A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO
Hoje o Gui foi ao Pediatra à consulta dos 11 meses (ainda vai fazer sábado, mas a consulta foi marcada uns dias antes), e tal como estava previsto, tendo em conta o sistema de saúde francês, o dia foi marcado por mais duas vacinas...
Confesso que nestas alturas, e mesmo sendo enfermeira, o coração de mãe grita mais alto, por isso custa sempre um bocadinho ver o nosso bebezinho a "sofrer" naquele momento... Mas hoje não custou rigorosamente nada, e por incrível que pareça o Gui não chorou, nem gritou... Parecia uma verdadeiro "homenzinho"... Foi mesmo engraçado ver a sua boa disposição do princípio ao fim!
Sei que ainda existem muitos pais que não estão cientes da importância da vacinação, outros que são contra as vacinas e optam por não vacinar os filhos, e outros que desconhecem a existência de um plano nacional de vacinação...
Como mãe, e enfermeira de profissão, achei que seria bastante útil fazer um post muito resumido sobre a importância da vacinação, um tema que faz bastante sentido sobretudo, tendo em conta a existência de alguns "grupos anti-vacinação” que têm surgido no mundo inteiro.
O que são vacinas?
Vacinas são preparações produzidas com bactérias ou vírus (ou partes deles) mortos ou enfraquecidos (microorganismos vivos atenuados) que ao serem introduzidos no corpo do ser humano, provocam uma reação (imunização) do sistema imunológico, promovendo a produção de anticorpos contra aquela substância. Desta forma, a vacina vai preparar o organismo do ser humano para que, em caso de infecção por aquele agente patogênico, o sistema de defesa possa agir com força e rapidamente, o que faz com que a doença não se desenvolve (ou, em alguns casos, se desenvolve de forma branda).
Porque são importantes?
As vacinas são de facto importantes pois protegem-nos contra várias patologias, que antes eram responsáveis por epidemias e grande mortalidade. Foi graças à invenção das vacinas e da aplicação de planos de vacinação que várias doenças foram controladas, e algumas até erradicadas, o que permitiu uma maior longevidade para a população mundial.
Quem não se vacina não coloca apenas a própria saúde em risco, mas também a dos seus familiares bem como todas as outras pessoas com quem tem contato, além de contribuir para aumentar a propagação de doenças.
Doenças como a difteria, a tuberculose ou mesmo o sarampo, podem matar. Antes da vacina, centenas de crianças ficavam paralíticas devido à poliomielite. Estar vacinado é a melhor forma de se proteger de uma variedade de doenças graves e das suas complicações, que podem levar à morte.
Serão realmente seguras?
As vacinas são o resultado de muitos anos de investimento em pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, por isso a margem de segurança é bastante elevada, além de serem seguras são consideradas essenciais para a saúde pública.
É óbvio, que como qualquer medicamento, estas possuem alguns efeitos secundários, efeitos estes que costumam ser leves e não são nada quando comparados com as doenças evitadas por essas vacinas.
O uso de vacinas tem maior custo-benefício no controle de doenças que o de medicamentos para sua cura, é muito mais fácil e barato evitar a doença do que se submeter a ela e fazer qualquer tipo de tratamento.
Qual o perigo da "não vacinação"?
A resistência das pessoas à vacinação é um problema que merece a nossa preocupação: em alguns países, doenças que tinham sido erradicadas, voltaram a preocupar a Organização Mundial de Saúde (OMS). O mais alarmante é, que a maior parte dessas doenças podiam ser prevenidas através de sistemas de vacinação já implementados nesses países, mas que as pessoas se recusam a cumprir.
É essa resistência de algumas pessoas que faz com que algumas doenças não sejam, definitivamente, erradicadas. Por exemplo: se uma criança não vacinada viajar para um país onde a doença ainda não foi erradicada, ela pode contrair essa doença e trazer o vírus para o seu país.
A não vacinação não representa risco apenas para a criança, mas sim para todas as outras pessoas com quem ela tenha contato.
Quando vacinar?
De uma forma geral, a vacinação deve iniciar-se em bebé, sendo a maior parte das vacinas dada durante os primeiros 2 anos de vida.
Cada país tem o seu próprio calendário anual de vacinação, daí que não exista um programa de vacinação universal.
Para saber se o seu esquema de vacinação está ou não em dia, nada melhor que dirigir-se a um profissional de saúde.
A título indicativo, deixo aqui o esquema de vacinação francês e o português, deste ano, que de uma forma geral se assemelham bastante...
1. Plano de Vacinação Francês
Nota: Em França, a vacina da "Difteria, tétano e tosse convulsa", a partir dos 10 anos, segue exactamente o mesmo esquema do programa nacional de vacinação português: 25 anos, 45 anos, 65 anos e, a partir daqui, de 10/10 anos.
As grávidas, assim como o progenitor (pai), devem ser vacinação contra a "Difteria, tétano e tosse convulsa".
2. Plano de Vacinação Português