Já devem ter reparado que ontem não publiquei nenhum post, isto de recomeçar a trabalhar e conciliar a vida profissional com a pessoal, faz com que fique sem tempo para dar um saltinho até aqui... Passo a explicar o motivo...
Recomecei a trabalhar no mesmo hospital, o que mudou foi o facto de deixar de trabalhar de noite e, a meu pedido, passei então para o turno diurno... O horário continua a ser de 12 horas de trabalho (das 7h45min às 19h45min), 11 horas remuneradas, pois temos 1 hora para o almoço que não é paga.
A vantagem que existe no hospital que trabalho é que o horário é sempre igual, ou seja: existe um horário rotativo que nunca se altera, por isso podemos organizar a nossa vida para o ano inteiro em função disso. Só para terem uma ideia:
- numa semana trabalho 5 dias (segunda, terça, sexta, sábado e domingo)
- na semana seguinte 2 dias (quarta e quinta)
- a seguir, 3 dias (terça, sexta, sábado e domingo)
- e na última 2 dias (quarta e quinta)
- depois o horário repete-se com os 5 dias, e assim sucessivamente
Desta forma, e como a carga horária também é de 35horas/semana, acaba-se por ter muitas mais folgas do que num horário de 7horas/dia mas, não duvidem de uma coisa, nos dias em que se trabalha deixa-se mesmo de ter vida própria!
Este tipo de horário fixo, que não existe em Portugal é, sem dúvida, excelente. Foi com isto que conseguimos contratar uma ama para o Gui a tempo parcial, pois só precisamos que ele fique na ama durante a semana, e nos dias em que trabalho.
Recomecei então a trabalhar nesta segunda-feira, exactamente na "semana maior", naquela em que trabalho 5 dias... Como não havia vaga no serviço onde trabalhava de noite, mudaram-me para outro, algo que já sabia que podia acontecer, mas o importante para mim era deixar de trabalhar em horário nocturno.
Durante o tempo que tive de licença de maternidade, o hospital mudou completamente o programa informático para registar a informação dos doentes, medicação e afins, por isso precisava de alguma formação nesta área, além daquela que fazia parte do próprio serviço... As rotinas, as burocracias... Enfim... Quem está dentro desta área sabe bem do que falo....
Tive o cuidado de passar, na semana anterior, no serviço, para me apresentar à chefe e saber como iria ser a minha suposta integração... Apenas "um dia com uma colega", dizia ela... E se 1 dia eu já achava demasiado ridículo, mais ridículo foi recomeçar a trabalhar e colocar-me sozinha com uma ala só para mim...
Cheguei ao serviço a pensar que teria, ao menos, 1 dia para alguém me explicar minimamente as rotinas do serviço, mas nem isso me deram... Resultado: o serviço com 2 alas, com 1 enfermeira em cada ala... Veio um colega do departamento de formação, das 7h45min às 10h30min, para me explicar como funcionava o programa informático, ao mesmo tempo que me ajudava a distribuir a medicação aos doentes, e a avaliar as glicemias, as tensões arteriais e afins... (Sim, porque, tal como em Portugal, tudo é informatizado, e temos que registar tudo ao mesmo tempo que fazemos o nosso trabalho...)
Cheguei ao fim do dia "sufocada" com tanta informação que tinha recebido, sem falar que tinha 17 doentes, dois dos quais com alta clínica, e duas entradas de dois doentes transferidos de um outro serviço... Enfim, nunca vi disto em Portugal.... No mínimo, há sempre um mês de integração (dependendo do serviço)... Mas eu nem pedia tanto, ao menos meia dúzia de dias para me integrar minimamente em condições! No dia seguinte, como já conhecia minimamente as rotinas, acabou por correr um bocadinho melhor, mas mesmo assim ainda preciso de mais tempo, torna-se quase impossivel trabalhar correctamente assim!
Foram dois dias muito cansativos, porque as noites em casa também não foram propriamente para dormir... Com o Gui a acordar imensas vezes para comer, não ficou nada fácil acordar cedo, cuidar dele, levá-lo à ama e ir trabalhar... Fiquei com a sensação que passei a trabalhar de dia e de noite!
O que vale é que o marido acabou por se safar muito bem, e conseguiu dar o jantar ao Gui, o banho e preparar, ainda, o nosso jantar!
Isto de acordar cedo fez com que o Gui adormecesse mais cedo também, por isso quando chegava a casa já ele estava a dormir!
O fim-de-semana que vem promete ser interessante também... Vai ser a primeira vez que o Gui vai ter apenas o papá com ele...