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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

VAMOS SALVAR VIDAS

Vacina contra a COVID-19

Depois de ter feito o meu teste para despistar se não estava infectada com a Covid-19, o qual deu negativo, ontem chegou o dia mais esperado: o dia da vacinação. Confesso que no início fiquei um bocadinho reticente sobre os efeitos colaterais que a vacina podia causar, mas depressa me apercebi que não passava de um receio sem fundamento.

 

A ciência hoje está muito mais ágil para a obtenção de novas vacinas, existe uma tecnologia muito desenvolvida e, neste caso particular, houve um investimento de capital muito grande que permitiu que fosse possível a obtenção desta vacina num tempo record. Não nos podemos esquecer, que temos doenças como a varíola, a poliomielite, e o sarampo, que foram erradicadas com as vacinas. O mesmo irá acontecer com a Covid-19. É a vacina que vai eliminar o vírus, se é que algum dia ele vai desaparecer... Mas mesmo que não desapareça, passará a ser um vírus controlado e que ficará restrito a pequenos grupos de pessoas mais sensíveis...

 

A vacinação é importante porque promove proteção contra a Covid-19 de duas formas: proteção individual (menor risco de desenvolver a doença) e a protecção colectiva. À medida que as pessoas forem vacinadas, haverá um menor número de infecções e menos pessoas a transmitirem o vírus para outras. Desta forma, e de uma forma gradual, vamos ter uma diminuição da circulação do vírus.

 

Não é a vacina sozinha que vai salvar vidas. O que vai salvar vidas e pode tornar o nosso mundo a ser "normal" e seguro é a imunização em massa. Para isso, é preciso vacinar o maior número possível de pessoas no menor espaço de tempo. Se queremos eliminar o vírus, a sua propagação, o perigo que ele representa e até a sua letalidade, só existe a vacinação. A distanciação social, o uso da máscara e a lavagem das mãos são fundamentais e devem continuar ainda, mas a única solução é a vacina! 

 

E tu, estás disposto a salvar vidas?

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O PIOR DO MUNDO

Covid-19

Portugal tem sido notícia mundial nos últimos dias, e infelizmente pelos piores motivos, o pior país do Mundo quando falamos da Covid 19: maior número de infectados, maior número de mortes e maior risco de infecção! Como é possível o país ter passado de "bestial a besta"?! 

 

Acreditem que o número que mais me arrepia são as mortes e a pressão que os hospitais estão a sentir neste momento... O meu coração está tão apertadinho que nem quer acreditar que isto seja a realidade... 

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Nem sei como a França se tem aguentado fora destas estatísticas alarmantes, porque acreditem que o que aqui mais há é falta de consciencialização para esta Pandemia! Não sei quando voltaremos a ter as nossas vidas normais, se é que alguma vez as vamos ter... A única certeza que eu tenho é que não vai ficar tudo bem.... 

QUANDO A ESTUPIDEZ FALA MAIS ALTO

Enfermeira em tempos de Pandemia

Tinha que partilhar com vocês um episódio que aconteceu no serviço onde eu trabalho, fez ontem 8 dias... O serviço tem três alas, sendo que uma das alas era para doentes Covid... Até que no domingo, dia 17 de Janeiro, uma das doentes da ala não Covid teve a visita do filho...

 

Basicamente, aqui, os doentes internados no hospital que não estejam numa ala Covid podem receber uma visita por semana, de 1 hora, no máximo de duas pessoas, sendo que essas pessoas têm que assinar uns documentos de como se comprometem a respeitar as normas que estão em vigor devido a esta Pandemia (uso de máscara cirúrgica, nao abraçar nem beijar o doente, etc...) e é lhes recomendado fazer um teste para despiste à Covid...

 

Nesse dia, tudo parecia correr normalmente, até que uma colega passou na ala e se apercebeu que o filho da senhora tinha o nariz "fora da máscara", tocava em tudo e mais alguma coisa, estava sentado na cadeira de rodas e na bacia do banho tinha colocado algum lixo... A minha colega, tentou de forma simpática, demonstrar-lhe que não estava a agir correctamente e que estava a colocar em risco, não só a mãe como os doentes daquele sector... Mas o senhor, achou que tinha toda a razão e num tom arrogante ainda a confrontou dizendo:

- E então, o que me vai acontecer?! Nada.

Nisto, e ainda na presença da minha colega, o senhor, dirige-se à mãe, retira a máscara, beija-a na boca e vai-se embora!

 

A seguir a minha colega participou o caso ao administrador do hospital, que estava de serviço naquele dia e, no dia seguinte, o médico ligou ao dito senhor o qual o informou que ficava proibido de visitar a mãe... A estupidez era tanta que o senhor ainda teve o descaramento de insultar o médico... Estamos a falar de uma doente desorientada, com cerca de 80 anos, que tem um cancro, e de um filho que deve ter uns 50 e muitos anos...

 

Quando fui trabalhar, na terça-feira, e me contaram o caso nem queria acreditar nesta falta de civismo. O pior é que 4 dias depois, a senhora, e mais alguns doentes da ala começaram a apresentar febre e outros sintomas Covid... Fizeram o teste para despiste da doença e o resultado foi o mais temido: COVID-19 POSITIVO!

 

Eu, que tinha programado a minha primeira vacina para sexta-feira, dia 22 de Janeiro, não a pude fazer, porque exactamente no dia que fui trabalhar naquela ala, fiquei com alguns sintomas que podem ser Covid...

- "Constipação ou Covid, o melhor é tirar a dúvida antes de se vacinar!" - disse-me a médica do hospital. 

 

Com esta atitude egoísta e irresponsável, tornamos a ficar com duas alas Covid, e eu não pude ser vacinada! Hoje lá vou ter que fazer o teste para despistar se estou negativa para fazer a vacina ainda esta semana... 

 

É surreal como ainda existem pessoas que não acreditam na gravidade desta Pandemia... A isto, eu chamo de ESTUPIDEZ!!!!

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O FIAMBRE À MODA FRANCESA

Emigrantes em Paris

Ainda não tinha partilhado com vocês uma particularidade dos franceses que ainda hoje me faz uma certa confusão: as caixas de fiambre com fatias enormes e com uma espessura de uma tablete de chocolate... Claro que estou a exagerar na espessura, mas acreditem que não deixa de ser exagerada... isto sem falar das inúmeras qualidades de fiambre que eles possuem, basta ir aos supermercados e ver o enorme corredor que eles têm só dedicado ao fiambre... 

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Confesso que no início não percebia o motivo deles comercializarem o fiambre desta forma, mas depressa percebi o motivo... O facto, é que o fiambre é utilizado, a maior parte das vezes, como prato principal, acompanhado com uma salada ou uma massa simples! A primeira vez que vi uma refeição destas servida no hospital nem quis acreditar... Comecei logo a imaginar se o hospital servisse uma refeição destas em Portugal.... 

 

E eu que gosto do fiambre laminado em fatia bem fininhas para comer na hora do lanche.... Nem imaginam o quanto se torna difícil encontrá-lo...

A PRIMEIRA BARBIE COM PERNAS

Do episódio "quero uma Barbie com pernas"

Ainda não tinha partilhado com vocês o dia em que o Gui recebeu a famosa "Barbie com pernas"... Afinal nem foi preciso comprar, porque a minha irmã mais velha estava de férias em Portugal e trouxe uma das minhas Barbies de infância...

Assim que o Gui abriu o embrulho ficou super feliz e perguntou se era uma Barbie verdadeira...

- Claro que sim, Gui. É uma Barbie da mamã, quando eu era pequenina, tal como tu... Essa é bem especial, ainda por cima veio da Venezuela, como a mamã. Porque é que achas que não é verdadeira? - perguntei eu, curiosa pela resposta.

- Porque esta Barbie tem uns olhos esquisitos...  - respondeu o Gui, enquanto que analisava ao pormenor a Barbie.

Tentei não rir com tamanha observação e disse-lhe que a antigamente as Barbies tinham esse tipo de maquilhagem nos olhos...

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O R. ainda lhe tornou a dizer que não percebia porque é que ele queria uma Barbie Sereia e uma Barbie com pernas quando tinha a mamã em casa... Mas ele não se mostrou minimamente convencido com a ideia do papá, e ainda finalizou dizendo:

- A mamã não é nada parecida com uma Barbie Sereia, ela tem pernas... A mamã parece mais uma baleia!... - respondeu o Gui, com o ar mais inocente do Mundo.

Fartamo-nos os dois de rir com aquela resposta, mas ao mesmo tempo ficamos incrédulos como ele arranjou aquela resposta, sem qualquer tipo de maldade...

NEVOU EM PARIS

Este sábado nevou em Paris, e nos arredores... O Gui estava eufórico, começou a correr pelo jardim com a língua de fora para sentir a neve derreter, dizia ele todo feliz... Já o Martin foi a primeira vez na neve, por isso estava cheio de receio de pisar a neve...

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Um momento que durou apenas um dia, mas que deu para as matar saudades do Gui!

NOVAS MEDIDAS DE CONFINAMENTO EM FRANÇA

Com mais de 69.000 mortes devido à Covid-19, desde Março passado, e com o número de casos sempre a aumentar, o primeiro-ministro, Jean Castex, anunciou ontem novas medidas .

 

A partir de amanhã foi imposto o recolher obrigatório a partir das 18 horas por, pelo menos, 15 dias, de forma a evitar a propagação das novas variantes britânica e sul-africana. Até agora, apenas 25 dos 101 departamentos franceses cumpriam um recolher obrigatório a partir das 18 horas até às 6h, e os restantes cumpriam das 20h às 6h. Medidas estas que segundo eles parecem ter bons resultados. Nos primeiros departamentos onde foi implementada, a 2 de Janeiro, o número de novos casos é duas a três vezes mais baixo do que noutros locais.

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Desta forma, todos os locais, lojas ou serviços que recebem o público vão ter que encerrar às 18h, com excepção de alguns serviços públicos. Já os restaurantes, bares, museus e cinemas continuarão fechados, situação esta que dura há mais de dois meses.

 

Quem pretende viajar para a França, a partir de algum país fora da UE, a partir de segunda-feira, terá também que apresentar um teste negativo PCR. As pessoas que não puderem fazer o teste no país de origem terão a opção de fazê-lo na chegada à França e serão obrigadas a "isolar-se por 7 dias num hotel indicado pelo Estado. 

 

No que diz respeito às viagens dentro da UE, e em particular da Irlanda e da Dinamarca, onde a situação da epidemia parece estar difícil de controlar, os ministros irão trabalhar na elaboração de um quadro de coordenação no próximo Conselho Europeu, dia 21 de Janeiro.

 

Tal como tem vindo a acontecer, há algumas exceções ao novo recolher obrigatório, como deslocações para ir trabalhar, ir levar/buscar crianças à escola ou ir ao médico, entre outras mais específicas, pelo que nestes casos será necessário preencher o documento (attestation de déplacement dérogatoire) que justifica a saída de casa, caso contrário uma multa de 135 euros será aplicada. E se a pessoa fôr multado 3 vezes, a multa passa para 3750 euros mais 6 meses de prisão.

 

Confesso que esta nova medida pouco ou nada altera as nossas vidas, ainda por mais nesta altura do ano, quando as 17h é noite... 

QUANDO A COVID MORA EM CASA

O R. ao fim de 15 dias e de 2 testes positivos, repetiu ontem o teste à Covid-19 e hoje recebeu finalmente o resultado negativo. 

 

Para mim, estava infectado bem antes do dia 28 de Dezembro, porque começou com alguns sintomas bem antes dessa data, o problema é que ficamos sem certezas de nada pois ele sempre acreditou que era mais uma crise de sinusite... O problema é que para além das dores de cabeça insuportáveis e do "zumbido" nos ouvidos, o R. andava excessivamente cansado, com dores musculares, articulares e abdominais, por isso não descansei enquanto ele não fez o teste... Sem falar que, o Gui tinha tido duas noites super estranhas onde transpirou imenso sem qualquer motivo e andava com uma tosse irritativa, já o Martin também não andava muito bem, tinha feito duas vezes febre e andava também com bastante tosse...

 

O Martin tinha ido a uma consulta de Pediatria na semana anterior, e a médica achou melhor fazer o teste para despistar se ele tinha o vírus, porque na ama o pai de um dos meninos tinha testado positivo... Confesso que lhe custou um bocadinho, mas fiquei descansada quando o resultado foi negativo. Apesar disso, não descansei enquanto que o R. não foi fazer o teste também.

 

Felizmente, aqui, qualquer pessoa pode fazer um teste para despistar se está infectado com a Covid-19, as vezes que quiser, sem precisar de nenhuma indicação médica e de forma gratuita, por isso acabei por tomar a iniciativa e marquei-lhe um teste para descartar a hipótese que tinha na minha mente...

 

Infelizmente a minha suspeita acabou por se revelar numa certeza, o laboratório acabou por ligar ao R para lhe comunicar que estava positivo, e que teria que se isolar...

 

O protocolo, aqui, diz que a pessoa que testa positivo à Covid-19 é contactada pela segurança social, devendo isolar-se 7 dias, e após esses 7 dias pode voltar ao trabalho sem ser necessário repetir o teste (a menos que apresente sintomas e nesse caso terá que ser reavaliado pelo médico). Já as pessoas "contacto" devem fazer o teste à Covid 7 dias depois da ultima vez que estiveram com a pessoa infectada, mas se a pessoa viver na mesma casa deve fazer de imediato, e 7 dias depois do resultado positivo da pessoa infectada. Normalmente, todos os casos contacto recebem uma mensagem ou uma chamada telefónica da segurança social para serem infirmadas. Em ambos os casos, o tempo de isolamento é de 7 dias, a não ser que a pessoa "contacto" teste também positivo, e nesse caso caberá ao médico avaliar a situação.

 

Ficamos em isolamento assim que soubemos que o R estava positivo, embora só o R é que tenha recebido a chamada telefónica da segurança social, passados 3 dias. Marcamos consulta por videochamada com um médico de medicina geral de forma a ficar tudo documentado, porque nem a segurança social deu informações precisas de nada. Eu fiz o teste no dia seguinte e 7 dias depois, e ambos estavam negativos.

 

Voltei ao trabalho, 7 dias depois mesmo com o R. positivo, já o R. só vai voltar mesmo amanhã porque a empresa onde ele trabalha só permitia que ele fosse quando estivesse negativo. 

 

O cúmulo é que o hospital onde trabalho incentiva as pessoas a trabalhar mesmo que estejam positivas ou sejam caso contacto, já o R, que não  trabalha na área da saúde, não lhe permitem que transgridam as leis...

 

Confesso que acho super estranho eu ter testado sempre negativo, mas daqui a 15 dias vou fazer o teste serológico (colheita de sangue para saber se tenho anticorpos contra o vírus) para ter a certeza que não tive infectada antes do R. 

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Deste episódio todo, pude constatar, na primeira pessoa, que as medidas que o governo francês anuncia para o combate à propagação do vírus são de longe cumpridas pela população e até pelas entendidas reguladoras da saúde... Posso dizer-vos que liguei para a linha Covid-19 e a pessoa que me atendeu não soube dizer nada em relação às medidas a tomar e os passos a seguir, bastou uma pesquisa na internet para eu saber mais do que me souberam informar... Já o pessoal do hospital, senti que não aprovaram o facto de eu ter ficado 1 semana em isolamento... Depois ainda se admiram quando vêem os números de pessoas infectadas a aumentar... 

ANO NOVO, VISUAL NOVO...

O Martin, em muitas coisas, é tal e qual o Gui quando era pequeno. Uma das coisas que ele faz igual é passar o dia a procurar ciscos e bocadinhos de cotão no chão e vir a correr para nos mostrar e dizer "cáca"...

Ontem encontrou uma "cáca" diferente no chão da sala, como eu estava a trabalhar, o R fez questão de me enviar a fotografia do que ele tinha encontrado... 

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Fiquei incrédula com aquela fotografia e só imaginei que aquilo poderia ser apenas uma pequena amostra de uma verdadeira "tragédia"... Felizmente não foi o caso porque o Martin denunciou o irmão bem a tempo! 

O cúmulo é que o Gui estava feito mafioso na mesa da sala a fazer uns recortes para colar, quando sorrateiramente quis testar os seus dotes de cabeleireiro...

 

E por aí, quem já passou por um susto destes?!  

O MARTIN FEZ 17 MESES

O Martin fez 17 meses no passado dia 17 de Dezembro mas só hoje é que tive oportunidade de escrever um post sobre esse mês que passou. 

 

Está cada vez mais crescido e engraçado...É assustador como o tempo passa cada vez mais rápido. Continua a pesar 12Kg e a medir 84.5cm.

 

Está cada vez mais atrevido e passa a vida a desafiar-nos, adora contrariar-nos só para ver a nossa reacção. Começou a aventurar-se a descer degraus sem ajuda, embora eu morra de medo que ele caia, porque é muito trapalhão e destemido, e pede para o ajudar a subir degraus. Adora dançar, passear, fazer partidas, correr com o Gui, trepar o sofá e imitar o irmão.

 

Está cada vez mais independente, e sempre que pode não perde a oportunidade para fazer alguma coisa sozinho pois acredita que já o consegue fazer. Exemplo disso é querer comer sozinho, lavar os dentes e deitar o creme hidratante no corpo. 

 

Adora ajudar a pôr/tirar a roupa da máquina de lavar e quer sempre ajudar a estender a roupa no estendal. É fascinado pelo aspirador, por tudo o que tenha botões (estou a falar de aparelhos electrónicos), por abrir e fechar armários e pelo frigorífico. Adora pegar no biberão da água e deitar a água para o chão, ora com a boca (quando enche a boca) ou então empurradando a tetina de silicone para dentro contra uma superfície...

 

É super risonho e bem disposto. Adora ir para a ama para brincar com os outros meninos. Continua fascinado por animais, e sempre que vê uma publicidade com animais delira. 

 

Uma característica super fofa do Martin é que ele gosta de dormir cedo, desde sempre, e rodeado de muitos peluches.

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Começou a dizer mais umas palavritas, mas continua bastante malandro. Diz "Mamã, papá, cáca", imita alguns sons de animais (como o gato, o cão e o pato) e tem uma série de expressões e frases em "chinês" que algumas já sabemos o que significam e outras nem por isso... Eh... Eh... Eh!...

 

Quanto à alimentação nada de alterou, continua super curioso em experimentar novos alimentos. Se há alimentos que ele gosta são os tomates cherry, os queijinhos BabyBel, massa cozida e limões (não pode ver um limão em cima da mesa que não descansa enquanto que não o tiver na mão).

 

Tal como o Gui, o Martin é um verdadeiro "pestinha" sempre pronto a testar os seus limites, mas fora de casa ou na presença de estranhos é um verdadeiro anjinho! De qualquer forma, para nós, será sempre mais um Principezinho...

ÉPIPHANIE

Hoje celebramos a Épiphanie, o famoso Dia de Reis em Portugal, e para isso compramos a Galette des Rois, o tradicional "Bolo Rei Francês" que se come no dia 6 de Janeiro. Tivemos ainda direito a uma Cidra, a bebida que por aqui acompanha a bela da galette! 

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A partir de amanhã já podemos começar a retirar toda a decoração de Natal cá de casa, se bem que aqui em França a decoração nas ruas costuma durar até ao final do mês de Janeiro...

 

E por aí, também costumam festejar esta data?

QUERO UMA BARBIE COM PERNAS

O Gui entrou o ano a pedir o presente que o Pai Natal não trouxe... Mal tinha acabado de abrir os olhos quando olha para mim e diz: 

- Mamã, quero uma Barbie com pernas! Por favor...

- Uma Barbie com pernas?! Mas tu já tens umas Barbie... - respondi eu ainda com sono.

- Eu quero uma Barbie com pernas, a que eu tenho não tem, é uma Sereia. Sabes, eu pedi ao Pai Natal a "Barbie com o Cheval" (que é como quem diz "com o cavalo", aqui começa o Gui a misturar o português com o francês... Eh... Eh...) mas ele nem sempre tem tudo... Podes comprar para mim, por favor?

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O papá R. ainda lhe disse que ele tinha-me a mim como Barbie, mas ele não ficou minimamente convencido com a resposta, e respondeu:

- A mamã não é uma Barbie, eu quero uma boneca com pernas...

 

Ainda não fomos comprar a dita Barbie porque estamos em quarentena, mas assim que fôr possível vamos satisfazer o seu pedido só para vermos a reacção dele. Se estivéssemos em Portugal estava cheio de sorte, porque podia lhe dar as minhas Barbies, aquelas que eu guardei com tanto carinho...

E eu a pensar que as minhas Barbies iriam ficar guardadas para as minhas netinhas... Eh... Eh... Eh...

 

E por aí, quem é fã destas bonecas?

ADEUS 2020... OLÁ 2021 ❤️

O ano 2020 vai ficar marcado na história de todos... Por causa da pandemia, fomos obrigados a mudar as nossas vidas, a mudar as nossas rotinas... Fomos obrigados a nos ausentar e a nos reinventar dentro das nossas casas, tivemos de nos transformar constantemente a esta nova realidade, nas nossas profissões e na nossa relação com os outros... E cada um de nós acabou por analisar o estilo de vida que tinha e acabou por mudar de hábitos...

 

Nunca a lavagem das mãos foi tão importante... As máscaras e o desinfectante para as mãos passaram a fazer parte da vida de toda a gente... E de repente, cumprimentar as pessoas com um beijo, um abraço ou um aperto de mão passou a ser um gesto proibido...

 

Foi o ano em que vimos muitas pessoas a partir mais cedo... O ano em que nos decepcionamos com algumas pessoas e talvez algumas pessoas se decepcionaram connosco... Foi o ano que sofremos por dores que não eram as nossas e ouvimos o desabafo de milhares de pessoas que não conhecíamos...

 

Foi o ano que descobrimos que sozinhos não somos ninguém. O ano em que tivemos mais tempo para prestar mais atenção aos outros e em nós mesmos. Ninguém imaginou que seria um ano tão atípico, tão transformador e tão difícil para muitos... Nunca um ano pareceu tão longo... 

 

Há quem diga que 2020 foi o ano em que aprendemos a dar valor aos abraços, aos beijos, à família e aos amigos...  Eu cá acho que esta valorização não foi para todos... Há pessoas que se isolaram de tudo e de todos, tornaram-se mais egocêntricas e egoístas, e não conseguiram ver o quanto cada um de nós é importante para o bem estar de todos. Prova disso é que vamos a caminho da terceira vaga desta Pandemia... E isto significa que muita gente não aprendeu quase nada, pois continuamos a cair no mesmo erro... Um erro cada vez maior... 

 

Pessoalmente, o ano 2020 foi o mais transformador de todos e talvez aquele que mais nos ensinou... Não foi com ele que aprendemos o valor dos beijos e dos abraços porque isso já nós sabíamos há muito, pois estar longe do nosso país é estar privado disso tudo e muito mais... Não foi com esta pandemia que aprendemos a dar valor à saúde, nem a celebrar os momentos vividos, nem a dar valor às pequenas vitórias... Mas foi com ele que tivemos a oportunidade de estar dois meses confinados em casa, 24 horas sobre 24 horas, apenas os quatro... E isso acabou por se tornar maravilhoso porque tivemos mais juntos do que nunca! Estarmos fechados em casa no meio desta pandemia, fez-nos:

  • valorizar o amor que nos une;
  • valorizar ainda mais as pessoas que estão sempre connosco mesmo estando a quilómetros de distância;
  • relembrar o quanto as coisas mais banais são, muitas vezes, as mais importantes;
  • reconhecer quais são as pessoas imprescindíveis no nosso dia-a-dia;
  • e dar ainda mais valor á saúde e à liberdade.

 

Janeiro foi um mês tranquilo.... Depois veio Fevereiro, o aniversário meu e do meu pai, e o nascimento da minha primeira sobrinha, foram momentos só de alegria, com muita gente cá em casa... Tudo parecia correr bem...

 

Em Março ainda fomos a Portugal, mas quando regressávamos de avião, já vinhamos com o coração nas mãos, com medo do que aí vinha... Depois veio o confinamento, estávamos exactamente a 17 de Março, dias depois o Gui e o Martin ficavam doentes...

 

Tinhamos planeado um ano completamente diferente, repleto de pequenas viagens, encontros e abraços, uma vez que eu estava em casa em "congé parental", mas a pandemia roubou-nos tudo isso... Estávamos habituados a receber a nossa família que vinha de Portugal /Alemanha no aniversário do Gui, e era o primeiro aniversário do Martin, mas ninguém pôde estar presente...

 

De confinamento em confinamento, as videochamadas foram cada vez mais substituídas pelas visitas e de repente fomos ficando cada vez mais só os quatro... Ainda tivemos a felicidade de passar as férias de Verão em Portugal, e fazer o Batizado do Martin, mesmo com tantas restrições que a pandemia exigia...

 

Voltamos para aqui em Setembro, tentando encontrar o nosso equilíbrio no meio de tanta incerteza.... O Gui voltou à escola mesmo com o nosso coração apertadinho com medo que lhe pudesse acontecer alguma coisa... 

 

Depois veio Outubro, o Martin começava a integração na ama porque eu recomeçava dias depois a trabalhar... A integração corria às mil maravilhas... Um dia antes de começar a trabalhar o Martin sofria o primeiro acidente doméstico, e o meu coração de mãe quase parou... 

 

A seguir, veio o regresso ao trabalho, agora lado a lado com o maldito vírus... Cheia de medo de levá-lo para casa e contaminar os meus, mas orgulhosa por estar na linha da frente desta luta... 

 

Em Novembro, tornámos a entrar em confiamento, com novas restrições, e entre máscaras, desinfectantes e lavagens das mãos, o trabalho e a escola funcionavam normalmente ...

 

Depois veio Dezembro, vieram as festas, tinhamos decidido ficar cá pela primeira vez... E quase a acabar o ano, o R. começava a ficar doente, pensando ele que fosse uma crise de sinusite... Até que marquei um teste para despistar se não se tratava do maldito vírus, e a minha suspeita confirmou-se... Entrámos em quarentena exactemente no dia 30 de Dezembro, o R. com Covid positivo e eu com um primeiro teste negativo, o Gui e o Martin também doentes...

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Demos as boas-vindas a 2021, de mãos dadas com o vírus, confiantes de que vamos ter um ano muito melhor pois tivemos um ano repleto de testes onde cada um de nós foi posto à prova... Agora é tempo de colocarmos em prática tudo o que aprendemos com este ano 2020 para que possamos ter um Novo Ano simplesmente incrível!

 

Feliz 2021 ❤️