de-semana, depois entramos oficialmente de férias, na segunda-feira, rumo ao nosso Portugal.

Só espero que nas próximas 3 semanas o tempo esteja simplesmente fenomenal porque mesmo que digam que "dias de chuva fazem bem para a alma", fartos destes dias de chuva estamos nós!

O SEGUNDO ANIVERSÁRIO DO MARTIN

O Martin fez 2 Aninhos no passado dia 17 de Julho, e foi exactamente nesse dia que juntamos alguns amigos e a família para celebrarmos este dia tão importante para nós. Mais uma vez a Pandemia fez com que nem todas as pessoas pudessem vir, desta vez apenas o meu pai conseguiu estar presente. Quem delirou com a sua presença foi o Gui e o Martin que não o largaram um minuto, afinal já não o viam pessoalmente desde o Verão do ano passado.

 

A festa foi, mais uma vez, organizada no Domaine de Chamarande, e apesar dos dias de chuvas que ameaçavam continuar, nesse dia fomos brindamos com raios de sol e temperaturas amenas.

 

Este ano escolhemos um tema que o Martin gosta muito: os animais da Selva! E embora o Martin gostasse muito do Mickey, não quisemos repetir o tema que já tinha sido do Gui. 

 

A decoração ficou, como sempre, da minha responsabilidade e, tal como tem vindo a acontecer, o bolo foi feito por mim e pelo R.! Um Bolo de Cake Design simples mas que ficou super giro...

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O Martin estava um bocadinho desconfiado com tanto alvoroço mas era visível a sua felicidade, já o Gui estava todo entusiasmado com a festa, e não quis perder a oportunidade para abrir as prendas com o mano!

RECORDAR É VIVER

Emigrantes em Paris

Faz hoje exactamente 8 anos que chegamos aqui a França para dar início a uma das maiores voltas da nossa vida...

Saímos da casa dos meus pais, exactamente no dia 3 de Agosto, no meu Peugeot 206 comercial, em pleno Verão, com as temperaturas a rondar os 35 graus... Lembro-me do imenso calor que passamos porque não tinhamos ar condicionado... Pernoitamos em Bordeaux, e chegamos ao nosso destino num domingo... No dia 4 de Agosto de 2013...

Lembro-me desse dia como se fosse hoje, cheios de medos e incertezas... E uma desilusão imensa com o que encontramos... Afinal, aquilo que tinhamos idealizado não correspondia ao que tinhamos encontrado... Ruas sujas, casas que mais pareciam abandonadas, e gente que parecia que não conseguia "ver os outros"... À medida que nos íamos aproximando do nosso destino descobrimos que o hospital ficava num local bastante isolado...

 

Dirigimo-nos directamente ao hospital onde ía começar a trabalhar, e no meu francês "tremido", dirigi-me à recepção e tive uma recepção surreal... Mal sabiam da minha chegada e nem sabiam do código da porta de entrada do edifício onde ía ficar... Ligaram para um serviço onde estava uma enfermeira portuguesa a trabalhar, para saber se se lembrava do código, mas também não se lembrava... Depois, ela ligou para alguém que ainda morava lá e conseguimos o código...

Entregaram-me um saco com roupa da cama, deram-me as indicações para ir para o apartamento e as chaves do apartamento... 

O meu coração "batia a mil", e se houve um momento que duvidei do que tinhamos feito foi exactamente naquele instante em que senti que agora apenas erámos os dois... O momento tinha chegado: agora só tinhamos que lutar para tudo dar certo...

A boa surpresa foi descobrir que tinha um estúdio reservado só para mim, por isso o R. iria poder ficar comigo, mesmo que não fosse "oficial"... A má foi ver o estado em que me entregaram o apartamento: cheio de pó, com as janelas abertas e uma temperatura interior a rondar os 30 graus!

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Tinhamos alugado uns quartos durante os primeiros 12 dias, porque o hospital tinha dito que o R. não podia morar comigo enquanto que estivesse no alojamento do hospital, pois iria viver com outras enfermeiras... Felizmente, conseguiram dar-me um estúdio e os planos acabaram por sair melhor do que pensávamos...

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No dia seguinte, apresentei-me no hospital, onde a Directora dos Cuidados de Saúde estava à minha espera, fui apresentada ao serviço e à tarde fomos os dois, pela primeira vez a Paris, onde tive a entrevista na Ordem dos Enfermeiros, com um dos conselheiros da Ordem. 

Comecei a trabalhar exactemente no dia 7 de Agosto... Os primeiros dias foram, sem dúvida, os mais difíceis, entre dominar a língua, a integração no local de trabalho, e a nossa instalação/limpezas no estúdio, mal tínhamos tempo para dormir...

O R. ainda voltou a Portugal, tal como tinhamos planeado, para depois regressar de vez... Dois meses depois tinhamos arranjado trabalho também para ele, e eu tinha o meu contrato indeterminado na mão... A partir daí sabíamos que tudo iria depender apenas de nós dois...

Moramos uns meses ali, mesmo ao lado do hospital, mas foi quando nos mudamos para o nosso apartamento que sentimos que a partir dali as coisas eram "afinal mesmo a sério"...

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HIPERMETROPIA INFANTIL

Em seguimento do post de ontem, hoje venho falar da consulta de oftalmologia do Gui, que acabou por correr super bem depois de lhe termos prometido uma mochila que ele tanto queria... Diga-se que a oftalmologias também ajudou imenso pois nunca o pressionou fazendo a consulta ao seu ritmo, deixando-o à vontade.

 

O Gui foi capaz de ver tudo direitinho, embora algumas vezes sentia-se alguma hesitação... E quando lhe colocaram as gotas para dilatar as pupilas e a médica avaliou os olhos, verificou que afinal tinha uma hipermetropia bilateral.

 

Confesso que desconhecia este problema de visão, mas depressa descobri que é algo bastante frequente em crianças, sendo facilmente diagnosticada e tratada, mas para isso é fundamental que os pais estejam atentos. 

 

É necessário estarmos conscientes que o sistema visual de uma criança não está completamente desenvolvido aos 4 anos de idade, muito pelo contrário, ele será aperfeiçoado até aos 10 anos. Nesta fase, muitos acidentes ou doenças podem comprometer o desenvolvimento visual, e quando não são tratadas rapidamente, podem resultar em défices visuais que não poderão ser corrigidos pela perda da janela de desenvolvimento global infantil.


1. O que é a hipermetropia infantil?

A hipermetropia, enquanto erro refrativo, origina sérias dificuldades para o olho focar os raios de luz. Ou seja, num olho normal, os raios refratam-se uniformemente sobre uma pequena área da retina para criar imagens nítidas, já num olho com hipermetropia, os raios de luz entram no olho concentrando-se atrás da retina, em vez de diretamente nela.

IMG_1966.JPGUma criança que sofra de hipermetropia ocular está em constante esforço visual para ver com nitidez, sentindo deste modo mais dificuldade na visão ao perto do que na visão ao longe.
A luz pode concentrar-se atrás da retina por uma das três razões:

  • o globo ocular é muito curto;
  • a córnea não é suficientemente curva,
  • ou o cristalino não é suficientemente espesso.

Existem 3 graus de hipermetropia:

  • Ligeira, de 0 a 2 dioptrias;
  • Moderada, de 2 a 6 dioptrias;
  • Alta, superior a 6 dioptrias.



2. Quais são os principais sintomas?

  • A criança esfrega frequentemente os olhos e lacrimeja. A luz gera desconforto visual o que a leva a preferir brincar ao ar livre, para não ter a necessidade de focar os objetos;
  • Franze muito os olhos na presença da luz;
  • Tropeça com mais facilidade;
  • Revela dificuldade em reconhecer imagens;
  • Converge excessivamente os olhos;
  • Dores de cabeça frequentes.

 

3. Quais são as potenciais causas?

A maioria dos casos estão associados a fatores genéticos, por isso quando existem fortes suspeitas de história familiar de hipermetropia e estrabismo convergente, o exame oftalmológico deve ser antes dos 2 anos de idade. Quanto mais cedo for detetada maior será a garantia de recuperação visual.

No entanto, pode não existir histórico familiar, não fosse este o desvio de refração mais comum nesta fase etária.

Se no início a hipermetropia consegue passar despercebida, assim que as oscilações começam a surgir, a criança pode começar a manifestar irritabilidade, ardência nos olhos em conjunto com os sintomas já referenciados. O primeiro sinal de alerta poderá ser a alteração de comportamento.


4. Quais são os tratamentos da hipermetropia infantil?

Assim que é diagnosticada, pode ser facilmente corrigida com o recurso a óculos ou com lentes corretivas. 

De uma forma geral, o grau da hipermetropia vai diminuindo à medida que o olho cresce e, a grande prova disso, é que algumas crianças deixam de usar óculos na adolescência ou na idade adulta. Outras, por volta dos 20 anos e, dependendo sempre do caso e da estabilidade do erro refrativo, poderão ser submetidas a uma cirurgia de correção.

A hipermetropia infantil de graus elevados, não corrigida, pode ocasionar estrabismo convergente (olhos desviados para dentro). Isso acontece porque a criança precisa de fazer muito esforço para focalizar, desta forma, o olho perde o alinhamento, ficando desviado para dentro. 

 


A única coisa que o Gui sempre fez foi franzir os olhos na presença da luz, um sinal que acabamos por nunca valorizar... Além disso, a Pandemia acabou por atrasar este diagnóstico. A maior parte das crianças não sabe dizer se não vê bem, pois acredita que a visão que tem é  normal, já que nunca viu melhor. Por isso, a mensagem que pretendo passar é de que a saúde ocular deve ser avaliada desde cedo, pois só assim é que conseguimos agir atempadamente de forma a evitar o comprometimento visual permanente (ambliopia), que está muitas vezes na origem nos problemas de aprendizagem e no desenvolvimento da criança. Por esse motivo, o Martin já tem a consulta marcada para o mês de Novembro, que segundo a oftalmologista já devia ter sido feito antes!

 

E por aí, já tinham ouvido falar da Hipermetropia Infantil? Quando foi que levaram os vosso filhos, pela primeira vez, a um oftalmologista?