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As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

As Nossas Voltas

A vida dá muitas voltas, e foi numa dessas voltas, que nos tornamos emigrantes e viemos parar a Paris. Um blog sobre um pouco de mim, um pouco de nós, o dia-a-dia e não só.Simples mas cheio de ternura e dedicação!

ONDE ESTÁ O MICKEY?

Hoje de manhã quando vou acordar o Gui para ir para a escola reparo que para além de estar a dormir com o seu doudou favorito tinha também o Mickey... Achei estranho porque já há muito tempo que ele não ligava nenhuma a esta personagem, mas não disse nada... Levantou-se da cama e apareceu na sala com o doudou e o Mickey...

- Hoje tens o Mickey, Gui?! - perguntei eu espantada.

- Sim, foi o papá que me deu... - disse o Gui.

- O papá?! Deves ter sonhado... O papá não te deu Mickey nenhum para dormir... - respondi eu desconfiada.

- Sim, foi o papá, o Gui estava a dormir e pediu... A chorar... E água, também... - tentou explicar o Gui

- Hum... Não ouvi nada... Que estranho... - respondi apressadamente.

Nisto, despachámo-nos para ir para a escola e nunca mais pensei no assunto... Até que na hora de almoço, o R. liga-me e diz-me que esta noite teve que se levantar às 4h da manhã porque o Gui começou a pedir o Mickey... Devia estar a dormir como uma pedra mesmo, pois não ouvi nadinha de nada... Fartamo-nos de rir com esta situação, pois diga-se de passagem que andar à procura do Mickey às 4 horas da manhã não é tarefa fácil! Eh... Eh... Eh...

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O GUI QUER IR À PRAIA

Quase me esquecia de contar mais um dos episódios caricatos do Gui... Aconteceu da última vez que fomos à Alemanha... Chegamos à casa dos meus pais numa sexta-feira, mas só decidimos passear no dia seguinte... O Gui que já estava um bocadinho farto de estar fechado em casa, acorda e começa a choramingar que queria ir "não sei onde"... Na verdade não estávamos a conseguir perceber onde raio ele queria ir, até que conseguimos captar a palavra "Praia"...

- Queres ir à Praia  Gui?! - perguntei eu desconfiada.

- Sim, o Gui quer ir à Praia com a avó e com o avô para apanhar caranguejos! - choramingou o Gui.

- Ó Gui, a mamã, o papá, o mano, a avó e o avô também gostavam de te levar à Praia, mas aqui não há Praia nem caranguejos... Isso é quando vamos à casa dos avós em Portugal, lá é que há a Praia... Aqui é à Alemanha, é como na França, não temos praias perto... No Natal vamos todos à Praia, mas olha que vamos mas não vai estar calor, porque calor é só no Verão, depois dos teus anos... - tentei eu explicar da melhor maneira possível.

- Oh, o Gui esqueceu... - respondeu o Gui num tom mais envergonhado. 

- É complicado Gui, eu sei, ainda és muito pequenino para saberes e te lembrares de tudo... Não faz mal, acontece... Logo, logo vai perceber melhor... O importante é não te esqueceres agora que é na casa de Portugal, onde a avó tem gatos, que o Gui pode ir à Praia... - finalizei eu para o tranquilizar.

 

E assim que saímos à rua, o Gui percebeu de imediato que ali não era de facto o sítio onde costumava ir à Praia... Fartamos-nos de rir todos com esta situação e até o Gui foi capaz de se rir daquele pedido inocente...

 

Escusado será dizer que agora que falamos no Natal, a conversa de ir à Praia vem sempre ao de cima... Este miúdo tem uma memória de Elefante!

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QUARTA-FEIRA SANTA

Quarta-feira é dia do Gui não ter escolinha, por isso fica em casa comigo e com o mano... Confesso que há vezes em que o Gui me consegue deixar com os "cabelos completamente de pé", pois ele é exactamente de opostos: tanto pode ser super fofinho e querido, como depressa se transforma no super-pestinha...

E se na escola é o verdadeiro aluno modelo que até dorme à tarde e tudo, em casa dormir está sempre fora de questão, é que nem se quer vale a pena andar a perder tempo... Claro que depois, no final do dia, fica naquela versão super chata que ninguém gosta... Por isso, as minhas quartas-feiras acabam por ser sempre "quartas-feiras loucas", pois ficar com os dois em casa é realmente cansativo para mim, o Gui consegue ter mais bateria que as pilhas Duracel...

Hoje, como o Gui está um bocadinho doente (está com uma rinofaringite: inflamação da cavidade nasal e faringe), as baterias não estão carregadas como costumam estar... Tentei-lhe explicar que era bom ele descansar um bocadinho depois do almoço, tal como faz na escolinha, mas disse-me logo que não... O Martin entretanto adormeceu, fui fazer umas coisas ao quarto e quando regressei encontrei-o a dormir no sofá! Nem queria acreditar no que estava a ver, tive que registar este momento pois desde que o Martin nasceu, é a primeira vez que isto me acontece... Finalmente tive direito a uma "quarta-feira santa", só é pena isto ter acontecido só porque o Gui está um bocadinho doente... Mas não posso negar que soube bem ter um tempinho para eu poder relaxar um bocadinho também!

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O MARTIN FEZ 4 MESES

O Martin completou quatro mesinhos no passado dia 17 de Novembro, e eu não poderia deixar de fazer um post para descrever como foi este mês...

 

Fomos hoje à Pediatra fazer as vacinas do 4º mês, basicamente as mesmas que fez aos 2 meses. Desta vez, o Martin chorou mal a viu, parecia que ainda se lembrava da última vez que levou as vacinas e só ficou calmo assim que eu peguei nele e o manti nos meus braços.

 

Ficamos a saber que o gorduchinho do Martin já pesa 7.800gr, e mede 68cm, continua maior que o Gui com o mesmo tempo de vida... 

 

A novidade desta consulta foi a indicação dada para começar a introdução de novos alimentos, legumes e frutas, mas este será assunto para um novo post...

 

Neste mês, os marcos mais importantes foram:

-  conseguir equilibrar a cabeça, o que lhe permite olhar para tudo ao seu redor com muita mais facilidade (adora analisar cada lugar diferente onde vai);

- manter a cabeça e o tronco em extensão quando está deitado de barriga para baixo;

- dar pontapés fortes, quando está deitado de barriga para cima, tem tanta força que temos que estar atentos quando lhe mudamos a fralda, caso contrário corremos o risco de "ver estrelinhas";

- a interacção e o fascínio com brinquedos coloridos e que emitem som;

- pegar em objectos/brinquedos e colocá-los na boca (ainda o faz de uma forma descoordenada, mas é giro ver o esforço que ele faz muitas vezes);

- babar-se imenso, principalmente no final do dia;

- brincar sozinho, principalmente com as mãozinhas dele;

- e claro, os famosos "puxões no cabelo"... Sei que não o faz de forma propositada, mas é impressionante como aquelas mãozinhas tão pequeninas estão sempre prontas a agarrar o meu cabelo!

 

Em relação à comida, ainda não estabeleceu nenhuma rotina para comer... De dia, continua a comer a cada 2 horas, e à noite normalmente adormece por volta das 19h - 19h30, volta a acordar para comer por volta da 1:30 e a partir daqui é quase sempre de 2 em 2 horas, às vezes 3...

 

Quanto a dormir, o Martin continua tranquilo, adormece relativamente rápido, no berço com música de embalar, e durante a noite come praticamente a dormir! De dia faz uma sesta de manhã e uma ou duas à tarde, de manhã pode dormir de 1 a 2 horas, à tarde 45minutos a 1 hora, quando não faz duas sestas de tarde fica um bocadinho chatinho...

 

O que o Martin gosta mesmo é que sorriam e brinquem com ele, adora interagir connosco e com o Gui e não gosta que o "deixem de parte" quando estamos a falar! Outra coisa que ele adora é a hora do banho, principalmente tirar e vestir a parte de cima da roupa, farta-se de dar gargalhadas com tantas cócegas que tem.

 

O Martin continua um Principezinho muito dócil e tranquilo, e o que mais o caracteriza é, sem dúvida, o seu super sorriso!  

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A UM MÊS DO NATAL...

Falta um mês para o Natal e nós já temos o nosso presente há muito: as nossas férias em Portugal junto da nossa Família e Amigos! Podem não acreditar mas desde que viemos para aqui, eu e o R, fazemos sempre o mesmo pedido um ao outro: irmos passar umas das festas a Portugal. E assim tem sido, desde que cá estamos, não houve um único ano que deixamos de ir, mesmo quando tivemos que pagar uns euros a mais pelas viagens, ou tivemos que ir pelo aeroporto que ficava mais longe, porque compramos as viagens "fora do tempo"...

 

Quando o Gui nasceu passamos as duas festas em Portugal, e este ano voltamos a festejar as duas festas porque não estou a trabalhar... Eu, o Gui e o Martin vamos um bocadinho mais cedo, pois só desta forma é que conseguimos comprar os bilhetes de avião a preços bem mais acessíveis, já o R. irá uns dias depois... 

 

Por isso, quando nos perguntam o que o Gui e o Martin querem no Natal, digo sempre que fica ao critério de cada pessoa, pois eles irão sempre gostar de receber qualquer presentinho que seja... O presente mais importante  eles já o tem: a oportunidade de podermos estar todos juntos nesta altura do ano... Por mais bens materiais que possam existir, não haverá nunca melhor presente que o TEMPO... O tempo que os outros são capazes de utilizar só para poderem estar connosco!

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"O tempo é o presente mais precioso que temos porque é limitado. Podemos ganhar mais dinheiro, mas não mais tempo. Quando dedicamos tempo a uma pessoa, estamos dedicando uma porção da nossa vida que nunca mais poderemos recuperar. O nosso tempo é a nossa vida. E o melhor presente que podemos oferecer a alguém é sem dúvida o nosso tempo.”

PARTILHAR

Fui buscar o Gui à escola e quando chegamos a casa comecei a brincar com o Martin e o Gui... Nisto o Gui começou a mostrar os brinquedos ao Martin, um de cada vez... Trazia um, brincava um bocadinho, tornava a guardá-lo e trazia outro... O Martin estava a adorar... De repente, pegunto ao Gui:

- Quando o mano fôr mais crescido vais emprestar-lhe os teus brinquedos todos?

O Gui, olha para os brinquedos e com um ar muito sério responde:

- Sim, vou emprestar mamã... Quando o mano tiver o cabelo assim grande como o meu... Muito grande mesmo... Eu vou emprestar...

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Não aguentei e comecei-me a rir... Com esta resposta é que eu não estava mesmo à espera! Eh... Eh... Eh...

 

SE CALHAR NÃO É CHIQUE

Ainda não consegui perceber porque motivo existem nos supermercados iogurtes de morango, maçã, limão, pêra, amora, mirtilo, baunilha, cereja, ananás, manga, pêssego, alperce, ameixa, figo, kiwi, romã... Sem falar de todas aquelas variedades que existem com duas ou mais frutas, com cereais e afins... E no meio de tanta variedade, imaginem o que é andar no corredor dos iogurtes, procurar, procurar, e tornar a procurar, e não encontrar os básicos IOGURTES DE BANANA!!! Acreditem que isto é mesmo verdade!!! Em 6 anos e tal que estamos aqui nunca encontrei os meus adorados iogurtes aroma de banana... 

 

Mas alguém me sabe explicar porque raio é que aqui não existem iogurtes de banana?! Se calhar não é chique, deve ser "coisa de pobre", como eu... (Eh... Eh... Eh...)

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AMAMENTANDO O PRIMEIRO E O SEGUNDO FILHO

Quando o Gui tem escolinha amamentar o Martin é super tranquilo, agora quando fico com os dois em casa... O panorama muda completamente... E de que maneira...

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É muita adrenalina mesmo...

E por aí, quem confirma?!

(Eh... Eh... Eh...)

NÃO É VINGANÇA É A LEI DE NEWTON: TUDO O QUE VAI VOLTA!

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Ainda nem dá para acreditar que conseguimos colocar um ponto final ao crédito habitação... Foram quase 12 anos de dores de cabeça por causa da compra daquele maldito apartamento, 9 dos quais passados em processos em Tribunais, e ontem parece que, finalmente, chegou a tão desejada hora... Para quem não se lembra da nossa história, ou para quem não sabe do que estou a falar, pode sempre voltar a ler aqui...

 

Nem imaginam o quanto nós esperamos que este dia acontecesse... Foram anos de luta, anos onde investimos o nosso dinheiro em algo que sabíamos que não tinha futuro, anos em que tivemos que abdicar de muitas coisas para conseguir chegar a este resultado, anos em que suspendemos as nossas vidas, anos em que perdemos muitas horas por dia a pensar no mesmo, anos em que duvidamos se tínhamos feito o melhor, anos em que chegamos a acreditar que este pesadelo nunca iria ter um fim, anos e mais anos de luta que ficarão guardados para sempre na nossa memória e que mudaram o rumo da nossa vida para sempre...

 

É incrível como a justiça é demasiado lenta, é incrível como perante factos e provas temos que nos resignar a esperar... E a esperar... E a esperar...

 

Lembro-me como se fosse hoje o dia em contactei a nossa advogada e expus o problema, lembro-me das vezes que também ela tentou negociar com a construtora, mas em vão... E lembro-me do dia em que ela concordou em dar entrada com o processo judicial no Tribunal, onde pretendíamos anular a compra/venda do dito apartamento, e ela nos ter alertado que seria uma missão quase impossível isso acontecer...

 

E se no início a anulação parecia-nos mais que evidente, com o passar do tempo fomos ficando menos esperançosos... Em momento algum ouvimos alguém que acreditasse no resultado desta nossa luta, todos eram da opinião que jamais iríamos conseguir tal proeza...

 

Queríamos apenas justiça, não pretendíamos mais nada... Mas também sabíamos que era uma luta desigual: nós os "zés-ninguém" contra os "poderosos", os conhecidos empresários da área da construção civil, tão conhecidos de nome como em número de processos em Tribunal... Felizmente, ao fim de muitas batalhas conseguimos, o que parecia impossível: Ganhamos a Guerra! 

 

E apesar da decisão final ter sido dada em Março de 2016, foram precisos mais de 3 anos e meio para a construtora cumprir com a decisão final... Foram precisos mais uns processos para que pudessemos finalmente rever o nosso dinheiro para podermos liquidar o nosso crédito habitação... Enquanto isso, fomos pagando seguros de vida e de casa, despesas com advogada, mensalidade do crédito, bem como todas as despesas daqui... 

 

Acreditem, que não foi nada fácil, foi preciso muita persistência da nossa parte, foi preciso acreditar que um dia a justiça seria feita, apesar de todos nos dizerem o contrário... Talvez as pessoas tivessem medo que pudessemos cair num abismo... Talvez nos quisessem proteger de alguma forma... Não sei... Só sei é que estas palavras menos motivadoras, com o tempo foram ganhando um certo peso, a ponto de acreditarmos que talvez tivéssemos cometido o maior erro de sempre...

 

Analisando tudo o que vivenciamos, sabemos que o balanço jamais será realmente positivo, se é que me entendem... Sabemos que talvez o mais simples teria sido termos vendido o apartamento a outra pessoa e depois logo se via no que dava... Mas a nossa natureza impedia-nos de o fazer... Somos demasiado correctos para tentar enganar alguém, tal como nos fizeram a nós... Somos demasiado sérios e demasiado responsáveis... E sei que, nem eu, nem o R., conseguiríamos viver em paz se tivéssemos seguido o caminho que parecia "mais simples"...

 

Hoje, passadas pouco mais de 24 horas, olhamos para trás e ainda não conseguimos acreditar que o principal pesadelo acabou... Agora só nos falta resolver mais um processo, que já dura há uns dois anos e tal, que a construtora colocou contra nós, um processo completamente descabido onde exigem que sejam pagas rendas do apartamento já que a compra foi anulada... E o melhor disto, é que ainda afirmam que nós com isto tudo enriquecemos às custas deles! Sabemos que tudo isto não passam de manobras para continuarmos a gastar dinheiro sem fim, sabemos que o objectivo deles sempre foi cansarem-nos ao máximo até que nós nos fartássemos e ficássemos miseravelmente pobres... Acreditamos até que eles nunca sequer colocaram a hipótese que um dia nós conseguíssemos chegar até aqui... E hoje, mais do que nunca, sabemos que não podemos desistir pois se a justiça continuar a ser feita iremos provar o que está aos olhos de qualquer pessoa: se houve alguém aqui que enriqueceu, esse alguém não fomos nós, muito pelo contrário, não há dinheiro que pague termos vivido tantos anos com a nossa vida suspensa! Quem nos dera a nós nunca termos feito a compra deste imóvel... Apesar de tudo, estamos orgulhosos por termos conseguido provar que tínhamos razão e por termos conseguido o nosso objetivo principal, a isto chama-se justiça. Não foi uma vingança, foi a Lei de Newton que conspirou a nosso favor!

CHEIRA AO MANO 💙

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Aconteceu-me duas vezes no espaço de 15 dias... Lavei o doudou do Gui sem ele saber, e utilizei o detergente da roupa do Martin, à noite quando o Gui pegou nele estava todo espantado a olhar para o doudou, e foi nessa altura que lhe perguntei:

- O que foi Gui?

- Este doudou é meu? Cheira a Martin... - respondeu ele com um ar incrédulo.

Foi então que lhe expliquei que tinha lavado o doudou com detergente da roupa do Martin.

 

Hoje de manhã, na altura de vestir o Gui aconteceu-me uma situação semelhante... Estava ele a tirar o pijama, e como ele gosta que eu lhe mostre a roupa que vai levar, digo:

- Sabes Gui, hoje vais levar esta camisola nova que compramos.

Todo contente, pega na camisola, mas diz com um ar surpreendido: 

- Hum, essa camisola é do Martin...

Do Martin?! Não, é tua, não vês que é grande? - explico eu apressadamente.

- Mas cheira ao Mano! - responde o Gui, de imediato.

- Ah, sim... É verdade, cheira ao Mano porque eu lavei a tua camisola com a roupa do Martin.

 

Isto só para dizer que fiquei impressionada como é que ele, com apenas 3 anos, conhece tão bem o cheiro do irmão! Se isto não é Amor, o que é?! ❤️

CÓLICAS: SINTOMAS E SOLUÇÕES

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Quando o Martin nasceu, se havia um "medo" que eu tinha era de que ele sofresse tanto de cólicas como sofreu o Gui... E embora soubesse que estas eram perfeitamente naturais e temporárias, era sempre difícil acalmar o Gui nestas alturas, não havia massagem nem posição que o acalmasse, e na maior parte das vezes nem medicação prescrita surtia qualquer efeito...

 

Mas afinal, quando surgem e o que são as cólicas?

De uma maneira geral, as cólicas surgem entre as duas e quatro semanas de vida do bebé, e podem ocorrer a qualquer momento do dia ou da noite, embora sejam mais frequentes entre as 18h e a meia-noite. 

Nem sempre é fácil chegar a um diagnóstico de cólicas no bebé, por isso, em 1954 o Dr. Morris Arthur Wessel, pediatra americano, definiu a regra dos três para a detecção das cólicas do lactente. Ou seja, a cólica do lactente é uma condição em que um bebé bem alimentado e saudável tem períodos inexplicáveis de choro intenso e estados de grande agitação por mais de 3 horas por dia, por mais de 3 dias por semana e por mais de 3 semanas.

 

Qual o motivo para o bebé ter cólicas?
Apesar de haver muita investigação nesta área, desconhece-se ao certo o que causa as cólicas, mas existem algumas explicações apontadas:

- o sistema digestivo do bebé ainda está em desenvolvimento;

- se houver refluxo, o refluxo pode causar desconforto no bebé;

- se está com gases;

- se o bebé fôr superestimulados pelo ambiente;

- e/ou alguma alergia alimentar (no leite materno ou no leite artificial).

A maioria dos bebés deixa de sofrer de cólicas até aos 6 meses, altura em que o sistema digestivo funciona bem.

 

Como avaliar se o bebé está com cólicas?

Se suspeita que o bebé está com cólicas, observe com atenção os seguintes sinais:

- o bebé encolhe e estica as pernas;

- arqueia as costas;

- mexe os braços e pernas em simultâneo;

- o rosto do bebé fica corado enquanto chora;

- fecha as mãozinhas;

- parece estar com dor;

- a barriga parece estar inchada e solta gases. 

 

O que fazer no caso do bebé ter cólicas?

Quando um bebé tem cólicas existem várias coisas simples que se podem fazer, quer para minimizar o risco deste vir a ter cólicas, quer para ajudar o bebé a relaxar quando estas surgem:

- pegar no bebé ao colo (ajuda o bebé a sentir-se mais seguro e tranquilo)

- manter o bebé num local tranquilo;

- alimentar o bebé sempre que ele estiver com fome, não seguindo horários fixos;

- fazer o bebé arrotar depois de ser alimentado (segurar o bebé sobre o ombro e dar umas palmadinhas delicadas nas costas);

- fazer massagens circulares na barriga do bebé, com movimentos lentos e ritmados, no sentido do ponteiro dos relógios;

- dar um banho quente e relaxado;

- dar uma chupeta para acalmá-lo antes do choro começar (o próprio reflexo de sucção ajuda a diminuir a cólica);

- manter a calma, pois o bebé sente o stress da mãe/pai.

 

Quando procurar ajuda médica?
Se depois de experimentar várias técnicas para acalmar o bebé, o choro persistir e nada parecer ajudar, talvez o melhor seja procurar um médico para confirmar se são mesmo cólicas que causam o choro excessivo no bebé e, se fôr caso disso, o médico irá medicar!

 

Com o Martin foi assim...

Estávamos de férias em Portugal quando o Martin começou a ter cólicas, tinha ele pouco mais de três semanas... Aproveitei a consulta do primeiro mês para perguntar ao Pediatra se havia alguma medicação que o Martin pudesse fazer para minimizar o desconforto causado pelas cólicas, pois era difícil acalmá-lo... Aconselhou-me então a fazer dois tipos de "gotas" que se vieram a tornar milagrosas: o BioGaia® (1 vez ao dia) e o Infacalm® (em SOS).

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O primeiro é nada mais que um "suplemento alimentar rico em bactérias com efeitos benéficos na regularização da flora intestinal, designadas Lactobacillus Reuteri Protectis. Os efeitos de Lactobacillus Reuteri Protectis estão clinicamente provados na manutenção da motilidade, saúde e funcionamento do intestino em lactentes, especialmente na cólica Infantil, dor abdominal funcional e obstipação. Favorece a normalização da flora intestinal, conferindo proteção contra agentes patogénicos. Pode ser administrado desde o primeiro dia de vida" (para mais informações clique aqui).

O segundo, é um medicamento cuja substância activa é o simeticone (dimeticone activado com dióxido de silício), substância esta que actua por redução da tensão superficial, facilitando a remoção de bolhas gasosas presentes no tracto gastrointestinal. Este, ao contrário do primeiro, não deve ser administrado em bebés com menos de 28 dias de idade (para mais informações clique aqui).

 

Desde esse dia, o Martin poucas cólicas teve, de vez enquanto lá tem um episódio ou outro no final do dia ou durante a noite, mas nada se compara às cólicas que o Gui tinha quando era bebé... E embora não possa afirmar que estas gotas são milagrosas para todos os bebés, o que é certo é que para o Martin elas funcionam muito bem!

E por aí, como gerem este desconforto?!

 

 

MALDITAS FÉRIAS

O Gui andava super feliz com a escolinha, até que vieram as famosas férias escolares... Foram 15 dias em casa, aproveitamos e fomos três dias à Alemanha ter com os meus pais e depois foi a vez dos pais do R. darem um saltinho até aqui para matar também saudades... Sem falar que logo a seguir à escola ter começado veio o feriado do 11 de Novembro... Resumindo: foram demasiados dias de férias, passados em boa companhia, por isso voltou a ser difícil regressar à escola... 

 

Hoje foi particularmente o dia mais difícil... Parecia que estava a deixar o Gui, na sala de aula, pela primeira vez... Chorou, abraçou-se a mim e pediu-me para o levar dali... Dei-lhe um abraço bem forte e tornei-lhe a explicar que a escola era um lugar agradável e que logo ele iria tornar a gostar de estar ali... Não ficou muito convencido, a vontade de vir embora era maior... A professora não valorizou esta atitude nem fez nada para o cativar... Valeu a auxiliar da sala que o tentou tranquilizar... Assim que ela lhe pegou na mão, saí apressadamente pois sabia que seria pior se eu ficasse mais algum tempo ali...

 

Não consigo compreender porque motivo existem estas férias nesta altura do ano... Com tantas férias ao longo de um ano lectivo,  é óbvio que fica difícil o processo de integração... Eu por acaso até estou em casa porque decidimos que ficava, mais uma vez, em "congé parental", mas se já tivesse começado a trabalhar o Gui teria que ficar nos chamados "tempos livres", e teríamos que pagar cada dia que ficasse lá, que por sinal não é nada de "graça"... Não consigo ver a lógica disto... Mais parece um negócio que outra coisa... Ninguém tem tantas férias para poder ficar com os filhos em casa... Enfim, se alguém me soubesse explicar o motivo destas férias, ficaria agradecida...

 

O que eu posso dizer é que esta semana é de partir o coração quando vou levar o Gui de manhã à escola... Há sempre umas três ou quatro crianças que choram pelos pais... Entrar neste ambiente logo de manhã acaba por ser constrangedor, pois por muito que eu tente que o Gui se abstraia deste panorama, fica muito difícil...

 

Fui buscá-lo à escola e com o ar mais tristonho disse-me que "não gostava da mamã"... Perguntei-lhe se era por o ter deixado esta manhã na escola, mas de imediato disse-me que "estava a brincar e que gostava muito de mim"... Senti que me disse aquilo para demonstrar que não tinha ficado contente comigo por o ter deixado esta manhã, e fez questão de dizer que amanhã não queria ir... Em breve serão as férias de Natal... E temo que voltaremos ao mesmo...

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ALGUÉM TEM OUTRA EXPLICAÇÃO?

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Quem concorda?!

FOI A MAMÃ QUE DISSE...

Hoje de manhã vou levar o Gui à escolinha quando numa rua um carro pára para me ceder passagem, uma vez que a rua era demasiado estreita para passarem dois carros em simultâneo... Passo então em primeiro e, num gesto de agradecimento, aceno com a mão e digo "merci"... Nisto o Gui diz-me: " Mamã, mamã, este não é Palhaço!"

- "Palhaço?! - pergunto eu curiosa

- Sim Palhaço, foi a mamã que disse... No outro dia um carro apitou e a mamã chamou-lhe Palhaço!" - respondeu de imediato o Gui cheio de razão.

E eu, assim que ouvi isto, não aguentei, escangalhei-me a rir e ainda lhe disse que ele tinha mesmo memória de Elefante! E eu a pensar que muitas vezes ninguém me está a ouvir...

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DE CORAÇÃO CHEIO ❤️

Neste fim-de-semana prolongado decidimos dar um saltinho até Stuttgart para visitarmos o meu pai... Não foi nada muito programado, decidimos 15 dias antes, falamos com o meu pai para ver se estava também livre e  fomos os 4 de carro... Assim que chegamos e entramos na porta da sala nem queria acreditar quando vi a minha mãe... Apareceu de surpresa para passar o fim-de-semana connosco! Mas que bela surpresa que foi... A juntar-se a este ambiente tivemos ainda alguns amigos...

Foram apenas 3 dias, mas deu para matar algumas saudades... Além disso, foi mesmo bom o Gui e o Martin poderem estar algum tempo com os avós! Agora é só esperar mais 3 dias para termos os pais do R. aqui...

Quando todos fazemos um "esforcinho" para estarmos juntos, custa  menos estar longe da nossa verdadeira casa.... 

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